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Revista Carta Premium - 7a. edição

Sétima edição da Revista Carta Premium, publicação brasileira com reportagens a respeito do mercado de bebidas premium, especiais e artesanais

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Etiqueta<br />

“Como o Gin Tônica é um coquetel<br />

que vende muito, consequentemente<br />

é o destilado mais usado<br />

na maioria dos bares, sempre procuro<br />

saber quais gins estáo sendo<br />

lançados, as novidades nacionais<br />

ou de outros países.<br />

Me interessei pelo workshop para<br />

entender como os produtores nacionais<br />

se inserem nesse nicho, se<br />

a produção é controlada e não caseira,<br />

se existem estratégias para<br />

concorrer com os tradicionais gins<br />

ingleses, tanto em vendas, preço e<br />

qualidade. Também, se existe controle<br />

de qualidade na produção.<br />

De todos apresentandos, o que<br />

mais gostei foi o Minna Marie, na<br />

minha opinião o mais equilibrado<br />

de todos. Fiquei curiosa para testar<br />

em coquetéis clássicos.<br />

Mas para compra final, sempre<br />

considero se o valor do produto<br />

é equiparável a um gim inglês de<br />

qualidade similar.<br />

Infelizmente não provei as cachaças.<br />

A Tiê provei outra ocasião e<br />

achei na média. Entretanto, eu<br />

vejo o mercado saturado com<br />

lançamentos de gins nacionais.<br />

No meu bar, tanto nos bares<br />

de amigos, o G&T no copo balão<br />

(sirvo em highball) ainda é o<br />

campeão dos pedidos.<br />

Não acredito que os consumidores<br />

já estão conscientes em<br />

escolher pela qualidade ou diferencial.<br />

A grande maioria não<br />

conhece mais de duas marcas de<br />

gin ingleses, nacionais praticamente<br />

não conhecem e só se interessam<br />

se o bartender oferecer<br />

e for mais barato. Tenho observado<br />

que querem exibir familiaridade<br />

com coquetelatia afirmando<br />

que amam gim com tônica, mas<br />

nem conhecem e não se interessam<br />

por outros coquetéis feitos<br />

com gin. Sugiro para o próximo<br />

workshop que seja a respeito de<br />

cachaças artesanais e desenvolvimento<br />

de coquetéis feitos com<br />

cachaça, que estimulem a venda<br />

e quebrem preconceitos dos que<br />

acham que o destilado não tem<br />

qualidade e nenhuma apelo.<br />

Que é bebida dos menos abastados,<br />

bebida de pinguço. Gins e<br />

Gim & Tônica estão movimentando<br />

o mercado e alavancando vendas.<br />

Claro que isso é ótimo, mas já não<br />

está na hora de procurarmos a<br />

nova tendência?<br />

Sempre seguiremos tendências de<br />

coquetéis simples, sem complexidade?<br />

Na Itália, as variações de Spritz<br />

são tomadas informalmente, de<br />

manhã ou de tarde, por pessoas<br />

de idades e perfis diferentes. Aqui<br />

toma-se “Aperol”, como ficou conhecido<br />

o Spritz, na minha opinião<br />

de um modo equivocado, fazendo<br />

posse, como se estivesse com uma<br />

taça de Champagne.<br />

É muito válido o movimento que o<br />

G&T faz na área. Mas será que não<br />

devemos também procurar raízes<br />

nacionais?<br />

Quem sabe um dia o Brasil será o<br />

lançador e não o seguidor de tendências<br />

da coqueteleria.<br />

E hipoteticamente falando, eu tomaria<br />

uma boa caipirinha de limão<br />

Tahiti com caju, num bar descolado,<br />

por aí no mundo. Já para os<br />

profissionais da área, indico as seguintes<br />

dicas:<br />

- que as equipes que trabalham<br />

nos bares recebam o treinamento<br />

devido das marcas atuantes do<br />

mercado, que aprendam o que estão<br />

manipulando e vendendo;<br />

- que a qualidade dos produtos nacionais<br />

artesanais seja controlada;<br />

- que os bartenders tenham mais<br />

comprometimento com o cliente,<br />

conhecimento de vendas e do mercado<br />

internacional;<br />

- que existam mais plataformas,<br />

revistas especializadas em bebidas<br />

e informações para pesquisa em<br />

português.<br />

Edições, livros, materias importantes<br />

nem sempre estão disponíveis<br />

em inglês.<br />

- que se conversa sobre o alto percentual<br />

de alcoolismo dentro do<br />

bar, que compromete o equilíbrio<br />

de vendas e deteriora a saúde do<br />

profissional.”<br />

Por, Suemi Uemura, mixologista, empreendedora,<br />

ex-sócia do Clube V.U.<br />

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