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Inocencia, conhecimento e encan - Osho

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mysterion vem “misticismo”.<br />

O misticismo é a verdadeira alma da religião.<br />

Daí a minha insistência: desprenda-se da mente que pensa em forma de<br />

prosa; desperte outro tipo de mente que pense em forma de poesia. Coloque de<br />

lado toda a sua destreza em silogismo; deixe que as canções sejam seu modo de<br />

vida. Mova-se do intelecto para a intuição, da cabeça para o coração, porque o<br />

coração está mais próximo dos mistérios. A cabeça é o antimistério; todo o<br />

esforço da cabeça é o de desmistificar a existência.<br />

Por isso, a religião desapareceu sempre que a ciência se desenvolveu. Sempre<br />

que a mente se torna treinada em modos científicos de pensar e fazer, a religião<br />

simplesmente morre; então a flor da religião não mais floresce. No solo da<br />

mente científica há algum veneno que não permite que a semente da religião<br />

cresça – ele a mata. O que é esse veneno? A ciência acredita na desmistificação<br />

da existência. A religião diz que ela não pode ser desmistificada. Quanto mais<br />

fundo vai seu entendimento, mais místico ele se torna, mais misterioso ele se<br />

torna.<br />

E agora há a possibilidade de a ciência e a religião poderem se unir, porque os<br />

maiores cientistas também perceberam isso, de uma maneira muito indireta. Por<br />

exemplo, Eddington, Einstein e outros chegaram a uma percepção de que, quanto<br />

mais <strong>conhecimento</strong> eles têm sobre a existência, mais confusos se sentem,<br />

porque, quanto mais eles sabem, mais há a saber. Quanto mais eles sabem, mais<br />

seu <strong>conhecimento</strong> parece superficial. Einstein morreu quase um místico; aquele<br />

velho orgulho de que “chegará o dia em que conheceremos tudo” desapareceu.<br />

Ele morreu de um modo quase meditativo; não morreu como um cientista, mas<br />

mais como um poeta.<br />

Eddington escreveu que “Primeiro costumávamos acreditar que o<br />

pensamento é apenas um subproduto” – assim como Karl Marx diz que a<br />

consciência é apenas um subproduto de situações sociais – “um subproduto, um<br />

epifenômeno da matéria, uma sombra da matéria. Matéria é substância;<br />

consciência é apenas uma sombra, muito insubstancial”.<br />

Eddington diz: “Eu também estava perfeitamente convencido” – porque esse<br />

era o clima daquela época. Durante três séculos, no Ocidente, a ciência foi<br />

aumentando o clima. Eddington cresceu nesse clima, mas depois, no final de<br />

tudo, em seus últimos dias, ele disse: “Agora as coisas mudaram. Quanto mais eu<br />

me aprofundei nas investigações, mais me convenci de que o mundo não consiste<br />

em coisas, mas consiste em pensamentos – e a existência se parece menos com<br />

matéria e mais com consciência”.<br />

Esta é uma boa notícia; a ciência está se aproximando de um grande<br />

entendimento. Esse entendimento está surgindo do seu fracasso em desmistificar<br />

a existência.<br />

Mas eu não vejo um entendimento similar surgindo nas chamadas pessoas<br />

religiosas. Elas estão ficando bem para trás; estão todas falando à moda antiga e<br />

estúpida. Ainda estão obcecadas com os Vedas, o Alcorão e a Bíblia. Não que os<br />

Vedas estejam errados ou que o Alcorão ou a Bíblia estejam errados – eles estão

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