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Edição: novembro| dezembro de 2018

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Imagens: ©Ellsworth Kelly Foundation. Photo courtesy Blanton Museum of Art, The University of Texas at Austin<br />

¿QUÉ PASA?<br />

TEMPLO DAS CORES<br />

Pouco antes de sua morte, em 2015, o pintor, escultor<br />

e gravurista Ellsworth Kelly, conhecido por seus trabalhos<br />

minimalistas e coloridos, doou ao Blanton Museum of Art –<br />

pertencente à Universidade do Texas em Austin, nos Estados<br />

Unidos – o projeto “Austin”, seu primeiro e único projeto de<br />

um edifício, baseado em esboços criados para uma capela<br />

durante uma visita à França, na década de 1950, e sobre os<br />

quais trabalhou durante toda a sua vida. Após um longo<br />

período de arrecadação de fundos, o projeto pôde finalmente<br />

ser construído e inaugurado neste ano.<br />

A construção de pedra calcária, de aproximadamente<br />

250 metros quadrados, tem planta em forma de cruz, com<br />

quatro alas cujos tetos são arqueados. Três de suas fachadas<br />

apresentam vitrais coloridos que referenciam temáticas<br />

desenvolvidas durante a carreira do artista: na entrada,<br />

que corresponde à fachada sul, encontra-se Color Grid, que<br />

apresenta uma grade com nove cores, presente em diversas<br />

criações do artista em sua busca pela “não hierarquia” (em<br />

que todos os elementos têm pesos visuais iguais); já Starburst,<br />

na fachada oeste, e Tumbling Squares, na fachada leste, são<br />

compostas de 12 janelas cada, com as cores do espectro,<br />

um tema explorado por Kelly por meio de seu instinto e sua<br />

percepção em detrimento do viés teórico e científico. Todas as<br />

33 janelas são feitas de vidro soprado e proporcionam poéticas<br />

e dinâmicas reflexões coloridas da luz natural, que tingem os<br />

revestimentos de cores claras no interior do espaço.<br />

Em contraste, são exibidos nas paredes internas 14 paneis<br />

de mármore quadrados, que representam um dos temas<br />

mais recorrentes da obra de Kelly: a exploração das formas<br />

usando somente os pigmentos branco e preto. Sua série<br />

Black and White evoca a oposição simbólica e elementar<br />

representada por essas duas cores. No caso da série<br />

apresentada em Austin, o artista explorou essa conotação,<br />

concebendo-a como uma versão abstrata da iconografia<br />

católica conhecida como a Via Crúcis.<br />

A ala voltada para o norte não contém aberturas, e ali<br />

foi instalado um totem de madeira de sequoia, com mais de<br />

5 metros de altura, que se apresenta como um ponto focal<br />

logo ao entrar no edifício. O formato era o mais comum<br />

dentre as esculturas de Kelly e apresenta faces côncavas que<br />

correspondem a segmentos de um círculo imaginário com um<br />

raio de aproximadamente 70 metros.<br />

Apesar de ter sido concebido com a forma de uma capela,<br />

o artista relatou que imaginou a edificação como um espaço de<br />

alegria e de contemplação, mais do que um local atrelado a um<br />

programa religioso. (D.T.)<br />

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