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❙❙Paulo Moraes, da HDI<br />
❙❙Williams Monteiro, da Pan Seguros<br />
sentam aplicabilidade. “O que temos no<br />
mercado são opções demais. É preciso<br />
fazer escolhas mais acertadas e evoluir<br />
o modelo, porque o desenvolvimento tem<br />
que estar de acordo com a demanda e a<br />
real necessidade do cliente”, aposta.<br />
As assistências também vêem essa<br />
alternativa como aliadas da boa prestação<br />
de serviços, como afirma Ulisses Campos,<br />
diretor de Tecnologia da Europ Assistance,<br />
afirmando que a parte técnica já<br />
não chega a ser um obstáculo que precisa<br />
ser transposto, mas a relevância, sim, pois<br />
coloca entraves para alcançar o público.<br />
“Apesar de muito difundidas, algumas<br />
pessoas ainda têm receio em abraçar<br />
as novas tecnologias, pois imaginam<br />
que possa haver riscos. Temos que criar<br />
serviços relevantes que, para eles, sejam<br />
indispensáveis e compensem os riscos,<br />
que muitas vezes são mínimos ou nem<br />
sequer realmente existem”, esclarece.<br />
Agregar valor a um aplicativo é mostrar<br />
que ele é mais rápido, seguro e que pode<br />
dar ao cliente a comodidade, que hoje não<br />
está mais em apenas receber serviços no<br />
conforto de sua casa, mas em poder estar<br />
em qualquer lugar e ser bem atendido.<br />
Se há um setor com o qual o mercado<br />
de seguros pode aprender quanto a isso,<br />
é o setor bancário. Há mais ou menos<br />
10 anos seria impensável que as pessoas<br />
tomassem conta de suas finanças e de<br />
seus bens por computadores e, menos<br />
ainda, celulares. Atualmente, o mercado<br />
bancário tem suas operações cada vez<br />
mais digitalizadas e convidativas a gerações<br />
mais novas, que vivem sempre, e<br />
continuarão, cada vez mais conectadas.<br />
A experiência de Cristiano Barbieri,<br />
diretor de Tecnologia da SulAmérica,<br />
atesta que mesmo serviços em plataformas<br />
mais simples, como o envio de SMS,<br />
já trazem resultados: cinco a oito torpedos<br />
enviados eliminam uma ligação, deixam<br />
o cliente informado e possibilitam que ele<br />
acesse aquela informação quando quiser.<br />
Quanto aos aplicativos, Barbieri ressalta<br />
que cada um que possa ser desenvolvido<br />
precisa ser pensado para sua carteira,<br />
seu nicho. O cliente de automóvel terá<br />
necessidades de usabilidade diferentes,<br />
acessará bem mais o aplicativo porque<br />
pode precisar de um guincho, os sinistros<br />
são mais frequentes. “Assim como o<br />
segurado do plano de saúde, que poderá<br />
precisar acessar a rede credenciada,<br />
agendar consultas, acessar a carteirinha<br />
digital. É diferente de um seguro de vida,<br />
que precisa interagir muito pouco com a<br />
companhia”, destaca Barbieri.<br />
Crença de mercado<br />
Todos esses movimentos envolvem a<br />
mudança de perfil dos consumidores do<br />
mercado. De um lado, uma companhia<br />
tentando antecipar os desejos de seus<br />
clientes para oferecer, primeiro, algum<br />
tipo de solução. Do outro lado, clientes<br />
mais exigentes e menos passivos, que têm<br />
um canal importante e público para mostrar<br />
contentamento ou descontentamento<br />
para a comunidade: as redes sociais.<br />
Sabendo disso, a área de seguros<br />
abandona muito de seu conservadorismo<br />
para arriscar em alternativas. “A questão<br />
da mobilidade e das soluções digitais em<br />
seguros ainda são embrionárias, é verdade,<br />
mas mesmo não estando na vanguarda<br />
esse é um mercado atento e preocupado<br />
com isso, que depende de áreas dentro<br />
das companhias para tratar do assunto. O<br />
mercado é cauteloso, mas tem trabalhado<br />
com intensidade”, defende Campos.<br />
Já Barbieri acredita que o mercado<br />
está aberto para desenvolver aplicações<br />
efetivas na área tecnológica, porém<br />
lembra que não basta conhecer o que<br />
está disponível, mas que é preciso de um<br />
método para alcançar objetivos. “Temos<br />
usado método de design thinking (Leia<br />
mais sobre o assunto na página 28), prototipação<br />
e tentado entender o que aqueles<br />
conceitos reunidos agregarão na vida dos<br />
clientes e ao meu produto”, explica.<br />
Desde 2004, o termo Web 2.0 é utilizado<br />
para designar o modelo que utiliza<br />
a internet como plataforma de serviços<br />
e geração de comunidades virtuais, com<br />
o uso de wikis, informações indexadas,<br />
redes sociais, blogs etc. Estando dentro<br />
desse conceito, as seguradoras passam a<br />
avançar e se alinham com as evoluções<br />
do mundo, mas as mudanças são rápidas.<br />
O jornal americano The New York Times<br />
já anuncia a versão Web 3.0 desses<br />
sistemas, que deve acontecer em dez a<br />
quinze anos, com o uso mais inteligente e<br />
integrado de todos dispositivos e exigindo<br />
daqueles que se pretendem tecnológicos,<br />
um serviço mais voltado ao indivíduo,<br />
personalizado, sob medida. O tempo de<br />
❙❙Ulisses Campos, da Europ Assistance<br />
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