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para torná-lo instruído. E, quanto mais você é entulhado de <strong>conhecimento</strong>, menos<br />
flui sua energia de amor. Há tantos bloqueios criados pelo <strong>conhecimento</strong>, tantas<br />
pedras no caminho do amor, e não há instituição no mundo que o ajude a ser<br />
amoroso, onde seu amor seja nutrido.<br />
Essa é minha ideia de uma verdadeira universidade, é isso que eu quero criar.<br />
É claro que ela vai permanecer não reconhecida pelo governo, continuará não<br />
reconhecida pelas outras universidades. E eu posso entender isso – se eles a<br />
reconhecessem, seria uma surpresa para mim. O não re<strong>conhecimento</strong> deles<br />
seria realmente o re<strong>conhecimento</strong> – o re<strong>conhecimento</strong> de que é um tipo de<br />
instituição totalmente diferente, onde as pessoas não são tornadas instruídas, mas<br />
amorosas.<br />
Há séculos a humanidade tem vivido com <strong>conhecimento</strong>, e tem vivido de uma<br />
maneira muito feia. D. H. Lawrence certa vez propôs que, se por cem anos todas<br />
as universidades e escolas fossem fechadas, a humanidade seria imensamente<br />
beneficiada. Eu estou totalmente de acordo com ele. Estas duas pessoas,<br />
Friedrich Nietzsche e D. H. Lawrence, são pessoas belas. Foi uma infelicidade<br />
que tivessem nascido no Ocidente; por isso não tiveram ciência de Lao-tsé, de<br />
Chuang Tsé, de Buda, de Bodhidharma, de Rinzai, de Basho, de Kabir, de Meera.<br />
É lamentável só terem conhecido as tradições judaica e cristã. E eles ficaram<br />
muito ofendidos com toda a abordagem judaica e cristã em relação à vida. Ela é<br />
muito superficial.<br />
Friedrich Nietzsche costumava se intitular “O Anticristo, Friedrich Nietzsche”.<br />
Primeiro ele escreveria “anticristo”. Ele não era realmente anticristo –<br />
anticristão, certamente, porque em um de seus momentos mais lúcidos ele disse<br />
que o primeiro e último cristão foi crucificado; esse foi Jesus Cristo, o primeiro e<br />
o último. Mas no nome de Cristo existe algo absolutamente falso, e no dia em que<br />
Cristo foi negado pelos judeus eles também se tornaram falsos. Desde aquele dia<br />
feio eles não têm vivido verdadeiramente. Como você pode viver de uma<br />
maneira bela se rejeita suas mais belas expressões? O que Moisés iniciou, um<br />
belo fenômeno, chegou a um clímax em Jesus Cristo, mas os judeus rejeitaram<br />
Jesus Cristo. Naquele exato dia eles rejeitaram seu próprio florescimento, sua<br />
própria fragrância. Desde aquele dia eles não têm vivido da maneira certa.<br />
E as pessoas que seguiram Jesus criaram algo absolutamente contrário a<br />
Jesus. Se ele voltasse, ficaria nauseado, desgostoso, vendo o Vaticano, o papa e<br />
tudo aquilo que é falado em nome de Cristo. Minha própria sensação é… Alguém<br />
me perguntou: “Jesus prometeu voltar – ele vai voltar?”. E eu lhe disse: “Se ele<br />
voltar agora, vocês não precisarão crucificá-lo; ele cometerá suicídio! Ver os<br />
cristãos será o suficiente para ele cometer suicídio. Por isso minha sensação é de<br />
que ele não vai voltar. Uma vez é suficiente; duas vezes será demais”.<br />
Mas estes dois homens, Nietzsche e Lawrence, foram imensamente mal<br />
compreendidos no Ocidente. Eles também proporcionaram razões para serem<br />
mal compreendidos; eles não podiam fazer diferente, estavam tateando no<br />
escuro. É claro que a direção estava correta; se eles estivessem no Oriente,<br />
teriam se tornado budas. Eles tinham o potencial – grande potencial, grande<br />
discernimento. Concordo com eles em muitos pontos.