09.05.2017 Views

Inocencia, conhecimento e encan - Osho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

do <strong>conhecimento</strong>. Foi muito difícil se livrar da mente e de suas acumulações.<br />

A criança está fadada a ficar perdida no mundo do <strong>conhecimento</strong>. Sócrates ou<br />

Bodhidharma não eram corruptíveis; ninguém conseguiu corrompê-los. Eles<br />

passaram por todos os estágios escuros da corrupção e sobreviveram. Agora seu<br />

estado é de puro silêncio. Eles não sabem nada do que diz respeito ao<br />

<strong>conhecimento</strong>.<br />

Sócrates fez uma bela distinção; vale a pena lembrar. Ele disse: “Há o<br />

<strong>conhecimento</strong> que é ignorante e há a ignorância que sabe”. O que ele disse<br />

parece contraditório: <strong>conhecimento</strong> que é ignorante e ignorância que sabe. Ele<br />

estava falando sobre a inocência.<br />

A inocência não clama por <strong>conhecimento</strong>, mas está aberta, disponível, capaz<br />

de responder espontaneamente, como um espelho refletindo. É uma incrível<br />

liberdade e uma incrível individuação. Você pode comungar com as flores, com<br />

as montanhas, com as nuvens. Você é tão inocente que há até uma possibilidade<br />

de comunhão com a existência.<br />

O <strong>conhecimento</strong> é uma barreira.<br />

De vez em quando eu tinha como convidado um homem muito famoso:<br />

Mahatma Bhagwandin. Ele era o único, além de Mahatma Gandhi, que era<br />

conhecido como “mahatma”; só duas pessoas na Índia eram conhecidas como<br />

“mahatma”. Mahatma significa a grande alma, o grande santo. Sempre que ele<br />

era meu convidado, eu costumava levá-lo para uma caminhada pela manhã. E<br />

ele tinha tanto <strong>conhecimento</strong> sobre tudo – ele era um homem velho –, sabia o<br />

nome de todas as flores, seus usos, que doenças elas podiam ajudar a curar;<br />

conhecia todas as diferentes árvores e seus usos.<br />

Ele conseguia falar sem parar, e eu tinha de lhe dizer: “Por favor, pare de<br />

falar! – porque eu vim para fazer uma caminhada matinal. Quero desfrutar das<br />

flores, não quero me tornar conhecedor delas. Não quero sequer conhecer seus<br />

nomes latinos. E seu <strong>conhecimento</strong> é uma barreira – você não consegue<br />

enxergar a rosa. Todo o seu <strong>conhecimento</strong> se instala entre você e a rosa – seu<br />

nome latino, suas propriedades, seus usos em diferentes doenças. A flor rosa fica<br />

perdida, bem distante; você começa a se mover para dentro de seu<br />

<strong>conhecimento</strong>”.<br />

Eu continuei: “Se você quiser vir comigo, por favor, fique de boca fechada.<br />

Você pode fazer o que quiser na sua mente – isto é problema seu –, mas eu não<br />

quero saber o nome das árvores, das plantas, das flores, das folhas, do tronco e da<br />

casca. Você destrói toda a minha manhã! Quero permanecer completamente<br />

disponível para este belo nascer do sol, para as flores dançando, para a bela brisa<br />

soprando. Não quero ser atrapalhado pelo <strong>conhecimento</strong>. Minha experiência da<br />

beleza é suficiente”.<br />

Ele permaneceu em silêncio por alguns minutos – mas você não pode dizer<br />

“cale a boca” para os computadores. Depois de alguns minutos ele voltou a se<br />

esquecer. Vendo algo novo, ele disse: “Olhe aquela planta. Ela é muito boa para<br />

pessoas que sofrem de enxaqueca”.<br />

Eu disse: “Você está me provocando uma enxaqueca. Por favor, dê-me

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!