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A Crise De 1929 - Bernard Gazier

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42% nos Estados Unidos.<br />

Conseqüentemente, os números observados na produção e os rendimentos são muitas vezes<br />

mais extraordinários do que os dados corrigidos das oscilações de preços, pois nos anos<br />

<strong>1929</strong>-1933 duas baixas se superpõem e se reforçam; no caso da produção, ocorre a da<br />

atividade “real” e a do valor nominal dos produtos. O valor aproximado da retração passa<br />

facilmente de 30% a 50%: o PNB 1 dos Estados Unidos, por exemplo, em dólar corrente, é<br />

avaliado em 104,4 bilhões para <strong>1929</strong>. Em 1933, não passa de 56 bilhões.<br />

Em alguns países, a crise se manifesta, portanto, numa diminuição à metade dos grandes<br />

indicadores nominais da produção e da receita nacional.<br />

A transformação do comércio internacional é mais surpreendente ainda: em bilhões de<br />

dólares-ouro, a retração das importações de 75 países, calculada pela Liga das Nações, vai de<br />

um máximo de 3,04 bilhões em abril de <strong>1929</strong> a um mínimo de 0,944 bilhão em fevereiro de<br />

1933, ou seja, uma baixa de 69%. Uma ilustração eficaz e famosa da inexorabilidade do<br />

fenômeno é o diagrama em espiral estabelecido em 1933 pelo Instituto Austríaco de Pesquisas<br />

sobre a Conjuntura e retomado pela Liga das Nações (Figura 4). Quando suprimido o efeito da<br />

baixa dos preços, a queda, ao invés de ser de dois terços, não passa de 25%. Esse número<br />

global de volume não é suficiente, no entanto, para caracterizar a evolução das trocas. A<br />

análise de quatro pequenos gráficos estabelecidos pela Liga das Nações permite especificar<br />

alguns pontos essenciais (ver Figuras 5 e 6). O primeiro contrapõe, no mundo inteiro, três<br />

índices de base 100 em <strong>1929</strong>: o do volume de comércio mundial, o da produção industrial e o<br />

da produção de base, isto é, a produção agrícola e as matérias-primas, brutas ou<br />

semimanufaturadas. A comparação desses três índices leva a situar a queda das trocas<br />

mundiais entre a fortíssima retração industrial e a resistência das produções de base: o que<br />

não é muito surpreendente, na medida em que esses dois tipos de produção são alvo de<br />

transações internacionais.<br />

<strong>1929</strong> 1930 1931 1932 1933<br />

I 2,997 7 2,738 9 1,838 9 1,206 0 0,992 4<br />

II 2,630 3 2,454 6 1,700 5 1,186 7 0,944 0<br />

III 2,814 8 2,563 9 1,889 1 1,230 4 1,056 9<br />

IV 3,039 1 2,449 9 1,796 4 1,212 8<br />

V 2,967 6 2,447 0 1,764 3 1,150 5<br />

VI 2,791 0 2,325 7 1,732 3 1,144 7<br />

VII 2,813 9 2,189 5 1,679 6 0,993 7<br />

VIII 2,818 5 2,137 7 1,585 9 1,004 6<br />

IX 2,773 9 2,164 8 1,572 1 1,029 6<br />

X 2,966 8 2,300 8 1,556 3 1,090 4<br />

XI 2,888 8 2,051 3 1,470 0 1,093 3<br />

XII 2,793 9 2,095 9 1,426 9 1,121 2

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