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Cronologia - Gazeta Das Caldas

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Centrais2112 | Novembro | 2010<strong>Caldas</strong> e com maiorAutomóveis foram a âncora do negócioQuando em 1948 se iniciou no mercadoautomóvel, conseguindo a representaçãoda Peugeot e de outras marcasque estavam associadas ao mesmo importador,Abílio Flores construiu aquelaque seria a grande âncora da suaempresa.Apesar de nunca ter abandonado aideia que deu origem à empresa comos seus dois associados, no ramo doselectrodomésticos, foi o mercado automóvelque permitiu um considerávelcrescimento da A. Flores Lda.“Na altura havia muito poucosautomóveis nas <strong>Caldas</strong> e quandoele passou a ter representação dasmarcas era novidade”, diz OrlandoFlores. Uma novidade bem aceite e queteve grande expansão. À Peugeot juntaram-sevárias marcas durante as décadasde 50 e 60.Com o desaparecimento de marcasmais efémeras, formou-se um núcleocom o qual a A. Flores, Lda. passou atrabalhar: a Peugeot e a Renault eramas principais, apoiadas por Alfa Romeue Honda.Para além da venda de viaturas e respectivaassistência, o negócio expandiu-se,ainda nos anos 60, com ao ramodas peças multimarca. “Durante muitosanos foi um negócio muito for-te, mas com a evolução técnica dosautomóveis o negócio das peque-nas oficinas começou a fraquejar ea partir dos anos 90 deixou de justi-ficar”, explica Orlando Flores.Em 1978 foi também criada uma oficinaespecializada no serviço de chapae pintura, com o nome Floresauto, quemais tarde viria a fundir-se com a empresaA. Flores, Lda., ficando o nomeagregado ao negócio da Peugeot e daHonda.Nos anos 80, a Renault assumia umadimensão tal que obrigava, em 1983, àcriação de uma empresa dedicada. AFlorescar teve direito a casa nova naestrada Tornada, onde hoje se mantém,apesar de defender marcas diferentes.Em 1994 a intransigência daRenault em fundir os representantesnas <strong>Caldas</strong> e em Alcobaça resultou emruptura.“Essa situação não nos agradoue como a Renault colocou as coisas,ou era assim ou não era, optámospor dar o volte face à ques-tão: encontrámos a Volkswagen eentão dissemos não à Renault”,conta Orlando Flores.A mudança aconteceu em boa hora,defende, porque apanhou a Renault emfase de quebra e a Volkswagen em ascensão.“O importador mudou, tinhauma ideia de grande desenvolvi-mento, e na Alemanha a marcatambém estava em reestruturação,com mais vitalidade, com umagama maior e com um reposicio-namento de preços. Foi na melhoraltura que fizemos a mudança”.Agregada à Volkswagen veio a Audi,que era do mesmo importador, que começoua ser comercializada com a denominaçãoLubriflores.Cinco anos antes, a A. Flores, Ldatinha abandonado também a Peugeote a Alfa Romeu, mantendo a Honda.CRISE OBRIGOU A REESTRUTURAÇÃOA A. Flores, Lda chegou a dar empregoa 100 pessoas, mas actualmente,depois de uma profunda reestruturaçãooperada em 2007 para fazerface à crise, reduziu o seu quadro depessoal para 72 funcionários. “Fize-mos economias onde podíamosfazer, melhorámos performancesonde era possível, a empresa estáequilibrada e se as coisas melhorarempodemos evoluir significa-tivamente”, diz Orlando Flores.Em 2008 o grupo atingiu uma facturaçãode 12 milhões de euros, descendoem 2009 para 11 milhões. Paraeste ano estima-se um valor ligeiramentesuperior ao de 2008.Já quanto ao futuro, Orlando Floresestá apreensivo. “A economiado país está doente e precisa deum período de cura que vai serdifícil”, afirma. Essa cura é um cenáriodo qual a A. Flores, Lda não seexclui, “mas se o contexto melho-rar e o país tomar as medidas queé preciso tomar, é possível sobrevivercom muito sacrifício e cau-tela”.Entretanto, é possível que a empresapossa chegar a uma terceirageração. O filho de Orlando Flores,Afonso Flores, de 20 anos, está a tirara licenciatura em Gestão de Empresase apesar de não ser ainda certoque siga os passos do pai e do avô,Orlando Flores diz que vai fazer ospossíveis para que isso aconteça.“Ainda é cedo para saber se issovai acontecer, mas era uma ter-ceira geração a trabalhar nestaempresa. A decisão será dele,mas farei tudo para o influenciarnesse sentido”.J.R.Mário Freitas trabalhou com Abílio Floresdurante 20 anosCom 25 anos na A. Flores,Lda não é o funcionário commais anos de casa, mas, paraalém de ter sido um dos braçosdireitos de Abílio Floresnos últimos 20 anos de actividadedo empresário, MárioFreitas tem a particularidadede coleccionar artigosque se relacionam com a empresa.Chegou à A. Flores, Lda em1986, com 24 anos, para asvendas. Nessa altura já tinha“Abílio Flores era um homem de bom-o gosto pelas coisas antigassenso, todas as decisões que tomavae a curiosidade levou-o abatiam certo com o que dizia”perguntar as raízes da empresaao patrão. Abílio Flores não guardava arquivo de fotografias antigas, nemoutros documentos (no que constituiu uma dificuldade na feitura desta reportagem),mas acedeu a contar-lhe a sua história, desde a origem até à criação daempresa e o seu desenvolvimento. Depois, por iniciativa própria, Mário Freitaspesquisou nos arquivos e nos armazéns. “Guardava tudo o que encontrava deantigo, ele achava piada e passou a entregar-me também as coisas queencontrava”, conta.Ao fim de quatro anos, Mário Freitas passou a chefiar o departamento comercialda empresa, mas foi em 1994 que viveu um dos maiores desafios. A A. Flores, Ldatinha acabado de rescindir com a Renault para passar a representar a Volkswagen,mas durante um ano teve que manter as duas marcas. Mário Freitas ficou com asegunda marca juntamente com um vendedor e um mecânico, num espaço comcondições limitadas na Rua Heróis da Grande Guerra, à espera que as instalaçõesda Renault ficassem livres.Nessa altura Abílio Flores mostrava algum receio, devido aos preços mais elevadospraticados pela marca e pelo desconhecimento que havia, porque não haviarepresentação nas <strong>Caldas</strong> nessa altura. “Mas disse-lhe que íamos arrancar emforça e inundar as <strong>Caldas</strong> de Volkswagen e foi uma surpresa muito gran-de porque o volume de negócios foi muito superior ao da Renault com 40pessoas e um espaço muito maior”.Mário Freitas diz que, enquanto patrão, Abílio Flores era uma pessoa de bomsenso.“Ao longo dos 20 anos nunca tivemos um atrito, o que é raro ouquase impossível numa relação patrão funcionário. Por vezes não con-cordávamos e manifestávamos opiniões contrárias, mas ele aceitava-asperfeitamente”.Bom-senso que o ajudou nos negócios, acredita. “Todas as decisões quetomava batiam certo com o que ele dizia”, recorda. A esta característica MárioFreitas junta lucidez e coragem pois ele “enfrentava os desafios sem receios equando os tinha, ninguém notava”.Enquanto cidadão, Mário Freitas sublinha o altruísmo de Abílio Flores, que independentementede não ter nascido nas <strong>Caldas</strong>, sentia a cidade como sua terra natale não hesitava em participar na vida activa da cidade. Foi, de resto, dirigente de váriasassociações, como a ACCCRO, a ANECRA, o <strong>Caldas</strong> Sport Clube, e do Rotary Club das<strong>Caldas</strong> - do qual foi sócio fundador e ao qual se juntaram, mais tarde, Orlando Florese o próprio Mário Freitas. “Estava ligado a tudo e tinha muita vontade departicipar nas coisas, era uma pessoa dinâmica”.J.R.Panfletos publicitários da empresa e dos produtos que mais vendia. Desde os automóveis (numprospecto de 1954) aos colchões, aos esquentadores (que só se massificaram em meados do séc. XX) atéao material de escritório<strong>Cronologia</strong>1921 – Nasce Abílio Vicente Flores em Santarém1946 – Abílio Flores funda a Clozaque com os sócios Francisco Pereira Brazão e JoséFilipe Campos.1948 – Os dois sócios deixam o negócio que fica entregue a Abílio Flores, que passatambém a ser a designação da empresa.1954 – Mudança de instalações para o edifício dos Capristanos, na Rua Heróis daGrande Guerra1960 – Nasce Orlando Flores.1968 – Inaugurado o stand de Alcobaça, que ainda hoje existe1975 – A empresa muda o nome para A. Flores, Lda.1978 – É criada a Floresauto, empresa que gere uma oficina de chapa e pintura.1980 – O nome Clozaque é reabilitado para designar a nova agência de seguros1981 – Orlando Flores começa formalmente a trabalhar na empresa do pai1983 – É criada a Florescar, para gerir o negócio da Renault, que se instala naestrada Tornada1990 – As marcas Peugeot e Alfa Romeu deixam de ser comercializadas pela A.Flores, Lda1994 – A Florescar abandona a representação da Renault e passa a comercializar asmarcas Volkswagen e Audi1995 – Aquisição do prédio dos Capristanos à Rodoviária2004 – Morre Abílio Flores. A agência de seguros Clozaque encerra2006 – A loja de peças multimarca é transferida da Praça 25 de Abril, para a Estradada Tornada. É construída a nova área de exposição automóvel para a Volkswagene Audi

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