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Inocencia, conhecimento e encan - Osho

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É um bom sinal você achar que está ficando cada dia mais estúpido. Isso<br />

simplesmente significa que o <strong>conhecimento</strong> emprestado está desaparecendo; daí<br />

a sensação. Você está desaprendendo o que quer que tenha aprendido até agora.<br />

Desaprender é o processo básico de se tornar de novo inocente.<br />

Mas não chame isso de estar ficando estúpido; não use essa palavra – ela é<br />

condenatória, e então a pessoa começa a se sentir triste. Você está se tornando<br />

mais inocente. Está se tornando cada vez menos sobrecarregado de<br />

<strong>conhecimento</strong> e informações desnecessárias. Está se tornando mais natural, mais<br />

parecido com uma criança, mais repleto de assombro. E, se você chamar isso de<br />

ser estúpido, vai perder todo o ponto.<br />

Sua mente chama isso de estúpido porque ela está perdendo terreno. A mente<br />

está morrendo e está fadada a fazer todos os esforços possíveis para se salvar,<br />

para sobreviver. E o primeiro passo é condenar o estado de não saber que está<br />

crescendo em você. Todo meditador passa por isso, e todo meditador descobre<br />

que a mente condena esse estado. Ele é contra a mente; você está se tornando<br />

uma não mente, e quem quer morrer? A mente não quer morrer; ela quer<br />

manter sua posse sobre você. Daí a condenação. Cuidado com isso.<br />

Deixe o <strong>conhecimento</strong> desaparecer. Não fique preocupado, absolutamente,<br />

porque esse <strong>conhecimento</strong> não lhe deu nada. Em primeiro lugar, o <strong>conhecimento</strong><br />

emprestado só cria aprisionamento, não liberdade. Ele o sobrecarrega; não lhe<br />

proporciona asas. Não o torna leve; deixa-o pesado. Torna-o duro, torna-o cada<br />

vez mais mecânico, porque através do grosso muro do <strong>conhecimento</strong> você não<br />

consegue ver o misterioso que o cerca. E, no momento em que você não vê o<br />

misterioso, está quase morto.<br />

A vida está em harmonia com o misterioso. A vida está repleta de assombro. A<br />

vida é o <strong>conhecimento</strong> da arte do <strong>encan</strong>tamento, do assombro. A pessoa instruída<br />

é uma pessoa pobre, muito pobre, totalmente empobrecida – e ela própria é<br />

responsável por isso. Ela acha que é muito rica porque tem <strong>conhecimento</strong> sobre<br />

rosas, embora nunca tenha realmente visto uma única rosa. Ela sabe tudo sobre o<br />

amor, embora ela própria nunca tenha amado. Sabe sobre Deus, mas saber sobre<br />

Deus não é conhecer Deus. Saber sobre a luz não é conhecer a luz.<br />

Um homem cego pode saber tudo o que há para saber sobre a luz, mas ele<br />

ainda continuará cego. Ele não irá experienciar a alegria que a luz proporciona,<br />

que a manhã proporciona, que o nascer do sol proporciona. Ele não verá as cores<br />

do arco-íris, das flores, das borboletas. Ele permanecerá totalmente inconsciente<br />

do mundo de luz e cores. Ele é cego! Ele sabe sobre… mas saber sobre a luz não<br />

tem nenhuma utilidade se você for cego. E, se você tem olhos, se sabe ou não<br />

sobre a luz, não faz nenhuma diferença. Mesmo sem saber sobre a luz você a<br />

experiencia – e esse é o verdadeiro saber. O <strong>conhecimento</strong> não é o verdadeiro<br />

saber, não é sabedoria.<br />

O <strong>conhecimento</strong> vem mediante informações; a sabedoria vem mediante a<br />

experiência.<br />

Não condene o estado de inocência que está crescendo em você. Não o<br />

chame de estúpido. Isso é a mente lhe pregando uma peça; ela sempre prega

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