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Inocencia, conhecimento e encan - Osho

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3<br />

Conhecimento não é o mesmo que saber<br />

Não continue achando que você entende. Você não entende. Seu<br />

<strong>conhecimento</strong> é uma maneira de ignorar a verdade. Desprenda-se<br />

dessa ignorância – e é impossível desprender-se da ignorância<br />

acumulando mais <strong>conhecimento</strong>. Só é possível desprender-se da<br />

ignorância desprendendo-se do <strong>conhecimento</strong> que você já acumulou.<br />

Quando uma pessoa se desprende do <strong>conhecimento</strong>, ela entende as<br />

flores.<br />

Todas as palavras são mentiras?<br />

A verdade é uma experiência tão profunda que é impossível expressá-la; é tão<br />

vasta que nenhuma palavra pode contê-la. As palavras são coisas pequenas; elas<br />

têm certa utilidade, mas têm suas limitações. E a verdade não tem limitações; ela<br />

é mais vasta que o céu. A verdade significa toda a existência.<br />

Quando você desaparece no todo, você sabe disso. Dizer que você sabe não é<br />

muito preciso; antes de qualquer coisa, você sente acontecer. Ou, para ser ainda<br />

mais preciso, você se torna esse acontecimento. Quando você se torna o todo, é<br />

impossível expressar o que acontece. E as verdades precisam ser ditas; elas têm<br />

uma qualidade intrínseca para ser compartilhada.<br />

Assim, as palavras são apenas hipotéticas; elas podem ser usadas, mas não se<br />

deve acreditar nelas. Elas devem ser usadas como uma etapa.<br />

Fundamentalmente são todas mentiras; são, no máximo, reflexos aproximados,<br />

mas um reflexo é uma mentira. A lua no céu e a lua refletida no lago não são a<br />

mesma coisa. O rosto no espelho não é na verdade seu rosto; é apenas uma<br />

ilusão. Não há nada no espelho.<br />

Mas as crianças pequenas ficam muito preocupadas com o rosto que está no<br />

espelho – com seu próprio rosto. Quando uma criança é colocada pela primeira<br />

vez diante de um espelho, ela acha que está vendo alguém que está diante dela. E<br />

ela tenta alcançar aquela criança. Se não consegue alcançá-la – e certamente<br />

não consegue –, tenta ir atrás do espelho. Talvez a criança esteja escondida atrás<br />

dele.<br />

E essa é a situação das pessoas que acreditam nas palavras. Mas, de certa<br />

maneira, o espelho é útil. Quando eu digo que o reflexo é uma mentira, não estou<br />

dizendo que ele não tenha utilidade. Se você puder entender, ele lhe diz algo sobre<br />

a verdade, mas não a verdade em si; ele indica. Um dedo apontando para a lua<br />

não é a lua, mas tem uma enorme utilidade: ele pode apontar a lua. Se você fica<br />

muito obcecado com o dedo, é problema seu, não é um problema do dedo. Se<br />

você se esquecer do dedo – e terá de se esquecer dele se quiser ver a lua –, então<br />

o dedo serviu a seu propósito.

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