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Revista Apólice #207

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❙❙Paulo Moraes, da HDI<br />

❙❙Williams Monteiro, da Pan Seguros<br />

sentam aplicabilidade. “O que temos no<br />

mercado são opções demais. É preciso<br />

fazer escolhas mais acertadas e evoluir<br />

o modelo, porque o desenvolvimento tem<br />

que estar de acordo com a demanda e a<br />

real necessidade do cliente”, aposta.<br />

As assistências também vêem essa<br />

alternativa como aliadas da boa prestação<br />

de serviços, como afirma Ulisses Campos,<br />

diretor de Tecnologia da Europ Assistance,<br />

afirmando que a parte técnica já<br />

não chega a ser um obstáculo que precisa<br />

ser transposto, mas a relevância, sim, pois<br />

coloca entraves para alcançar o público.<br />

“Apesar de muito difundidas, algumas<br />

pessoas ainda têm receio em abraçar<br />

as novas tecnologias, pois imaginam<br />

que possa haver riscos. Temos que criar<br />

serviços relevantes que, para eles, sejam<br />

indispensáveis e compensem os riscos,<br />

que muitas vezes são mínimos ou nem<br />

sequer realmente existem”, esclarece.<br />

Agregar valor a um aplicativo é mostrar<br />

que ele é mais rápido, seguro e que pode<br />

dar ao cliente a comodidade, que hoje não<br />

está mais em apenas receber serviços no<br />

conforto de sua casa, mas em poder estar<br />

em qualquer lugar e ser bem atendido.<br />

Se há um setor com o qual o mercado<br />

de seguros pode aprender quanto a isso,<br />

é o setor bancário. Há mais ou menos<br />

10 anos seria impensável que as pessoas<br />

tomassem conta de suas finanças e de<br />

seus bens por computadores e, menos<br />

ainda, celulares. Atualmente, o mercado<br />

bancário tem suas operações cada vez<br />

mais digitalizadas e convidativas a gerações<br />

mais novas, que vivem sempre, e<br />

continuarão, cada vez mais conectadas.<br />

A experiência de Cristiano Barbieri,<br />

diretor de Tecnologia da SulAmérica,<br />

atesta que mesmo serviços em plataformas<br />

mais simples, como o envio de SMS,<br />

já trazem resultados: cinco a oito torpedos<br />

enviados eliminam uma ligação, deixam<br />

o cliente informado e possibilitam que ele<br />

acesse aquela informação quando quiser.<br />

Quanto aos aplicativos, Barbieri ressalta<br />

que cada um que possa ser desenvolvido<br />

precisa ser pensado para sua carteira,<br />

seu nicho. O cliente de automóvel terá<br />

necessidades de usabilidade diferentes,<br />

acessará bem mais o aplicativo porque<br />

pode precisar de um guincho, os sinistros<br />

são mais frequentes. “Assim como o<br />

segurado do plano de saúde, que poderá<br />

precisar acessar a rede credenciada,<br />

agendar consultas, acessar a carteirinha<br />

digital. É diferente de um seguro de vida,<br />

que precisa interagir muito pouco com a<br />

companhia”, destaca Barbieri.<br />

Crença de mercado<br />

Todos esses movimentos envolvem a<br />

mudança de perfil dos consumidores do<br />

mercado. De um lado, uma companhia<br />

tentando antecipar os desejos de seus<br />

clientes para oferecer, primeiro, algum<br />

tipo de solução. Do outro lado, clientes<br />

mais exigentes e menos passivos, que têm<br />

um canal importante e público para mostrar<br />

contentamento ou descontentamento<br />

para a comunidade: as redes sociais.<br />

Sabendo disso, a área de seguros<br />

abandona muito de seu conservadorismo<br />

para arriscar em alternativas. “A questão<br />

da mobilidade e das soluções digitais em<br />

seguros ainda são embrionárias, é verdade,<br />

mas mesmo não estando na vanguarda<br />

esse é um mercado atento e preocupado<br />

com isso, que depende de áreas dentro<br />

das companhias para tratar do assunto. O<br />

mercado é cauteloso, mas tem trabalhado<br />

com intensidade”, defende Campos.<br />

Já Barbieri acredita que o mercado<br />

está aberto para desenvolver aplicações<br />

efetivas na área tecnológica, porém<br />

lembra que não basta conhecer o que<br />

está disponível, mas que é preciso de um<br />

método para alcançar objetivos. “Temos<br />

usado método de design thinking (Leia<br />

mais sobre o assunto na página 28), prototipação<br />

e tentado entender o que aqueles<br />

conceitos reunidos agregarão na vida dos<br />

clientes e ao meu produto”, explica.<br />

Desde 2004, o termo Web 2.0 é utilizado<br />

para designar o modelo que utiliza<br />

a internet como plataforma de serviços<br />

e geração de comunidades virtuais, com<br />

o uso de wikis, informações indexadas,<br />

redes sociais, blogs etc. Estando dentro<br />

desse conceito, as seguradoras passam a<br />

avançar e se alinham com as evoluções<br />

do mundo, mas as mudanças são rápidas.<br />

O jornal americano The New York Times<br />

já anuncia a versão Web 3.0 desses<br />

sistemas, que deve acontecer em dez a<br />

quinze anos, com o uso mais inteligente e<br />

integrado de todos dispositivos e exigindo<br />

daqueles que se pretendem tecnológicos,<br />

um serviço mais voltado ao indivíduo,<br />

personalizado, sob medida. O tempo de<br />

❙❙Ulisses Campos, da Europ Assistance<br />

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