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EspEcIal dIa da mulhEr<br />
Infoglobo acredita estar na<br />
vanguarda do movimento feminino<br />
Empresa tem 43% do total dos cargos <strong>de</strong> gestão ocupados por elas e é<br />
alinhada com o projeto ONU Mulheres, que busca igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> chances<br />
Claudia Penteado<br />
Virginia Any, diretora <strong>de</strong><br />
mercado anunciante da Infoglobo,<br />
Editora Globo e Valor<br />
Econômico, se consi<strong>de</strong>ra feminista<br />
2.0 - ou até 3.0.<br />
Ela explica: se por muito<br />
tempo as mulheres tiveram<br />
<strong>de</strong> seguir mo<strong>de</strong>los masculinos<br />
para avançarem nas suas carreiras,<br />
hoje há na socieda<strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s mulheres à frente <strong>de</strong><br />
corporações como mo<strong>de</strong>los femininos<br />
para inspirar as novas<br />
gerações. “Acredito que nosso<br />
papel é ser exemplo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
realizações como profissionais<br />
e como mulheres”, diz.<br />
A empresa on<strong>de</strong> trabalha<br />
– Infoglobo – parece estar na<br />
vanguarda do movimento feminino,<br />
pois, segundo Virginia,<br />
46% do total <strong>de</strong> funcionários e<br />
estagiários são mulheres, sendo<br />
que 43% do total dos cargos<br />
<strong>de</strong> gestão são ocupados<br />
por mulheres. “Se pegarmos o<br />
movimento da ONU Mulheres<br />
como exemplo, que tem como<br />
objetivo alcançar 50% até 2030,<br />
vemos o quanto estamos na<br />
vanguarda quanto à igualda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s por aqui.<br />
A igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros já está<br />
presente na nossa cultura, já é<br />
consi<strong>de</strong>rada naturalmente”.<br />
Não há, como na maioria das<br />
empresas, medidas específicas<br />
voltadas para a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros.<br />
O foco é na igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
oportunida<strong>de</strong>s, para homens<br />
e mulheres. Virginia chama<br />
a atenção sobre outro aspecto<br />
para o que ela classifica <strong>de</strong><br />
“nova fase do feminismo”: trazer<br />
os homens para a conversa.<br />
Ela menciona Naisha Bradley,<br />
diretora do centro <strong>de</strong> estudo<br />
<strong>de</strong> mulheres <strong>de</strong> Harvard,<br />
que, durante o evento Power<br />
Trip Summit, promovido pela<br />
revista Marie Claire no ano passado,<br />
disse que seu marido é<br />
tão pai <strong>de</strong> seus filhos como ela<br />
é mãe <strong>de</strong>les.<br />
“O que permite uma mulher<br />
ter uma vida profissional ple-<br />
Virginia Any: “Igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros já está presente na nossa cultura, já é consi<strong>de</strong>rada naturalmente”<br />
na e construir uma família, é<br />
ter um parceiro (a) que veja o<br />
mundo da mesma forma que<br />
ela. Mulheres ainda investem<br />
o dobro do tempo nos afazeres<br />
domésticos e no compromisso<br />
com a família. Ainda é raro<br />
empresas que dão aos homens<br />
uma licença paternida<strong>de</strong> que<br />
permita a eles dividir as funções<br />
do bebê <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo<br />
com suas mulheres”, diz.<br />
Virginia vê com bons olhos<br />
os movimentos contra o assédio,<br />
que, segundo ela, buscam<br />
modificar hábitos culturais que<br />
já não combinam mais com o<br />
nosso tempo, acabando com<br />
manifestações que diminuem<br />
as mulheres.<br />
Porém, teme que posturas<br />
muito radicais, o fim do humor<br />
e da leveza, possam fazer os<br />
movimentos feministas serem<br />
vistos como a “patrulha do politicamente<br />
correto”. O ponto,<br />
ela diz, é equida<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos e<br />
oportunida<strong>de</strong>s.<br />
“Acredito que<br />
nosso pApel é<br />
ser exemplo<br />
<strong>de</strong> grAn<strong>de</strong>s<br />
reAlizAções como<br />
profissionAis e<br />
como mulheres”<br />
Marçal Neto/Divulgação<br />
Ela própria afirma ter enfrentado<br />
obstáculos para trilhar seu<br />
caminho profissional, porém<br />
muito mais <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pessoal,<br />
procurando enten<strong>de</strong>r que<br />
a perfeição não existe em todos<br />
os papéis <strong>de</strong>sempenhados.<br />
Nunca enfrentou assédio no<br />
trabalho, em todas as empresas<br />
que passou.<br />
“Nos <strong>de</strong>sdobramos em diversos<br />
papéis e jornadas para<br />
equilibrar a nossa vida. Muitas<br />
vezes, abri mão <strong>de</strong> mim pelos<br />
outros para isso, e é difícil<br />
não sentir culpa. Mas, ao mesmo<br />
tempo, esse <strong>de</strong>safio <strong>de</strong>senvolve<br />
nas mulheres um olhar<br />
sistêmico sobre tudo o que fazemos”.<br />
O <strong>de</strong>safio continua: as mulheres<br />
tiveram importantes<br />
conquistas no mercado <strong>de</strong> trabalho,<br />
e transformações reais<br />
ocorreram. “Mas, isso não nos<br />
impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> vislumbrar melhorias<br />
que ainda precisam ser feitas”,<br />
conclui.<br />
48 5 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark