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Mesmo que Deus morra, isso não perturbará o homem que está meditando. Ele<br />
dirá: “Tudo bem. Não importa se Deus está vivo ou não. Isso nunca foi uma<br />
exigência para mim. Eu basto para mim mesmo”.<br />
A pessoa que medita, medita sozinha. Mas se você me perguntar “O senhor<br />
medita?”, eu lhe direi: “Não, eu nem sequer medito. Eu apenas sou”. Porque na<br />
meditação está envolvida alguma atividade. O outro não está ali, você não está<br />
em um diálogo, mas está fazendo algo. O fazer está ali. O fazer se torna o outro:<br />
o agente e a ação. Você está meditando.<br />
A meditação é uma ação, você está fazendo alguma coisa. Às vezes você<br />
medita e às vezes não medita. Isso não tem muito valor porque algo que às vezes<br />
é, e às vezes não é, não pode ser sua natureza. Sua natureza está sempre aí, não<br />
depende de nenhuma ação.<br />
Eu apenas sou. E essa é a maior oração, essa é a maior meditação. É isso que<br />
os mestres zen dizem. Se você lhes perguntar o que eles fazem, eles dizem: “Nós<br />
cortamos madeira, nós carregamos água. Quando sentimos fome nós comemos<br />
e quando nos sentimos cansados nós dormimos”. É isso que eu quero dizer<br />
quando digo que eu sou. Nem mesmo a dependência de fazer algo existe mais.<br />
A oração precisa do outro, a meditação precisa da ação – ser não precisa de<br />
nada. E quando você está em sintonia com isso que não precisa de nada, então<br />
pela primeira vez você está em sintonia; pela primeira vez você está enraizado<br />
em seu ser.<br />
Você diz: “Eu não sei quem eu sou”. Não há necessidade. Não há necessidade<br />
de saber quem você é. A única necessidade é: não seja outra pessoa. Seja apenas<br />
aquilo que você não sabe que é. Não se mova para fora disso. Não há<br />
necessidade de saber quem você é, porque você já é isso. Se você sabe ou não<br />
sabe quem é, não faz diferença. O <strong>conhecimento</strong> não acrescentará nada a isso.<br />
Não saber não vai tirar nada dali, saber não vai acrescentar nada a isso; então,<br />
para que saber? Você é! Você pode chamar a rosa de outro nome, mas ela<br />
continua sendo uma rosa. Quer você saiba ou não o nome da rosa, ela continua<br />
sendo uma rosa. E quer você a chame de “rosa” ou não a chame de “rosa”, a<br />
rosa não se importa. Ela é.<br />
Emerson diz em algum lugar do seu diário: “Fora da minha janela a roseira<br />
está florescendo. A roseira não se importa com quem ela é. As rosas não estão se<br />
comparando com as outras rosas do passado e não estão pensando nas rosas do<br />
futuro. Neste exato momento elas estão com Deus. Neste dia, elas estão com<br />
Deus”. Em seu ser, você é Deus. Nem mesmo direi “com Deus”. Em seu ser,<br />
neste exato momento, você é Deus, você é divino. Nenhum <strong>conhecimento</strong> é<br />
necessário.<br />
Não fique preocupado com isso. Ninguém jamais soube quem é. A pessoa é!<br />
E todos aqueles que disseram que sabem estão apenas repetindo clichês. Eles<br />
devem ter lido isso nas escrituras. Mas são apenas palavras. Você pode dizer: “Eu<br />
sou Brahma” ou “Eu sou atman” ou “Eu sou o ser supremo”, mas essas palavras<br />
são clichês. Elas são feias. Elas não dizem nada, não significam nada.<br />
“Eu sinto que preciso de uma âncora.” Sim, isso é bom. Você precisa disso.