12.07.2015 Views

Protestantismo em Revista, volume 09 (Ano 05, n.1) - Faculdades EST

Protestantismo em Revista, volume 09 (Ano 05, n.1) - Faculdades EST

Protestantismo em Revista, volume 09 (Ano 05, n.1) - Faculdades EST

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Revista</strong> Eletrônica do Núcleo de Estudos e Pesquisa do <strong>Protestantismo</strong> (NEPP) da Escola Superior de TeologiaVolume <strong>09</strong>, jan.-abr. de 2006 – ISSN 1678 6408aconteceu. Ninguém nos deu a opção de fazermos isso. Peter acha impossívelencontrar a verdade – e destaca que muitas coisas que eles experimentaram durantea ditadura estão hoje tão distantes que parec<strong>em</strong> um sonho, uma nuv<strong>em</strong> passageira.Erich não sente necessidade alguma de fazer isso, pois está contente com o que lheaconteceu na vida, inclusive com as experiências negativas. Otto saiu da frustraçãode ter sido expulso e não t<strong>em</strong> l<strong>em</strong>brança de ter feito mal aos outros. Graças ao apoiode colegas, ele conseguiu superar os probl<strong>em</strong>as e segue trabalhando, mesmo depoisde ter sido enviado à força para a aposentadoria. Ouvi histórias parecidas com essados outros que entrevistei.As pessoas que conheci partilharam sua história atual acerca do queaconteceu. Isto, obviamente, não é necessariamente um relato do que realmenteaconteceu, mas um relato de como eles descrev<strong>em</strong> agora como foram capazes delevar suas vidas adiante e conviver<strong>em</strong> com o passado. Eles pertenc<strong>em</strong> a uma geraçãoque viveu a ditadura do início ao fim. Não diz<strong>em</strong> que não se arrepend<strong>em</strong> de nada.N<strong>em</strong> diz<strong>em</strong> estar<strong>em</strong> orgulhosos das maneiras com que lutaram. De forma maishumilde, apegam-se às suas vidas e, nas palavras de Neruda, “admit<strong>em</strong> estar vivos”.Não precisam ou sent<strong>em</strong> falta de reconciliação com os seus antigos inimigos ouconsigo mesmos.Reconsiderando Caminhos para a ReconciliaçãoRe-examinar o próprio conceito de reconciliação pode ser útil? Permitam-me,imediatamente, limitar o espectro. A ditadura da antiga Al<strong>em</strong>anha Oriental não foitão brutal quanto o regime nazista, n<strong>em</strong> é comparada com o antigo regime de terrorda África do Sul. Houve também incidentes brutais na Al<strong>em</strong>anha Oriental, e algunsdos artistas dissidentes pod<strong>em</strong> dar seu test<strong>em</strong>unho disso. Mas, admitindo que estesforam numa escala limitada, ainda assim estou surpreso com a total ausência danecessidade de retribuição e reconciliação entre os meus entrevistados. TentareiDisponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 102

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!