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edição de 4 de novembro de 2019

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mkt<br />

Kristina Flour/Unsplash<br />

Google,<br />

o segundo<br />

fracasso<br />

“Alcançar o sucesso é prosseguir <strong>de</strong> fracasso<br />

em fracasso sem per<strong>de</strong>r o entusiasmo”<br />

Winston Churchill<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Lembram: “vocês só veem as pingas que<br />

eu bebo, mas não veem os tombos que<br />

caio...”, é mais ou menos por aí. Ou, ainda,<br />

o brocardo latino, “A maiori, ad minus”, tão<br />

usado no direito... Quem po<strong>de</strong> o mais, po<strong>de</strong><br />

o menos... Ou ainda, como dizia o sábio e<br />

saudoso Joelmir Betting: “Na prática, a teoria<br />

é outra”. Competências, por maiores<br />

que sejam em termos <strong>de</strong> abrangência, e como<br />

é o caso do Google, buscador predominante<br />

e incontestável, não necessariamente<br />

revelam-se fortes para outras iniciativas.<br />

Durante anos, o Google reinou <strong>de</strong> forma<br />

absoluta e, na época, supostamente imbatível<br />

e inexpugnável, como dono da re<strong>de</strong> social<br />

predominante. Só dava o Google. Re<strong>de</strong><br />

social criada por um <strong>de</strong> seus diretores, <strong>de</strong><br />

origem russa, que teve seu nome imortalizado<br />

na re<strong>de</strong>: Orkut. Orkut Büyükkökten.<br />

Como é do conhecimento <strong>de</strong> todos, hoje<br />

o Orkut é uma das milhares <strong>de</strong> almas penadas<br />

que vagueiam pelo espaço digital.<br />

E que no MadiaMundoMarketing <strong>de</strong>nominamos<br />

<strong>de</strong> Digisfera. Foi <strong>de</strong>vidamente <strong>de</strong>fenestrado<br />

por um concorrente que chegou<br />

muito <strong>de</strong>pois; mas, também, muito melhor.<br />

E como temos repetido quase que todos<br />

os dias até porque é uma das mais importantes<br />

das lições e aprendizados do marketing,<br />

por maior que seja a admiração, amiza<strong>de</strong>,<br />

apreço, amor e reconhecimento que<br />

um cliente tenha por uma marca, empresa<br />

ou produto, diante <strong>de</strong> uma alternativa que<br />

se revele melhor e em todos os sentidos,<br />

troca no ato! Ainda que com lágrimas nos<br />

olhos e suposta dor no coração. Vira as costas,<br />

dá tchauzinho e mergulha <strong>de</strong> cabeça<br />

na nova paixão. Não se trata <strong>de</strong> ingratidão.<br />

É que, felizmente, nós, seres humanos, somos<br />

assim. Diante do incontestavelmente<br />

melhor, não titubeamos um único segundo.<br />

Mudamos na hora. Thanks, God!<br />

E assim, e muito rapidamente, os frequentadores<br />

e supostamente clientes fiéis<br />

do Orkut, mudaram para o Facebook. Mas,<br />

o Google não se conformou. Retirou-se <strong>de</strong><br />

cena, respirou fundo e longo, planejou, caprichou<br />

e <strong>de</strong>colou, novamente, com uma<br />

re<strong>de</strong> social. Cometeu até <strong>de</strong>satino <strong>de</strong> batizar<br />

essa re<strong>de</strong> social <strong>de</strong> Google+, sugerindo<br />

uma espécie <strong>de</strong> um Google Melhor, tão<br />

gran<strong>de</strong> era a certeza que ia <strong>de</strong>itar e rolar.<br />

Simplesmente, arrebentar. Tudo aconteceu<br />

com as <strong>de</strong>vidas pompas e circunstâncias<br />

no ano <strong>de</strong> 2011.<br />

Sete anos <strong>de</strong>pois, mais que arrebentar,<br />

arrebentou-se. No dia 8 <strong>de</strong> outubro do ano<br />

passado, 2018, após sucessivas falhas <strong>de</strong> segurança,<br />

além <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são praticamente zero<br />

dos “feicers”, que não viram nenhuma vantagem<br />

em migrar para o Google+, o Google<br />

assumiu seu segundo e monumental fracasso<br />

nesse território, e matou sua segunda<br />

re<strong>de</strong> social. Tentará uma terceira vez? De<br />

qualquer maneira, que ao menos aprenda a<br />

lição. Ditados, brocardos, adágios, anexins,<br />

provérbios, axiomas, máximas, sabedoria<br />

popular em geral, são ótimos para você comentar<br />

tudo o que já aconteceu e fazer cara<br />

<strong>de</strong> sábio. Jamais para prognosticar o que<br />

po<strong>de</strong> acontecer.<br />

Assim, o Ministério da Saú<strong>de</strong> adverte:<br />

só use “Promessa é dívida”, “O ataque é a<br />

melhor <strong>de</strong>fesa”, “As pare<strong>de</strong>s têm ouvidos”,<br />

“Cão que ladra não mor<strong>de</strong>”, “Mentira tem<br />

pernas curtas”, “Quando a esmola é muita<br />

o santo <strong>de</strong>sconfia”, “Gosto não se discute”,<br />

“Pau que bate em Chico bate em Francisco”,<br />

e milhares <strong>de</strong> outros mais, só fale ou<br />

use <strong>de</strong>pois do fato consumado. E aí assim,<br />

po<strong>de</strong> fazer cara e olhar inteligentes. Jamais<br />

use um ditado como prognóstico. Invariavelmente<br />

e porque, “quem com os cães se<br />

<strong>de</strong>ita com pulgas se levanta”, ou “quem fala<br />

<strong>de</strong>mais dá bom dia a cavalo”, ou “o amor<br />

é grátis, o sexo é pago”, e, por falar nisso,<br />

“não existe almoço grátis”. Assim, quem<br />

po<strong>de</strong> o mais podia o menos. Quem po<strong>de</strong> o<br />

maior podia o menor. E agora, e em tempos<br />

<strong>de</strong> disrupção, não mais e necessariamente.<br />

Ou, o Não Po<strong>de</strong>, Morreu! A propósito, só<br />

lembrando: “cala a boca já morreu, quem<br />

manda na minha boca sou eu...”.<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

28 4 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark

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