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com facilidade, a equipe tende<br />
a fazer o mesmo.<br />
1 Interceder quando for necessário<br />
– tanto com clientes quanto em<br />
negociações internas, com outros<br />
departamentos –, ajudando o<br />
grupo a chegar ao fechamento.<br />
Crítico – O crítico é alguém com<br />
uma visão mais analítica, quase<br />
um “chato”, que sinaliza as falhas<br />
que a equipe de frente está cometendo<br />
ao negociar – logicamente,<br />
sempre dando feedback em particular<br />
e de forma construtiva. O<br />
crítico também tem a função de<br />
manter o foco da equipe no que é<br />
importante e de ajudar os vendedores<br />
a pensarem de forma abrangente,<br />
sugerindo soluções e novas<br />
alternativas para sair dos impasses.<br />
Amigo – O amigo é a pessoa que<br />
constrói o relacionamento e consegue<br />
estabelecer uma relação de<br />
confiança e, com isso, obter informações<br />
importantes para o bom<br />
andamento da negociação. Essa<br />
confiança também pode fazer com<br />
que pareça ser um mediador entre<br />
a empresa e o cliente.<br />
Expert – O expert dificilmente<br />
negocia diretamente, ele entra apenas<br />
para dar um aval, apresentar<br />
mais informações ou sanar as dúvidas<br />
que possam existir sobre um<br />
assunto. Normalmente, esse papel<br />
é desempenhado por uma pessoa<br />
com conhecimento técnico e que<br />
ajuda o cliente a se sentir seguro e<br />
decidir pela compra. O expert também<br />
deve ser preparado para desempenhar<br />
esse papel – certamente<br />
sempre deve dizer a verdade e<br />
responder com precisão, mas com<br />
o cuidado de não falar demais e<br />
atrapalhar o trabalho do vendedor.<br />
Observador – Sempre falamos da<br />
importância de perceber os sinais<br />
que nossos clientes emitem: atitudes<br />
ou comportamentos que demonstrem<br />
interesse no nosso produto/<br />
serviço, entusiasmo, insegurança,<br />
sinais de que podemos avançar para<br />
o fechamento, e assim por diante.<br />
Essa comunicação toda é sutil e<br />
normalmente atrelada à linguagem<br />
corporal – tom de voz, postura,<br />
olhares etc. Muitas vezes, quem<br />
está à frente da negociação está tão<br />
envolvido em sua própria linha de<br />
raciocínio que não consegue ter<br />
uma percepção clara do cenário<br />
geral – e é nesse momento que o<br />
observador, que é mais ouvinte e<br />
não participa tão ativamente, pode<br />
ajudar, intercedendo pontualmente<br />
durante a negociação ou apontando<br />
possibilidades para quem<br />
estiver liderando o processo.<br />
Secretário – Assim como observar<br />
é importante, outra tarefa fundamental<br />
é anotar o que está sendo<br />
discutido e, principalmente,<br />
ofertado. Inúmeras vezes vi compradores<br />
e vendedores voltarem<br />
atrás em propostas feitas e dizerem<br />
que nunca tinham feito aquela proposta<br />
simplesmente porque ela não<br />
estava registrada. Como você deve<br />
imaginar, isso normalmente gera<br />
um grande mal-estar – nem tanto<br />
pela proposta em si, mas pela discussão<br />
que se inicia do que foi dito<br />
ou não. Essa quebra de confiança<br />
complica muito o fechamento. A<br />
presença de alguém que escute com<br />
atenção e anote tudo o que for falado<br />
faz com que as duas partes<br />
pensem melhor antes de falar e se<br />
comprometam com o que foi dito.<br />
Criativo – A função do criativo<br />
é pensar em possibilidades de trocas<br />
justas, que facilitem a negociação<br />
e façam o cliente ter a percepção<br />
de que está fazendo um<br />
ótimo negócio. Para isso, precisa<br />
ter uma visão clara do custo, bem<br />
como do valor percebido de cada<br />
uma das concessões que são feitas<br />
por ambos os lados, mostrando ao<br />
cliente o valor, as vantagens e os<br />
benefícios que terá ao aceitar o<br />
que está sendo oferecido.<br />
Você certamente já entendeu<br />
e identificou na sua equipe quem<br />
desempenha cada um desses papéis,<br />
não é mesmo? Provavelmente,<br />
também deve ter percebido que<br />
esses personagens são encontrados<br />
da mesma forma em meio aos seus<br />
clientes, ou seja, os compradores.<br />
Chegou o momento, então, de fazer<br />
algumas reflexões importantes<br />
sobre essa questão dentro da<br />
sua empresa:<br />
1) Todos os personagens estão<br />
bem-representados ou algum<br />
anda esquecido?<br />
2) O líder está desempenhando<br />
todas as funções do seu papel<br />
ou pode melhorar algum dos<br />
pontos?<br />
3) O líder ou o vendedor não está<br />
sobrecarregado tentando assumir<br />
muitos papéis e acaba deixando<br />
algumas funções de lado?<br />
4) Não esqueça que nem todos os<br />
personagens aparecem na cena<br />
da negociação, alguns podem<br />
ser influenciadores ocultos.<br />
Também não se esqueça<br />
de se perguntar quem mais<br />
está ajudando o cliente a tomar<br />
a decisão.<br />
5) Se o cliente tiver uma equipe<br />
de personagens mais completa<br />
e alinhada que a do vendedor,<br />
certamente estará em vantagem.<br />
Por isso, tenha em mente<br />
que todos esses papéis são importantes,<br />
necessários e precisam<br />
ser estrategicamente desempenhados.<br />
Bons negócios!<br />
“[É papel do líder]<br />
dar as diretrizes de<br />
qual será o estilo<br />
e a estratégia de<br />
negociação dos<br />
vendedores, treinálos<br />
e ajudá-los<br />
a manter a linha<br />
definida. Quando<br />
o líder não passa<br />
formalmente essa<br />
linha, a equipe tende<br />
a imitar a forma<br />
como ele age. Sendo<br />
assim, se o líder for<br />
um negociador difícil<br />
e um tanto arrogante,<br />
sua equipe tende a<br />
se parecer com ele,<br />
ao passo que, se<br />
for mais bonzinho<br />
e fizer concessões<br />
com facilidade, a<br />
equipe tende a fazer<br />
o mesmo.”<br />
Silvia Candeloro é especialista<br />
e estudiosa na área<br />
de negociação, treina equipes<br />
comerciais e assessora<br />
empresários e executivos,<br />
além de ser palestrante.<br />
Possui MBA em<br />
Gestão Empresarial pela<br />
FGV, é professora de Negociação<br />
no Centro Europeu<br />
e autora do Kit de Negociação<br />
<strong>VendaMais</strong>. Foi, durante<br />
16 anos, sócia e diretora<br />
da Editora Quantum.<br />
vendamais.com.br - JULHO-AGOSTO 2017 49