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Jornal das Oficinas 153

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Colaboração<br />

CESVIMAP<br />

www.cesvimap.com<br />

63<br />

ção, cada vez maior, de autómatos, que<br />

podem ser programados para adequar os<br />

ciclos de aplicação, os tempos de evaporação<br />

e de secagem ao tipo de tinta a utilizar<br />

e às peças a pintar. E, inclusivamente, para<br />

utilizar o produto específico, permitindo<br />

que a energia e os tempos sejam cada vez<br />

mais ajustados, sempre com menor gasto<br />

energético e menor tempo de utilização<br />

da estufa.<br />

l Soldaduras de pontos por resistência<br />

Os novos aços utilizados no fabrico de<br />

carroçarias implicam dispor de máquinas<br />

de soldadura de pontos com mais intensidade,<br />

passando de 5.000-6.000 amperes<br />

para os 12.000-14.000 atuais, recomendados<br />

pelos fabricantes nos respetivos<br />

processos de trabalho. Estas máquinas<br />

implicavam a existência de uma ligação de<br />

63 amperes na oficina que, normalmente,<br />

devia ser instalada como uma linha adicional.<br />

As novas máquinas de soldadura de<br />

pontos, com transformador na pinça de<br />

soldadura e eletrónica de funcionamento,<br />

fazem com que as possamos utilizar inclusivamente<br />

com toma<strong>das</strong> de 32 amperes e,<br />

em casos especiais, de 45 amperes. Estas<br />

toma<strong>das</strong> são muito mais frequentes nas<br />

instalações <strong>das</strong> oficinas.<br />

l Recuperação de calor dos compressores<br />

Os compressores de ar comprimido <strong>das</strong><br />

oficinas absorvem energia, que convertem<br />

em calor na quase totalidade. Mais de<br />

90% da energia de funcionamento de um<br />

compressor é desperdiçada na forma de<br />

calor gerado pelo motor e pela secagem,<br />

sendo dissipado no ambiente. Este calor<br />

é utilizável de forma bastante simples<br />

através de sistemas adaptados ao próprio<br />

compressor ou ao local:<br />

l Recuperação do calor do local<br />

Um compressor eleva a temperatura do<br />

óleo de funcionamento para 90°C e o local<br />

onde se encontra pode superar os 45°C de<br />

temperatura. Nestas salas, é normal dispor<br />

de um sistema de extração de ar para baixar<br />

a temperatura ambiente, enviando o<br />

ar para o exterior. Através de um sistema<br />

bypass, podemos colocar uma conduta<br />

para o aproveitamento do ar quente resultante<br />

do funcionamento do compressor,<br />

projetando-o para outras zonas no interior<br />

da oficina próximas da zona de espera,<br />

no inverno, e para o exterior, no verão.<br />

Outros sistemas levam o ar diretamente<br />

da saída de ar do compressor.<br />

l Apoio à água quente ou ao aquecimento<br />

Colocando um permutador de placas<br />

água-óleo no circuito do óleo do compressor,<br />

conduz-se esse calor para o circuito<br />

de água quente ou aquecimento, melhorando<br />

a sua produção, com temperaturas<br />

inclusivamente superiores a 60°C.<br />

A recuperação de calor permite, não só,<br />

uma melhor gestão energética, mas, também,<br />

um funcionamento mais eficiente<br />

do equipamento. Este investimento é<br />

recuperado rapidamente.<br />

l Utilização de portas rápi<strong>das</strong><br />

Se conseguimos ter uma temperatura<br />

confortável na oficina, esta deteriora-se rapidamente<br />

com a abertura de portões de<br />

acesso tradicionais. A utilização de portões<br />

de abertura e fecho rápido automáticos,<br />

com velocidades até três metros por segundo,<br />

mantêm a temperatura e evitam<br />

as correntes de ar nas oficinas.<br />

n MELHORIAS TECNOLÓGICAS<br />

NOS PROCESSOS<br />

l Aplicação de aparelhos e vernizes<br />

Os fabricantes de tinta estão a lançar<br />

no mercado produtos para aplicação de<br />

fundos e vernizes de acabamento que<br />

reduzem drasticamente a utilização do<br />

calor da estufa, passando dos habituais 40<br />

minutos a 60°C para a respetiva secagem<br />

para cinco minutos a 60°C ou 20 minutos<br />

a 40°C. Isto permite reduzir o tempo<br />

por veículo e aumenta o rendimento da<br />

estufa de pintura, ponto crítico habitual<br />

nas oficinas. Também estão a ser desenvolvidos<br />

produtos para a secagem ao ar<br />

sem utilização de calor e, inclusivamente,<br />

de secagem por absorção de humidade.<br />

l Processo húmido sobre húmido<br />

Habitualmente, o aparelho aplicava-<br />

-se realizando um primeiro mascaramento,<br />

aplicação do produto, secagem<br />

com calor (forno/estufa ou infravermelhos),<br />

lixamento e um segundo mascaramento<br />

para a aplicação <strong>das</strong> tintas de<br />

acabamento (cor e verniz). Os sistemas<br />

húmido sobre húmido eliminam o lixamento<br />

e algumas limpezas e desengorduramentos,<br />

para se realizar um único<br />

mascaramento. A secagem limita-se a um<br />

O expediente eletrónico<br />

evita a utilização de papel,<br />

com o consequente<br />

contributo para o<br />

ambiente<br />

reduzido tempo de evaporação indicado<br />

pelo fabricante nas respetivas fichas técnicas,<br />

para, em seguida, se aplicar cor.<br />

Esta técnica aplica-se nos ligeiros, sobre<br />

peças novas e pintura de interiores (compartimentos<br />

do motor, alojamentos de<br />

roda sobresselente), sendo muito comum<br />

na pintura de veículos industriais, agrícolas<br />

e autocarros. Aplicar este processo<br />

de trabalho, aumentará a rentabilidade,<br />

reduzindo os materiais de lixamento,<br />

desengorduramento e mascaramento.<br />

Além de que encurtará tempos de processo,<br />

assim como otimiza o consumo<br />

energético.<br />

l O expediente eletrónico<br />

Cada vez mais, os concessionários e as<br />

oficinas dispõem de programas informáticos<br />

de gestão que eliminam a utilização<br />

de papel, digitalizando os múltiplos<br />

documentos da reparação, pelo que os<br />

documentos em papel são mínimos.<br />

Como exemplo disso, podemos referir o<br />

envio da marcação para a oficina através<br />

de correio eletrónico e SMS, entrega do<br />

recibo de depósito ao cliente, em pdf, por<br />

correio eletrónico, a troca de relógios de<br />

ponto com papel por registo de ponto<br />

através de um terminal informático,<br />

transmitindo os dados diretamente ao<br />

programa informático de gestão, a gestão<br />

de peças de substituição através da utilização<br />

de portais na Internet. Portanto, o<br />

expediente eletrónico evita a utilização<br />

de papel, com o consequente contributo<br />

para o ambiente.<br />

n UTILIZAÇÃO DE VEÍCULOS<br />

ELÉTRICOS<br />

Os concessionários e as oficinas já têm,<br />

como prática habitual, a cedência de um<br />

veículo de cortesia enquanto é realizada<br />

uma reparação. Um passo adicional neste<br />

avanço é a utilização do veículo elétrico<br />

tanto para utilização do cliente como<br />

no caso dos veículos da empresa. Estão<br />

a ocorrer casos de veículos de substituição<br />

elétricos para condutores de motociclos<br />

ou de bicicletas elétricas. A melhoria ambiental<br />

é evidente. Complementar esta<br />

tecnologia com a formação em técnicas<br />

de condução eficiente contribui para se<br />

alcançar o objetivo. Também contribui<br />

para a boa imagem da oficina.<br />

l Automatização de sistemas nos<br />

escritórios<br />

Não é invulgar encontrarem-se escritórios<br />

que mantêm todos os equipamentos<br />

a utilizar ligados desde a hora de abertura<br />

até à hora de encerramento sem qualquer<br />

tipo de controlo. Alguns conselhos<br />

de melhoria podem ser:<br />

l Para a climatização do ar do escritório<br />

deve procurar realizar-se renovações em<br />

função da temperatura exterior, combinando<br />

o ar exterior com o ar a extrair.<br />

l A desativação automática programada<br />

dos equipamentos informáticos<br />

permite uma grande poupança nos sistemas<br />

(consumo em modo de espera), assim<br />

como a crescente utilização de detetores<br />

de presença. Embora o consumo dos mesmos<br />

não supere 2% do total, a poupança<br />

pode chegar aos 10%.<br />

l Programa de manutenção de instalações<br />

e de equipamentos<br />

A manutenção periódica dos equipamentos<br />

contribui, de forma importante,<br />

para um ótimo rendimento e para prolongar<br />

a vida útil dos sistemas. Uma boa<br />

manutenção deve ficar refletida num<br />

plano no qual se detalhe a identificação do<br />

equipamento, o técnico de manutenção<br />

designado (interno ou externo), a periodicidade<br />

da revisão e as datas da última<br />

revisão e da próxima prevista. Tudo isso<br />

deve ser garantido com os correspondentes<br />

registos ou evidências <strong>das</strong> mesmas. ✱<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Agosto I 2018

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