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marketing & negóCios<br />
Jake Hills/Unsplash<br />
Conquistar, crescer<br />
e reter são tarefas<br />
do marketing - 1<br />
Em uma ativida<strong>de</strong> obcecada pelos<br />
outputs, o que realmente faz<br />
a diferença é buscar os outcomes<br />
Rafael Sampaio<br />
Houve um tempo, quando as coisas eram<br />
mais fáceis, que alcançar um output<br />
com as tarefas <strong>de</strong> marketing e comunicação<br />
era mais do que suficiente para se chegar<br />
ao sucesso.<br />
Razão pela qual a ativida<strong>de</strong> acabou ficando<br />
obcecada por eles e são inúmeros os<br />
profissionais e empresas da área que mantêm<br />
seu foco em fazer “gran<strong>de</strong>s” coisas,<br />
os outputs, como uma ampla campanha,<br />
gerar uma i<strong>de</strong>ia criativa brilhante, testar<br />
uma inovação em tecnologia, <strong>de</strong>scobrir um<br />
novo posicionamento e assim por diante,<br />
esquecendo-se que, nos tempos atuais,<br />
tudo isso é apenas um caminho para se<br />
chegar aos outcomes, que po<strong>de</strong>m ser resumidos<br />
a três tarefas essenciais: conquistar<br />
novos mercados (ou consumidores), crescer<br />
nesses novos (ou tradicionais) segmentos<br />
e conseguir reter os compradores/usuários<br />
em um ambiente no qual o espectro<br />
<strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s, ofertas <strong>de</strong> todos os gêneros,<br />
bem como apelos dos mais variados, não<br />
param <strong>de</strong> crescer e <strong>de</strong> cercar os clientes por<br />
360 graus.<br />
A gran<strong>de</strong> missão do marketing e da comunicação,<br />
portanto, é ajudar as marcas e<br />
empresas a crescerem - <strong>de</strong> modo sustentável,<br />
sem fazer loucuras <strong>de</strong> curto prazo que<br />
na prática contaminam sua perspectiva <strong>de</strong><br />
futuro. Esses outcomes são <strong>de</strong> três naturezas:<br />
1) criar nova <strong>de</strong>manda para o produto/<br />
serviço; 2) capturar essa <strong>de</strong>manda quando<br />
ela estiver “pronta” e esperando ser atraída<br />
com a oferta certa no momento a<strong>de</strong>quado;<br />
e 3) reter, envolver e amplificar essa <strong>de</strong>manda.<br />
Ou, em outras palavras, o marketing<br />
e a comunicação <strong>de</strong>vem ser o “motor<br />
<strong>de</strong> crescimento” da marca ou empresa.<br />
O que se obtém com a integração complexa<br />
- mas não complicada - <strong>de</strong> muitas<br />
partes e peças, como dados, i<strong>de</strong>ias, tecnologia,<br />
conteúdo, peças criativas, narrativas,<br />
canais, mídia, planejamento, análises<br />
etc. que, isoladamente, não significam<br />
muito, pois não se trata <strong>de</strong> ato unidimensional<br />
ou linear. As ações <strong>de</strong> marketing e<br />
comunicação têm <strong>de</strong> se responsabilizar<br />
tanto pelo impacto como pelos resultados.<br />
Uma mudança <strong>de</strong> mentalida<strong>de</strong> e foco que<br />
não é uma escolha, mas a única alternativa<br />
para sobreviver em uma era li<strong>de</strong>rada pelo<br />
consumidor. O dinheiro e as campanhas<br />
multimilionárias não po<strong>de</strong>m mais comprar<br />
preferência, amor ou lealda<strong>de</strong> - uma vez<br />
que o consumidor está, na maioria das vezes,<br />
em total controle e comando.<br />
Esse crescer po<strong>de</strong> ser subdividido, por<br />
sua vez, em três partes que se entrelaçam,<br />
pois não é um processo simplesmente linear,<br />
mas po<strong>de</strong> ser, em boa parte, simultâneo:<br />
fazer a marca crescer, fazer crescer a base<br />
<strong>de</strong> usuários e fazer crescer o valor que o<br />
usuário (comprador) percebe nessa marca.<br />
Para isso, via <strong>de</strong> regra, antes <strong>de</strong> gerar valor<br />
funcional, é necessário que a marca se<br />
conecte emocional e culturalmente com as<br />
pessoas, <strong>de</strong> modo a iniciar esse relacionamento.<br />
Depois, é fundamental estabelecer<br />
padrões que sejam aceitos por um número<br />
razoável <strong>de</strong> consumidores, pois essa história<br />
<strong>de</strong> “segmento <strong>de</strong> um”, <strong>de</strong> produtos/<br />
serviços customizados ao individual, não<br />
passa <strong>de</strong> uma quimera. Escalabilida<strong>de</strong> é,<br />
portanto, fundamental.<br />
Finalmente, se a retenção é difícil, a<br />
construção <strong>de</strong> uma base <strong>de</strong> clientes leais,<br />
bem como <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensores da marca, é tarefa<br />
ainda mais complicada. Os outputs não <strong>de</strong>vem<br />
ser <strong>de</strong>sprezados, no entanto, porque<br />
eles fazem os outcomes acontecerem, eles<br />
são os “enablers” que, combinados, permitem<br />
que o crescimento <strong>de</strong> mercado, <strong>de</strong> consumidores<br />
e do valor da marca ocorram.<br />
Para isso, um “road map” <strong>de</strong>ve ser traçado,<br />
<strong>de</strong> modo a conduzir as <strong>de</strong>cisões sobre<br />
atalhos, tarefas específicas e timing <strong>de</strong><br />
modo a aproveitar oportunida<strong>de</strong>s e evitar<br />
obstáculos e dificulda<strong>de</strong>s inesperadas, pois<br />
esse caminho em direção ao crescimento<br />
não será, infelizmente, nem único, nem<br />
direto, nem fácil. Mas este já é tema para a<br />
próxima coluna.<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafaelsampaio103@gmail.com<br />
26 4 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark