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Inocencia, conhecimento e encan - Osho

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única maneira de se livrarem do homem era destruí-lo, para que eles pudessem<br />

voltar a ser as pessoas instruídas de sua raça.<br />

Sócrates foi morto por pessoas instruídas; Mansur foi morto por outras pessoas<br />

instruídas. Sempre há um grande conflito quando o terceiro tipo de tolo surge no<br />

mundo. Todos os eruditos se unem; todo o seu negócio está em jogo. Este homem<br />

diz que tudo o que eles sabem é tolice. E, no fundo do coração, eles também<br />

sabem que é tolice, porque aquilo não lhes trouxe nada. Nenhuma bemaventurança,<br />

nenhuma bênção veio daquilo. Eles continuam a ser como sempre<br />

foram – seu <strong>conhecimento</strong> não tocou seus corações, não provocou nenhuma<br />

transformação. No fundo do coração, eles sabem disso; por isso se sentem ainda<br />

mais desconfortáveis. Querem destruir essas pessoas, porque a simples<br />

possibilidade da existência dessas pessoas os transforma em ninguém. Sem Jesus,<br />

eles eram os grandes sacerdotes do templo; com Jesus, eles, de repente, não<br />

eram ninguém. Na presença de Jesus estava a própria divindade, e todos os<br />

sacerdotes perceberam que sua glória havia sido extirpada.<br />

Do segundo para o terceiro tipo de tolo, só as pessoas muito corajosas dão o<br />

salto. É um salto quântico. A religião é apenas para os muito corajosos; na<br />

verdade, para os audaciosos. Não é para os covardes.<br />

Uma história… Um homem idoso que gostava de beber foi levado ao tribunal<br />

de justiça de uma cidade do interior. Mas ele também era uma pessoa instruída e<br />

culta. “Você foi acusado de embriaguez e desordem”, disse-lhe o juiz. “Tem<br />

alguma alegação contra o pronunciamento de uma sentença?”<br />

“A desumanidade do homem para com o homem produz o pranto de<br />

milhares”, começou o prisioneiro em um voo de oratória. “Eu não sou tão<br />

degradado quanto Poe, tão libertino quanto Byron, tão mal-agradecido quanto<br />

Keats, tão descontrolado quanto Burns, tão tímido quanto Tenny son, tão vulgar<br />

quanto Shakespeare, portanto…”<br />

“Já chega”, interrompeu o juiz. “Está condenado a 90 dias de prisão. E,<br />

policial, anote esses nomes que ele mencionou e vá atrás desses sujeitos também.<br />

Eles são tão perniciosos quanto ele.”<br />

Ora, o juiz é o primeiro tipo de tolo, e o julgado é o segundo tipo de tolo. E a<br />

terra é em sua maioria habitada por esses dois tipos de tolos. O terceiro tipo – um<br />

Jesus, um Buda – raramente aparece.<br />

A palavra indiana para tolo é buddhu – vem de Buddha. Quando Buda<br />

renunciou a seu reino e muitas, muitas pessoas começaram a segui-lo, todo o país<br />

entrou em tumulto. As pessoas começaram a dizer umas às outras: “Não seja um<br />

buddhu, não seja um tolo, não siga este homem”. As pessoas começaram a<br />

chamar de buddhus aqueles que seguiram Buda. Ele é um buddhu, ele é um tolo,<br />

porque renunciou a seu reino. Quem mais renunciaria a um reino? As pessoas<br />

anseiam por um reino, desejam e sonham com um reino, e ele renunciou ao dele<br />

– tem que ser um tolo.<br />

O terceiro tipo é um fenômeno muito raro. Mas acontece. E, se você for<br />

suficientemente corajoso, pode dar o salto. O segundo tolo não é tão corajoso.<br />

Ele vai pegando pedaços daqui e dali. Não tem tanta coragem; ele toma

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