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Colaboração<br />
CESVIMAP<br />
www.cesvimap.com<br />
63<br />
ção, cada vez maior, de autómatos, que<br />
podem ser programados para adequar os<br />
ciclos de aplicação, os tempos de evaporação<br />
e de secagem ao tipo de tinta a utilizar<br />
e às peças a pintar. E, inclusivamente, para<br />
utilizar o produto específico, permitindo<br />
que a energia e os tempos sejam cada vez<br />
mais ajustados, sempre com menor gasto<br />
energético e menor tempo de utilização<br />
da estufa.<br />
l Soldaduras de pontos por resistência<br />
Os novos aços utilizados no fabrico de<br />
carroçarias implicam dispor de máquinas<br />
de soldadura de pontos com mais intensidade,<br />
passando de 5.000-6.000 amperes<br />
para os 12.000-14.000 atuais, recomendados<br />
pelos fabricantes nos respetivos<br />
processos de trabalho. Estas máquinas<br />
implicavam a existência de uma ligação de<br />
63 amperes na oficina que, normalmente,<br />
devia ser instalada como uma linha adicional.<br />
As novas máquinas de soldadura de<br />
pontos, com transformador na pinça de<br />
soldadura e eletrónica de funcionamento,<br />
fazem com que as possamos utilizar inclusivamente<br />
com toma<strong>das</strong> de 32 amperes e,<br />
em casos especiais, de 45 amperes. Estas<br />
toma<strong>das</strong> são muito mais frequentes nas<br />
instalações <strong>das</strong> oficinas.<br />
l Recuperação de calor dos compressores<br />
Os compressores de ar comprimido <strong>das</strong><br />
oficinas absorvem energia, que convertem<br />
em calor na quase totalidade. Mais de<br />
90% da energia de funcionamento de um<br />
compressor é desperdiçada na forma de<br />
calor gerado pelo motor e pela secagem,<br />
sendo dissipado no ambiente. Este calor<br />
é utilizável de forma bastante simples<br />
através de sistemas adaptados ao próprio<br />
compressor ou ao local:<br />
l Recuperação do calor do local<br />
Um compressor eleva a temperatura do<br />
óleo de funcionamento para 90°C e o local<br />
onde se encontra pode superar os 45°C de<br />
temperatura. Nestas salas, é normal dispor<br />
de um sistema de extração de ar para baixar<br />
a temperatura ambiente, enviando o<br />
ar para o exterior. Através de um sistema<br />
bypass, podemos colocar uma conduta<br />
para o aproveitamento do ar quente resultante<br />
do funcionamento do compressor,<br />
projetando-o para outras zonas no interior<br />
da oficina próximas da zona de espera,<br />
no inverno, e para o exterior, no verão.<br />
Outros sistemas levam o ar diretamente<br />
da saída de ar do compressor.<br />
l Apoio à água quente ou ao aquecimento<br />
Colocando um permutador de placas<br />
água-óleo no circuito do óleo do compressor,<br />
conduz-se esse calor para o circuito<br />
de água quente ou aquecimento, melhorando<br />
a sua produção, com temperaturas<br />
inclusivamente superiores a 60°C.<br />
A recuperação de calor permite, não só,<br />
uma melhor gestão energética, mas, também,<br />
um funcionamento mais eficiente<br />
do equipamento. Este investimento é<br />
recuperado rapidamente.<br />
l Utilização de portas rápi<strong>das</strong><br />
Se conseguimos ter uma temperatura<br />
confortável na oficina, esta deteriora-se rapidamente<br />
com a abertura de portões de<br />
acesso tradicionais. A utilização de portões<br />
de abertura e fecho rápido automáticos,<br />
com velocidades até três metros por segundo,<br />
mantêm a temperatura e evitam<br />
as correntes de ar nas oficinas.<br />
n MELHORIAS TECNOLÓGICAS<br />
NOS PROCESSOS<br />
l Aplicação de aparelhos e vernizes<br />
Os fabricantes de tinta estão a lançar<br />
no mercado produtos para aplicação de<br />
fundos e vernizes de acabamento que<br />
reduzem drasticamente a utilização do<br />
calor da estufa, passando dos habituais 40<br />
minutos a 60°C para a respetiva secagem<br />
para cinco minutos a 60°C ou 20 minutos<br />
a 40°C. Isto permite reduzir o tempo<br />
por veículo e aumenta o rendimento da<br />
estufa de pintura, ponto crítico habitual<br />
nas oficinas. Também estão a ser desenvolvidos<br />
produtos para a secagem ao ar<br />
sem utilização de calor e, inclusivamente,<br />
de secagem por absorção de humidade.<br />
l Processo húmido sobre húmido<br />
Habitualmente, o aparelho aplicava-<br />
-se realizando um primeiro mascaramento,<br />
aplicação do produto, secagem<br />
com calor (forno/estufa ou infravermelhos),<br />
lixamento e um segundo mascaramento<br />
para a aplicação <strong>das</strong> tintas de<br />
acabamento (cor e verniz). Os sistemas<br />
húmido sobre húmido eliminam o lixamento<br />
e algumas limpezas e desengorduramentos,<br />
para se realizar um único<br />
mascaramento. A secagem limita-se a um<br />
O expediente eletrónico<br />
evita a utilização de papel,<br />
com o consequente<br />
contributo para o<br />
ambiente<br />
reduzido tempo de evaporação indicado<br />
pelo fabricante nas respetivas fichas técnicas,<br />
para, em seguida, se aplicar cor.<br />
Esta técnica aplica-se nos ligeiros, sobre<br />
peças novas e pintura de interiores (compartimentos<br />
do motor, alojamentos de<br />
roda sobresselente), sendo muito comum<br />
na pintura de veículos industriais, agrícolas<br />
e autocarros. Aplicar este processo<br />
de trabalho, aumentará a rentabilidade,<br />
reduzindo os materiais de lixamento,<br />
desengorduramento e mascaramento.<br />
Além de que encurtará tempos de processo,<br />
assim como otimiza o consumo<br />
energético.<br />
l O expediente eletrónico<br />
Cada vez mais, os concessionários e as<br />
oficinas dispõem de programas informáticos<br />
de gestão que eliminam a utilização<br />
de papel, digitalizando os múltiplos<br />
documentos da reparação, pelo que os<br />
documentos em papel são mínimos.<br />
Como exemplo disso, podemos referir o<br />
envio da marcação para a oficina através<br />
de correio eletrónico e SMS, entrega do<br />
recibo de depósito ao cliente, em pdf, por<br />
correio eletrónico, a troca de relógios de<br />
ponto com papel por registo de ponto<br />
através de um terminal informático,<br />
transmitindo os dados diretamente ao<br />
programa informático de gestão, a gestão<br />
de peças de substituição através da utilização<br />
de portais na Internet. Portanto, o<br />
expediente eletrónico evita a utilização<br />
de papel, com o consequente contributo<br />
para o ambiente.<br />
n UTILIZAÇÃO DE VEÍCULOS<br />
ELÉTRICOS<br />
Os concessionários e as oficinas já têm,<br />
como prática habitual, a cedência de um<br />
veículo de cortesia enquanto é realizada<br />
uma reparação. Um passo adicional neste<br />
avanço é a utilização do veículo elétrico<br />
tanto para utilização do cliente como<br />
no caso dos veículos da empresa. Estão<br />
a ocorrer casos de veículos de substituição<br />
elétricos para condutores de motociclos<br />
ou de bicicletas elétricas. A melhoria ambiental<br />
é evidente. Complementar esta<br />
tecnologia com a formação em técnicas<br />
de condução eficiente contribui para se<br />
alcançar o objetivo. Também contribui<br />
para a boa imagem da oficina.<br />
l Automatização de sistemas nos<br />
escritórios<br />
Não é invulgar encontrarem-se escritórios<br />
que mantêm todos os equipamentos<br />
a utilizar ligados desde a hora de abertura<br />
até à hora de encerramento sem qualquer<br />
tipo de controlo. Alguns conselhos<br />
de melhoria podem ser:<br />
l Para a climatização do ar do escritório<br />
deve procurar realizar-se renovações em<br />
função da temperatura exterior, combinando<br />
o ar exterior com o ar a extrair.<br />
l A desativação automática programada<br />
dos equipamentos informáticos<br />
permite uma grande poupança nos sistemas<br />
(consumo em modo de espera), assim<br />
como a crescente utilização de detetores<br />
de presença. Embora o consumo dos mesmos<br />
não supere 2% do total, a poupança<br />
pode chegar aos 10%.<br />
l Programa de manutenção de instalações<br />
e de equipamentos<br />
A manutenção periódica dos equipamentos<br />
contribui, de forma importante,<br />
para um ótimo rendimento e para prolongar<br />
a vida útil dos sistemas. Uma boa<br />
manutenção deve ficar refletida num<br />
plano no qual se detalhe a identificação do<br />
equipamento, o técnico de manutenção<br />
designado (interno ou externo), a periodicidade<br />
da revisão e as datas da última<br />
revisão e da próxima prevista. Tudo isso<br />
deve ser garantido com os correspondentes<br />
registos ou evidências <strong>das</strong> mesmas. ✱<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Agosto I 2018