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Cronologia - Gazeta Das Caldas

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20Centrais12 | Novembro | 2010, VUMAMA EMPRESAMPRESA, , VÁRIAS VGERAÇÕESA. Flores Lda. é uma das mais antigas empresas dasdiversificação da sua actividadeAbílio Flores (1921-2004) iniciou a sua actividadeempresarial em 1945. O seu sucesso deveu-se, em grandeparte, à capacidade de aproveitar os produtos em fase decrescimento.Abílio Flores nasceu em Santarémem 1921. Aos sete anosmudou-se para as <strong>Caldas</strong> da Rainha.Nesta altura, a residênciade Abílio Flores dependia deonde o pai, que era Sargento doExército, estava acantonado. Amudança de quartel foi o quetrouxe a família para as <strong>Caldas</strong>,de onde não mais sairia.Abílio Flores fez o seu percursoacadémico na Escola Comercialdas <strong>Caldas</strong> da Rainha, ondese formou com o grau equivalenteao antigo quinto ano, em 1935.A aprendizagem seguiu nas Finanças,onde esteve à experiência,seguindo-se um emprego noThomaz dos Santos, que durouaté à altura de abrir o seu próprionegócio. Fê-lo à sociedadecom dois bons amigos: FranciscoPereira Brazão, filho de um entãoreconhecido alfaiate caldense,e José Filipe de Sousa Campos.Estávamos em 1946.O nome da empresa foi escolhidoapelando ao coração. Juntavaas iniciais das namoradasde cada um. Clotilde era a namoradade Abílio Flores - professoraprimária com quem viria acasar e constituir família - e emprestouas três primeiras letrasdo nome para formar Clozaque.O ramo abraçado pelos trêssócios foi o dos electrodomésticos- ao qual a empresa aindahoje se mantém fiel -, que conheceuum período de grandeexpansão em meados do séc. XX.“Foi nessa altura que secomeçou a usar o gás emcasa e a empresa teve umpapel muito importante nasua introdução nos lares cal-denses”, diz Orlando Flores. Osfogões, quem os tinha, eram alenha. A água era aquecida aolume. O gás representava entãouma grande simplificação do usodo fogo nos lares e apesar de teresquentador em casa ser privilégiode poucos, afigurou-se umaimportante alavanca para o arranquedo negócio.A loja funcionava num pequenoescritório junto à Praça da Fruta,por cima do Pelicano, mas asociedade não se manteve pormuito tempo. Dos três sócios,Abílio Flores era o único que trabalhavaa tempo inteiro na empresae o único que dela dependiapara gerar rendimentos eacabou por ficar sozinho. A sociedadedesfez-se sem trauma.DIVERSIFICAÇÃO PERMITIUFAZER A EMPRESA CRESCEREm 1948 a empresa muda deClozaque para Abílio Flores econhece uma grande evoluçãocom a diversificação da oferta. Asegunda aposta recaiu sobreOrlando Flores (nascido em 1950) começou na empresa do pai como empregado e tem hoje a enormeresponsabilidade de a manter num tempo de profunda crise económicaoutra indústria que ganhavaenorme fôlego com o fim da IIGrande Guerra: o automóvel.“Ele dizia-me muitas vezesque o pai dele deixou-lhe asruas para passear”, conta OrlandoFlores. “Era muito novoquando começou, mas tinhaaquele espírito de querer sin-grar na vida. Era inteligente,perspicaz e muito trabalha-gward, ou ainda os jipes Willys-Overland, entre outras.Durante a década de 50 o negócioconheceu várias ramificações,embora sempre debaixo damesma denominação. “Umascoisas apareceram, outrasele foi à procura. Vieram outrasrepresentações e as coi-sas evoluíram rapidamentenos anos 50 e por aí fora”,dor, apanhou as novidadessublinha Orlando Flores.todas a aparecer e teve luci-Para além dos electrodomés-dez para as aproveitar. Issoticos e dos automóveis, a Abíliopermitiu-se solidificar a em-Flores comercializava nesta fasepresa e ganhar a dimensãocoisas tão distintas como máqui-que atingiu”, acrescenta. nas de escrever, motorizadas,A mudança deu-se no nome e colchões e tractores agrícolas.na localização. O stand de automóveis,que manteve o nome importante suporte do negócio. AEstes últimos eram também umClozaque, nasceu na esquina das representação foi conseguida atravésdas boas relações com o im-ruas Leão Azedo e SangremanHenriques e conheceu a representaçãode várias marcas. Al-relações familiares com o imporportadorda Mercedes, que tinhagumas chegaram aos dias de tador dos tractores Massey Fergusson.“Eram dos melhoresou Alfa Romeu. Outras já só seque existiam na altura e foi umencontram nos museus, como anegócio bastante bom en-inglesa Austin (responsável peloquanto a agricultura durou…”,célebre Mini) a Packard, a ame-diz Orlando Flores. A representa-hoje, como a Mercedes, Peugeotricana Studebaker, a alemã Borçãodurou cerca de 30 anos, até aoEstávamos em meados dos anos 40, no após II Guerra Mundial. As economias restabeleciam-se devários anos de depressão, ao passo que novas tecnologias chegavam aos lares e o mercadoautomóvel afirmava-se como o mais importante do séc. XX. Janelas de oportunidade para umjovem de 25 anos, que aproveitou para lançar uma empresa que dura até aos dias de hoje.Clozaque pode não ser um nome familiar a muita gente, mas foi com esta designação que começouaquela que viria a tornar-se uma das mais bem sucedidas empresas caldenses - a A. Flores,Lda.Abílio Flores (1921–2004) foi o jovem empreendedor que a lançou, em 1946 (então com mais doissócios). Hoje é o filho Orlando Flores, de 50 anos, que dá continuidade a esta empresa.início da década de 80.Em 1954 a empresa dava novopasso importante, ao mudar-separa o edifício dos Capristanos(hoje estação rodoviária). O edifíciosede da A. Flores, Lda. é propriedadeda empresa desde 1995,mas na época fazia parte do própriocomplexo dos Capristanos(mais tarde Claras, depois RodoviáriaNacional e hoje Rodoviáriado Tejo).Ali se concentraram a loja deelectrodomésticos - onde aindase mantém -, o stand de automóveise nasceriam ainda a lojade peças multimarca - que semudou para o Borlão em 1970 -, emais tarde a agência de segurosClozaque e uma papelaria.“O MEU PAI FOI O MEUGRANDE PROFESSOR NESTAACTIVIDADE”A década de 60 começa com achegada de um novo membro àfamília, com o nascimento deOrlando Flores.Habituado a crescer lado alado com a empresa do pai, Orlandoacompanhava-o muitasvezes nas deslocações de negócios,especialmente nas férias daescola. Passatempo de criançaera também acompanhar os funcionáriosda casa nos serviços.“Ia aos mais diversos sítios,na distribuição do gás, naassistência dos electrodomésticos,andava assim en-tretido”, recorda.O gosto pelos automóveis foicrescendo com os anos. “Fuiganhando interesse, essascoisas solidificam, ganhamuma dimensão, e depois deser o gosto pelos carros, passoua ser o gosto de ter o ne-gócio em si e transmitir estapaixão às pessoas”.Orlando Flores estudou até ao12.º ano e chegou a frequentar ocurso de Direito, mas desistiu eabraçou o negócio do pai em 1981.Começou por baixo, a trabalharnas peças, e passou por váriossectores até chegar a assessordo pai. Seguiram-se algunsanos de gestão conjunta. “Depoisfoi-me passando as pastasde forma gradual, deixou-me tomar as decisões maisimportantes e nos últimos 10anos de vida ele foi um con-selheiro”, diz Orlando Flores. Umpapel importantíssimo, sublinha,até porque ainda hoje tem emconta as ideias pelas quais AbílioFlores se regia. “No fundoele foi o meu grande professornesta actividade, foi vali-osíssimo”.Joel Ribeirojribeiro@gazetacaldas.com

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