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REPORTAGEM<br />
Formação em elétricos ANECRA/CEPRA<br />
Valorizar eletrificação<br />
› O secretário de Estado Adjunto e do Ambiente encerrou a ação de formação em veículos elétricos<br />
tutelada pela ANECRA em parceria com o CEPRA. José Gomes Mendes fez questão de valorizar esta<br />
iniciativa de futuro<br />
Por: Jorge Flores<br />
osé Gomes Mendes, secretário<br />
de Estado Adjunto e do<br />
Ambiente, acredita que a<br />
eletrificação do automóvel<br />
é uma realidade incontornável.<br />
Por esse motivo, o<br />
membro do Governo fez questão de<br />
estar presente no encerramento da ação<br />
de formação sobre veículos elétricos,<br />
realizada pela Associação Nacional <strong>das</strong><br />
Empresas do Comércio e da Reparação<br />
Automóvel (ANECRA), em parceria com<br />
o Centro de Formação Profissional da<br />
Reparação Automóvel (CEPRA), nas instalações<br />
desta última, no Prior Velho.<br />
A problemática dos veículos elétricos<br />
constitui uma preocupação prioritária<br />
da ANECRA, tendo como objetivo formar<br />
os seus associados numa área tão<br />
específica.<br />
A emissão de mais de 310 certificados,<br />
que aferem a atribuição de<br />
competências relativas à segurança,<br />
no contacto com estas novas tecnologias<br />
relaciona<strong>das</strong> com o automóvel,<br />
será prova disso mesmo. A presença<br />
de José Gomes Mendes visou, no<br />
fundo, valorizar a iniciativa, perfeitamente<br />
enquadrada com o futuro<br />
da mobilidade.<br />
n CRISTA DA ONDA<br />
Depois de uma visita às instalações do<br />
CEPRA e do discurso de agradecimento<br />
do presidente da direção da ANECRA,<br />
Alexandre Ferreira, o governante dirigiu-<br />
-se aos formandos do curso, entre os<br />
quais os jovens integrantes do Fórmula<br />
Student, para explicar o motivo da sua<br />
visita. “Quando me falaram, no âmbito<br />
da realidade do setor automóvel, de um<br />
curso de formação na área da mobilidade<br />
elétrica e dos veículos elétricos,<br />
imediatamente, por iniciativa minha,<br />
disse que gostava de ver o que está a<br />
ser feito. Considero que organizações<br />
como a ANECRA e o CEPRA conseguem<br />
ver mais à frente e preparar profissionais<br />
para o futuro. Estão na crista da onda<br />
para o que virá”, salientou.<br />
José Gomes Mendes sublinhou ainda<br />
a existência de três grandes tendências<br />
do setor automóvel. A primeira? “A<br />
eletrificação”, como não podia deixar<br />
de ser. E concretizou: “Recebo todos<br />
os grandes fabricantes de automóveis<br />
por diferentes razões. Todos, sem exceção,<br />
têm planos para a eletrificação<br />
<strong>das</strong> frotas. Ainda recentemente recebi<br />
os dirigentes do Grupo PSA, que, há<br />
pouco tempo, parecia ser o fabricante<br />
mais relutante em seguir a tendência dos<br />
veículos elétricos. Disseram-me que, até<br />
2026, pretendem eletrificar toda a frota.<br />
O que significa que, depois de 2026, não<br />
deverá sair <strong>das</strong> fábricas deste grupo um<br />
só automóvel que não tenha um motor<br />
elétrico. Alguns serão ainda híbridos, sim,<br />
mas todos terão uma componente elétrica.<br />
E as outras marcas estão to<strong>das</strong> a<br />
fazer o mesmo. É uma tendência global”,<br />
garantiu, reforçando a ideia de ser esta<br />
uma “boa notícia” em matéria ambiental.<br />
Socorrendo-se de dados estatísticos, o<br />
secretário de Estado Adjunto e do Ambiente<br />
revelou que os veículos elétricos<br />
e híbridos plug-in representam, atualmente,<br />
no nosso país, perto de 2% <strong>das</strong><br />
ven<strong>das</strong> totais de automóveis.<br />
n AUTONOMIA E PARTILHA<br />
Segundo José Gomes Mendes, a segunda<br />
grande tendência está relacionada<br />
com os temas da conectividade e<br />
da autonomia. Sobre os veículos autónomos,<br />
o membro do Governo admitiu que<br />
ainda existem muitas “barreiras regulatórias”<br />
que, por enquanto, os impedem<br />
de circular nas estra<strong>das</strong>. Sublinhando,<br />
porém, que não demorará muito até<br />
que estes obstáculos formais sejam<br />
derrubados. Sobre a conectividade, foi<br />
mais taxativo. “Os veículos estão cada<br />
vez mais conectados”, assumindo esta<br />
vertente “uma importância crescente”,<br />
acrescentou.<br />
A terceira e última tendência, prende-se<br />
com a “partilha”. Segundo José Gomes<br />
Mendes, o sentido de propriedade automóvel<br />
tenderá a desaparecer. “Haverá<br />
menos pessoas a comprar automóveis,<br />
mas não a utilizá-los. Serão partilhados”,<br />
disse. O que terá consequências positivas.<br />
“Haverá menos veículos, mas estes serão<br />
muito mais utilizados”, adiantou. Além<br />
disso, os utilizadores poderão recorrer<br />
a vários tipos de modelos, consoante as<br />
suas necessidades, sem terem de investir<br />
na sua compra ou ficar “reféns” da sua<br />
escolha. Por tudo isto, os automóveis terão<br />
um ciclo de vida muito mais curto, o<br />
que alterará o paradigma da reparação e<br />
manutenção”, assegurou. “Também para<br />
isso temos de estar preparados. As empresas<br />
que fabricam e vendem veículos<br />
estão a fazer uma metamorfose da sua<br />
atividade de fabricantes ou vendedores<br />
de automóveis para fornecedores de mobilidade,<br />
alterando os seus modelos de<br />
negócio”, rematou o secretário de Estado<br />
Adjunto e do Ambiente. ✱<br />
Agosto I 2018<br />
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