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Jornal das Oficinas 153

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18<br />

TECNOLOGIA<br />

Motores de combustão e caixas de velocidade<br />

Independência<br />

ou morte?<br />

› Numa altura em que a indústria<br />

automóvel aponta para os veículos<br />

elétricos e movidos a energias<br />

alternativas, onde não existem motores<br />

alimentados a combustíveis fósseis<br />

nem caixas de velocidade manuais,<br />

ainda há quem veja futuro nas soluções<br />

“convencionais”. Estaremos perante um<br />

caso de independência ou morte? Só o<br />

tempo o dirá<br />

Por: Ricardo Carvalho<br />

Os automóveis que montam<br />

motores de combustão interna<br />

dispõem de um considerável<br />

potencial de melhoria dos seus consumos<br />

e emissões. Por um lado, através<br />

da otimização tecnológica do próprio<br />

propulsor, aumentando a sua eficiência<br />

e minimizando as per<strong>das</strong> de energia.<br />

Por outro, fazendo parte de um sistema<br />

de propulsão híbrido. E, depois, ainda<br />

existe o uso de combustíveis alternativos,<br />

como o gás natural ou os combustíveis<br />

sintéticos. O volume mundial de<br />

automóveis com caixas de velocidade<br />

manuais continuará a aumentar. Contudo,<br />

com pequenas modificações,<br />

poderão tirar benefícios <strong>das</strong> novas<br />

tecnologias na redução do consumo<br />

de combustível e <strong>das</strong> emissões de CO 2.<br />

Nos últimos 15 anos, os motores a<br />

gasolina registaram enormes progressos<br />

em termos da redução de consumos<br />

e emissões. Incitados por uma<br />

legislação ambiental cada vez mais<br />

exigente, os fabricantes têm vindo a<br />

aplicar nestes propulsores as tecnologias<br />

que já empregaram nos Diesel,<br />

como, por exemplo, a injeção direta<br />

e a sobrealimentação através de turbocompressor.<br />

Isto permitiu conceber<br />

motores mais pequenos (o chamado<br />

downsizing), com cilindrada mais baixa<br />

e menor número de cilindros. Além<br />

do mais, o aumento e a melhoria da<br />

entrega de binário permitiu alargar<br />

os desenvolvimentos <strong>das</strong> caixas de<br />

velocidade, o que, em conjunto com<br />

o aumento do número de relações,<br />

também contribuiu para reduzir consumos<br />

e emissões.<br />

n NOVAS NORMAS DE EMISSÕES<br />

O ciclo NEDC (New European Driving<br />

Cycle) de consumos e emissões<br />

foi a base sobre a qual os engenheiros<br />

trabalharam no desenvolvimento dos<br />

motores, concebidos para emitirem o<br />

mínimo a baixos regimes e cargas. Graças<br />

a isso, ofereciam consumos excecionalmente<br />

baixos nessas condições<br />

e valores que aumentavam consideravelmente<br />

na utilização real quotidiana.<br />

A 1 de setembro de 2017, entrou em<br />

vigor a nova norma WLTP (Worldwide<br />

harmonized Light vehicles Test Procedures),<br />

que começará a ser aplicada a<br />

partir do dia 1 de setembro de 2018.<br />

Os novos testes implicam uma velocidade<br />

média mais elevada, acelerações<br />

e desacelerações mais agressivas,<br />

normas de teste mais restritas e consideração<br />

do equipamento opcional<br />

para representar, com maior precisão,<br />

o consumo de combustível real para os<br />

consumidores. Para mais, na Europa,<br />

será realizado o teste RDE (Real Driving<br />

Emissions test). Este teste não mede<br />

as emissões poluentes (NOx, PM, CO<br />

e HC) em laboratório, mas na estrada.<br />

Uma vez que este método não segue<br />

um procedimento fixo, as emissões devem<br />

estar dentro dos limites legais em<br />

toda a gama de utilização do motor.<br />

Por causa de tudo isto, é provável que<br />

os preços dos automóveis aumentem<br />

consideravelmente. ✱<br />

Tecnologias que continuarão a otimizar os motores de combustão<br />

São várias as tendências e tecnologias que vão permitir aos motores de combustão continuar a evoluir em termos de eficiência e<br />

redução de CO 2, mas, também, adaptar-se às novas normas de emissões<br />

“Hibridização”<br />

O conceito de reunir um motor de combustão com um elétrico e um sistema de recuperação e armazenamento de energia mostrou-se muito válido para reduzir<br />

consumos e emissões. Os motores de combustão irão evoluindo para se harmonizarem com o sistema híbrido e de forma a manterem otimizado o seu funcionamento.<br />

A vantagem do conceito híbrido paralelo diz respeito ao elevado grau de flexibilidade <strong>das</strong> famílias de motores, que, apenas com pequenas modificações,<br />

podem ser utilizados tanto em sistemas de propulsão “convencionais” como nos híbridos. O que permite otimizar as capacidades de produção e o investimento<br />

em desenvolvimento tecnológico.<br />

A “hibridização” de 48 Volt permitirá “hibridizar” todo o tipo de motores com uma relação custo/benefício muito favorável. As simulações de consumo e emissões<br />

no ciclo WLTC demonstram que um híbrido de nível 0 – o mais simples tecnicamente – alcança uma poupança de 3,8% em consumos e emissões relativamente<br />

a um microhíbrido de 12 Volt (com alternador inteligente e função start&stop) equipado com um motor elétrico de polos assíncronos ou de polos alternados e<br />

de 6,6% desde que munido de motor elétrico síncrono de ímanes permanentes.<br />

Agosto I 2018<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com

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