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Protestantismo em Revista, volume 09 (Ano 05, n.1) - Faculdades EST

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<strong>Revista</strong> Eletrônica do Núcleo de Estudos e Pesquisa do <strong>Protestantismo</strong> (NEPP) da Escola Superior de TeologiaVolume <strong>09</strong>, jan.-abr. de 2006 – ISSN 1678 6408A experiência da viag<strong>em</strong> da alma durante o sonho é outra prática eckista,entendida pelos mesmos como guiada pelo Mestre dos Sonhos. A cont<strong>em</strong>plação, viaCanto do Hu e o sonho, são, portanto, as duas formas principais de transe que oseckistas realizam. Mas como pode ser entendida a experiência onírica? Aquipod<strong>em</strong>os aproximar as contribuições da assim chamada “anthropologie du rêve”(antropologia do sonho), desenvolvida por autores como Perrin (1992), Tedlock(1987) e Caillois e Grunebaum (1967). Retenhamos a seguinte citação:[...] Rêve et mythe à la fois s’opposent et son compl<strong>em</strong>entaires un del’autre. Rêver un mythe, c’est le mettre en acte, le transformer enexpérience et éprouver la vérité; mais, nécessair<strong>em</strong>ent significatifpuisqu’il est supposé émaner d’um monde autre, um rêve peut, <strong>em</strong>retour, contribuer à l’enrichiss<strong>em</strong>ent d’um mythe [...]. (Perrin, inBonte-Izard. Dictionnaire de l’ethnologie et de l’anthropologie.Quadrige/PUF, 1991).Sonho e mito, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que se opõ<strong>em</strong> um ao outro, sãocompl<strong>em</strong>entares. “Sonhar um mito, é colocá-lo <strong>em</strong> ação, transformá-lo <strong>em</strong>experiência e sentir sua verdade; ainda, necessariamente significativo, pois quesuposto <strong>em</strong>anar do outro mundo, um sonho pode, <strong>em</strong> retorno, contribuir aoenriquecimento de um mito”.Como os dados etnográficos d<strong>em</strong>onstram, durante os test<strong>em</strong>unhos doseckistas pod<strong>em</strong>os observar que a interpretação seja do sonho ou do mito secompl<strong>em</strong>entam, à luz do compartilhar e da construção coletiva de sentido. Ossintomas percebidos individualmente são lidos e trabalhados conjuntamente, numtrabalho de bricolage, próprio do pensamento mítico. L<strong>em</strong>br<strong>em</strong>os que a primeirainiciação eckista se dá no sonho, um rito de passag<strong>em</strong> onde o fiel é acompanhadopelo Mestre Eck. A elaboração cultural do estado onírico é igualmente estimulada poroutras práticas eckistas: os exercícios espirituais cotidianos têm por objetivo aguçar ossentidos aos estímulos prescritos pela cosmologia eckista, segundo a qual osdiferentes planos da consciência têm suas características detalhadas (cores, sons,paisagens, personagens).Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 125

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