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edição de 5 de março de 2018

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EspEcIal dIa da mulhEr<br />

Infoglobo acredita estar na<br />

vanguarda do movimento feminino<br />

Empresa tem 43% do total dos cargos <strong>de</strong> gestão ocupados por elas e é<br />

alinhada com o projeto ONU Mulheres, que busca igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> chances<br />

Claudia Penteado<br />

Virginia Any, diretora <strong>de</strong><br />

mercado anunciante da Infoglobo,<br />

Editora Globo e Valor<br />

Econômico, se consi<strong>de</strong>ra feminista<br />

2.0 - ou até 3.0.<br />

Ela explica: se por muito<br />

tempo as mulheres tiveram<br />

<strong>de</strong> seguir mo<strong>de</strong>los masculinos<br />

para avançarem nas suas carreiras,<br />

hoje há na socieda<strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s mulheres à frente <strong>de</strong><br />

corporações como mo<strong>de</strong>los femininos<br />

para inspirar as novas<br />

gerações. “Acredito que nosso<br />

papel é ser exemplo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

realizações como profissionais<br />

e como mulheres”, diz.<br />

A empresa on<strong>de</strong> trabalha<br />

– Infoglobo – parece estar na<br />

vanguarda do movimento feminino,<br />

pois, segundo Virginia,<br />

46% do total <strong>de</strong> funcionários e<br />

estagiários são mulheres, sendo<br />

que 43% do total dos cargos<br />

<strong>de</strong> gestão são ocupados<br />

por mulheres. “Se pegarmos o<br />

movimento da ONU Mulheres<br />

como exemplo, que tem como<br />

objetivo alcançar 50% até 2030,<br />

vemos o quanto estamos na<br />

vanguarda quanto à igualda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s por aqui.<br />

A igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros já está<br />

presente na nossa cultura, já é<br />

consi<strong>de</strong>rada naturalmente”.<br />

Não há, como na maioria das<br />

empresas, medidas específicas<br />

voltadas para a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros.<br />

O foco é na igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>s, para homens<br />

e mulheres. Virginia chama<br />

a atenção sobre outro aspecto<br />

para o que ela classifica <strong>de</strong><br />

“nova fase do feminismo”: trazer<br />

os homens para a conversa.<br />

Ela menciona Naisha Bradley,<br />

diretora do centro <strong>de</strong> estudo<br />

<strong>de</strong> mulheres <strong>de</strong> Harvard,<br />

que, durante o evento Power<br />

Trip Summit, promovido pela<br />

revista Marie Claire no ano passado,<br />

disse que seu marido é<br />

tão pai <strong>de</strong> seus filhos como ela<br />

é mãe <strong>de</strong>les.<br />

“O que permite uma mulher<br />

ter uma vida profissional ple-<br />

Virginia Any: “Igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros já está presente na nossa cultura, já é consi<strong>de</strong>rada naturalmente”<br />

na e construir uma família, é<br />

ter um parceiro (a) que veja o<br />

mundo da mesma forma que<br />

ela. Mulheres ainda investem<br />

o dobro do tempo nos afazeres<br />

domésticos e no compromisso<br />

com a família. Ainda é raro<br />

empresas que dão aos homens<br />

uma licença paternida<strong>de</strong> que<br />

permita a eles dividir as funções<br />

do bebê <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo<br />

com suas mulheres”, diz.<br />

Virginia vê com bons olhos<br />

os movimentos contra o assédio,<br />

que, segundo ela, buscam<br />

modificar hábitos culturais que<br />

já não combinam mais com o<br />

nosso tempo, acabando com<br />

manifestações que diminuem<br />

as mulheres.<br />

Porém, teme que posturas<br />

muito radicais, o fim do humor<br />

e da leveza, possam fazer os<br />

movimentos feministas serem<br />

vistos como a “patrulha do politicamente<br />

correto”. O ponto,<br />

ela diz, é equida<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos e<br />

oportunida<strong>de</strong>s.<br />

“Acredito que<br />

nosso pApel é<br />

ser exemplo<br />

<strong>de</strong> grAn<strong>de</strong>s<br />

reAlizAções como<br />

profissionAis e<br />

como mulheres”<br />

Marçal Neto/Divulgação<br />

Ela própria afirma ter enfrentado<br />

obstáculos para trilhar seu<br />

caminho profissional, porém<br />

muito mais <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pessoal,<br />

procurando enten<strong>de</strong>r que<br />

a perfeição não existe em todos<br />

os papéis <strong>de</strong>sempenhados.<br />

Nunca enfrentou assédio no<br />

trabalho, em todas as empresas<br />

que passou.<br />

“Nos <strong>de</strong>sdobramos em diversos<br />

papéis e jornadas para<br />

equilibrar a nossa vida. Muitas<br />

vezes, abri mão <strong>de</strong> mim pelos<br />

outros para isso, e é difícil<br />

não sentir culpa. Mas, ao mesmo<br />

tempo, esse <strong>de</strong>safio <strong>de</strong>senvolve<br />

nas mulheres um olhar<br />

sistêmico sobre tudo o que fazemos”.<br />

O <strong>de</strong>safio continua: as mulheres<br />

tiveram importantes<br />

conquistas no mercado <strong>de</strong> trabalho,<br />

e transformações reais<br />

ocorreram. “Mas, isso não nos<br />

impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> vislumbrar melhorias<br />

que ainda precisam ser feitas”,<br />

conclui.<br />

48 5 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark

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