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mkt<br />
Kristina Flour/Unsplash<br />
Google,<br />
o segundo<br />
fracasso<br />
“Alcançar o sucesso é prosseguir <strong>de</strong> fracasso<br />
em fracasso sem per<strong>de</strong>r o entusiasmo”<br />
Winston Churchill<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
Lembram: “vocês só veem as pingas que<br />
eu bebo, mas não veem os tombos que<br />
caio...”, é mais ou menos por aí. Ou, ainda,<br />
o brocardo latino, “A maiori, ad minus”, tão<br />
usado no direito... Quem po<strong>de</strong> o mais, po<strong>de</strong><br />
o menos... Ou ainda, como dizia o sábio e<br />
saudoso Joelmir Betting: “Na prática, a teoria<br />
é outra”. Competências, por maiores<br />
que sejam em termos <strong>de</strong> abrangência, e como<br />
é o caso do Google, buscador predominante<br />
e incontestável, não necessariamente<br />
revelam-se fortes para outras iniciativas.<br />
Durante anos, o Google reinou <strong>de</strong> forma<br />
absoluta e, na época, supostamente imbatível<br />
e inexpugnável, como dono da re<strong>de</strong> social<br />
predominante. Só dava o Google. Re<strong>de</strong><br />
social criada por um <strong>de</strong> seus diretores, <strong>de</strong><br />
origem russa, que teve seu nome imortalizado<br />
na re<strong>de</strong>: Orkut. Orkut Büyükkökten.<br />
Como é do conhecimento <strong>de</strong> todos, hoje<br />
o Orkut é uma das milhares <strong>de</strong> almas penadas<br />
que vagueiam pelo espaço digital.<br />
E que no MadiaMundoMarketing <strong>de</strong>nominamos<br />
<strong>de</strong> Digisfera. Foi <strong>de</strong>vidamente <strong>de</strong>fenestrado<br />
por um concorrente que chegou<br />
muito <strong>de</strong>pois; mas, também, muito melhor.<br />
E como temos repetido quase que todos<br />
os dias até porque é uma das mais importantes<br />
das lições e aprendizados do marketing,<br />
por maior que seja a admiração, amiza<strong>de</strong>,<br />
apreço, amor e reconhecimento que<br />
um cliente tenha por uma marca, empresa<br />
ou produto, diante <strong>de</strong> uma alternativa que<br />
se revele melhor e em todos os sentidos,<br />
troca no ato! Ainda que com lágrimas nos<br />
olhos e suposta dor no coração. Vira as costas,<br />
dá tchauzinho e mergulha <strong>de</strong> cabeça<br />
na nova paixão. Não se trata <strong>de</strong> ingratidão.<br />
É que, felizmente, nós, seres humanos, somos<br />
assim. Diante do incontestavelmente<br />
melhor, não titubeamos um único segundo.<br />
Mudamos na hora. Thanks, God!<br />
E assim, e muito rapidamente, os frequentadores<br />
e supostamente clientes fiéis<br />
do Orkut, mudaram para o Facebook. Mas,<br />
o Google não se conformou. Retirou-se <strong>de</strong><br />
cena, respirou fundo e longo, planejou, caprichou<br />
e <strong>de</strong>colou, novamente, com uma<br />
re<strong>de</strong> social. Cometeu até <strong>de</strong>satino <strong>de</strong> batizar<br />
essa re<strong>de</strong> social <strong>de</strong> Google+, sugerindo<br />
uma espécie <strong>de</strong> um Google Melhor, tão<br />
gran<strong>de</strong> era a certeza que ia <strong>de</strong>itar e rolar.<br />
Simplesmente, arrebentar. Tudo aconteceu<br />
com as <strong>de</strong>vidas pompas e circunstâncias<br />
no ano <strong>de</strong> 2011.<br />
Sete anos <strong>de</strong>pois, mais que arrebentar,<br />
arrebentou-se. No dia 8 <strong>de</strong> outubro do ano<br />
passado, 2018, após sucessivas falhas <strong>de</strong> segurança,<br />
além <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são praticamente zero<br />
dos “feicers”, que não viram nenhuma vantagem<br />
em migrar para o Google+, o Google<br />
assumiu seu segundo e monumental fracasso<br />
nesse território, e matou sua segunda<br />
re<strong>de</strong> social. Tentará uma terceira vez? De<br />
qualquer maneira, que ao menos aprenda a<br />
lição. Ditados, brocardos, adágios, anexins,<br />
provérbios, axiomas, máximas, sabedoria<br />
popular em geral, são ótimos para você comentar<br />
tudo o que já aconteceu e fazer cara<br />
<strong>de</strong> sábio. Jamais para prognosticar o que<br />
po<strong>de</strong> acontecer.<br />
Assim, o Ministério da Saú<strong>de</strong> adverte:<br />
só use “Promessa é dívida”, “O ataque é a<br />
melhor <strong>de</strong>fesa”, “As pare<strong>de</strong>s têm ouvidos”,<br />
“Cão que ladra não mor<strong>de</strong>”, “Mentira tem<br />
pernas curtas”, “Quando a esmola é muita<br />
o santo <strong>de</strong>sconfia”, “Gosto não se discute”,<br />
“Pau que bate em Chico bate em Francisco”,<br />
e milhares <strong>de</strong> outros mais, só fale ou<br />
use <strong>de</strong>pois do fato consumado. E aí assim,<br />
po<strong>de</strong> fazer cara e olhar inteligentes. Jamais<br />
use um ditado como prognóstico. Invariavelmente<br />
e porque, “quem com os cães se<br />
<strong>de</strong>ita com pulgas se levanta”, ou “quem fala<br />
<strong>de</strong>mais dá bom dia a cavalo”, ou “o amor<br />
é grátis, o sexo é pago”, e, por falar nisso,<br />
“não existe almoço grátis”. Assim, quem<br />
po<strong>de</strong> o mais podia o menos. Quem po<strong>de</strong> o<br />
maior podia o menor. E agora, e em tempos<br />
<strong>de</strong> disrupção, não mais e necessariamente.<br />
Ou, o Não Po<strong>de</strong>, Morreu! A propósito, só<br />
lembrando: “cala a boca já morreu, quem<br />
manda na minha boca sou eu...”.<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
28 4 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark