Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
mercado | do luxo ao popular<br />
Enxutos e eficientes<br />
Produtos são criados<br />
para atender a um<br />
público com menor<br />
poder aquisitivo ou que<br />
não quer deixar de ter<br />
a proteção para sua<br />
vida e seu patrimônio,<br />
mesmo diante de<br />
tempos de crise.<br />
Livia Sousa<br />
Até pouco tempo, a grande<br />
estratégia das seguradoras<br />
para se destacar em um mercado<br />
competitivo era a aposta<br />
em serviços de excelência e a oferta de<br />
coberturas diferenciadas. Com a crise<br />
econômica, porém, o quadro apresentou<br />
uma mudança significativa: a classe C,<br />
que vinha numa crescente, se retraiu; e o<br />
índice de inadimplência aumentou. Muitos<br />
clientes, inclusive, deixaram de renovar<br />
ou contratar novos tipos de seguro.<br />
As companhias passaram, então, a<br />
intensificar os investimentos em produtos<br />
de custos mais atrativos, que ficavam em<br />
segundo plano nas estratégias comerciais.<br />
Mais uma vez, as carteiras automóvel e<br />
residencial saíram na frente ao elaborar<br />
seguros menos abrangentes – e que, ao<br />
mesmo tempo, suprem perfeitamente as<br />
20<br />
❙❙Ana Paula Fernandes, da Lockton<br />
necessidades do cliente final. Operadoras<br />
de saúde também apostam em planos<br />
voltados a este público.<br />
“O mercado visualiza como baixo<br />
custo ou básico um seguro em que se pode<br />
reduzir ao máximo o tipo de contratação<br />
e ainda assim garantir a cobertura dos<br />
bens”, diz Ana Paula Fernandes, gerente<br />
de Varejo da corretora Lockton Brasil.<br />
Estes seguros normalmente são diferentes<br />
de um seguro completo, justamente pelas<br />
cláusulas e coberturas mais simples.<br />
Para a executiva, a evolução deste tipo<br />
de produto, que tem sido bastante alta,<br />
deve continuar neste patamar. “Ao incluir<br />
o produto em seu portfólio, as seguradoras<br />
alcançam resultados positivos”, completa.<br />
O desejo dos brasileiros<br />
Desde o inicio dos anos 2000, a<br />
classe C vinha melhorando a condição<br />
social e o plano de saúde foi tomando<br />
importância na escala de prioridades<br />
deste público. Mas segundo a Agência<br />
Nacional de Saúde Suplementar (ANS),<br />
entre março de 2015 ao mesmo mês<br />
deste ano o setor de planos de saúde<br />
perdeu aproximadamente 1,3 milhão de<br />
beneficiários. Do total, 617 mil perdas<br />
aconteceram no primeiro semestre de<br />
2016. “Além dos trabalhadores que<br />
ficaram desempregados e deixaram de<br />
ter este benefício através dos planos<br />
empresariais, uma boa parte das exclusões<br />
são contratantes individuais que<br />
reclassificaram suas prioridades”, analisa<br />
Laureci Zeviani, diretor comercial da<br />
Ameplan Assistência Médica Planejada.<br />
Ainda assim, de acordo com uma<br />
pesquisa recente realizada pelo Ibope<br />
Inteligência, os planos de saúde continuam<br />
sendo um dos maiores desejos da<br />
população, ocupando o terceiro lugar<br />
neste ranking e ficando atrás apenas dos<br />
itens “educação” e “casa própria”.<br />
Nesta categoria não há o chamado<br />
serviço popular, considerando que os planos<br />
de saúde são todos iguais do ponto de<br />
vista legal e, por isso, obrigados a entregar<br />
os mesmos serviços previstos na Lei<br />
9.656/98. “Todos eles são tradicionais.<br />
A diferenças está nas competências com<br />
que cada um entrega o seu serviço para<br />
o público-alvo. Se podemos classificar<br />
os diferentes serviços, entre as diferentes<br />
❙❙Laureci Zeviani, da Ameplan