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A iluminação dos corredores foi projetada
para comunicar a rotina dos residentes,
estimulando-as: na hora das refeições, por
exemplo, as luminárias perto da sala de
jantar aparecem com mais intensidade e,
nas pontas dos corredores, em direção aos
quartos, com menos. À noite, a intensidade
das luminárias do teto é reduzida,
acendendo pequenas arandelas próximas às
portas dos apartamentos.
É possível individualizar a luz dinâmica.
Quando um novo morador chega, uma
enfermeira define os valores apropriados
para a iluminação depois de uma entrevista
com o idoso e seus familiares. O software
pode ser controlado por meio de um
aplicativo. Sua facilidade de uso é verificada
durante a operação, a fim de incorporar
possíveis otimizações em projetos futuros.
A iluminação direta é dimerizada em
três níveis, usando botões com símbolos
projetados para a Humana, à escolha e
controle do próprio residente: sol (mais luz),
pôr do sol (nível médio) ou lua (menos luz).
As soluções de iluminação basearam-se nas diferentes
necessidades dos residentes, na busca de uma atmosfera residencial,
de conforto e de bem-estar e também de funcionalidade para
residentes e funcionários. Também foi considerado estimular os
ritmos circadianos, apoiar a compreensão e a orientação espacial
e criar diferentes variações para a interpretação e a impressão
dos espaços, de luminoso e arejado a acolhedor e atmosférico.
Diante da diversidade de demandas a serem atendidas, a equipe
de designers entendeu que o melhor caminho a ser seguido era o uso
combinado de soluções de iluminação com controles de automação.
Uma iluminação flexível permitiu a combinação de diferentes
fontes de luz com distintas características de emissão, espectros
e temperaturas de cor. Os controles permitiram possibilidades de
dimerização e de variação de temperatura de cor, de diferentes
cenas de luz, de níveis de iluminância variados para suportar o
ritmo circadiano e de ajustes individuais da luz, para cada pessoa,
na medida do possível. Para isso, os funcionários entrevistam os
parentes dos novos moradores, de forma a obter um histórico
das condições, das necessidades e das preferências individuais.
Um conceito interessante foi trabalhado nos corredores, onde
as luminárias são mais densamente posicionadas. A iluminação
é dinâmica e facilmente alterada, comunicando a passagem do
tempo ao longo do dia e estimulando uma melhor percepção
das atividades cotidianas. Nesse caso, o nível de iluminância é
elevado quando se deseja atrair os moradores para a socialização.
Durante a noite, a iluminação é dimerizada, de forma a orientar
os moradores que é hora de dormir. Esse reforço da compreensão
do ritmo do dia foi confirmado pela equipe de cuidadores, que
constatou que os moradores reagem intuitivamente à maneira
como a iluminação foi planejada. Por exemplo, quando a luz é
atenuada durante a noite, nas áreas comuns, eles preferem se
retirar, ir para a cama, ajudando o trabalho da equipe.
Entretanto, residentes de casas de repouso, em geral, tendem
a passar a maior parte do tempo em seus interiores. Portanto,
especialmente para os residentes da Humana, uma solução de
iluminação que captasse a dinâmica da luz natural poderia ser
interessante. Com esse propósito, pendentes foram instalados nas
áreas comunitárias, e programados para emissão de luz indireta
branca fria, refletindo no espaço a temperatura de cor durante o
dia. Como resultado, a luz ativadora mais fria, com alta porção
de azul no seu espectro luminoso, contribui para a inibição da
produção de melatonina, hormônio do sono nesse período. À
noite, os pendentes emitem uma luz de aparência mais quente,
aconchegante, contribuindo para o equilíbrio do ciclo circadiano.
"Todas as soluções de iluminação, dinâmicas ou não, estão
sendo monitoradas pela equipe médica e de pesquisadores
junto à instituição, de forma a comprovar seus efeitos nos
residentes. O resultado ainda não é suficiente para planejar uma
iluminação efetivamente circadiana. O sistema de automação
permite infinitas configurações de cenários, como, por exemplo,
cenas diferentes para as quatro estações do ano, por meio de
um aplicativo, assim como que seja instalado um sensor no
teto para que a luz mude de acordo com o dia ensolarado ou
nublado”, explica Jonas Lindahl, titular da Ljusrum Lighting.
“No entanto, mais estudos sobre o bem-estar e a luz do dia
são necessários para ir mais longe. Talvez, tantas mudanças
não signifiquem um ambiente melhor. Graças aos controles
modernos, podemos ajustar as cenas de luz a novos insights
e otimizá-los sempre”, continua.
Vencedora do Svenska Ljuspriset 2017, prêmio de iluminação
sueco, a Ljusrum segue desenvolvendo projetos para outras
unidades da Humana, como, em Växjö e Åkersberga, tendo a
de Gävle como projeto piloto e referência para melhorias dos
demais. O projeto da Humana mostra que a importância do
design de iluminação artificial em combinação com a luz natural
vai muito além de fazer o idoso enxergar melhor.
HUMANA OMSORG
Gävle, Suécia
Projeto de iluminação e de interiores:
Ljusrum
Jonas Lindahl, Anton Martiin, Eva Bratell, Carolin
Fisher e Hanne Secher (lighting designers)
Emma Kruuse e Eva Bratell (designers de interiores)
Projeto de arquitetura:
White Arkitekter
Lotta Lindh e Mats Johansson
Programação:
Wennerström Ljuskontroll
Henrik Sewring
Fornecedores:
Elektroskandia, Fagerhult, Inventron, Luce & Light,
Lumino, Maxel, Prolicht, Welight e Zero
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