05.03.2020 Views

Desvairadas: histórias de pessoas LGBT em Florianópolis, capital de Santa Catarina (2014)

Este livro-reportagem foi produzido de maneira independente e apresentado como TCC do curso de Jornalismo da UFSC em 2014, com o intuito de oferecer narrativas jornalísticas sobre pessoas LGBT que fujam do olhar de exotificação e patologização habitualmente encontrado em reportagens dos meios de comunicação hegemônicos. Por esse motivo, a reprodução deste material é livre e fortemente estimulada.

Este livro-reportagem foi produzido de maneira independente e apresentado como TCC do curso de Jornalismo da UFSC em 2014, com o intuito de oferecer narrativas jornalísticas sobre pessoas LGBT que fujam do olhar de exotificação e patologização habitualmente encontrado em reportagens dos meios de comunicação hegemônicos. Por esse motivo, a reprodução deste material é livre e fortemente estimulada.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

E se engana quem pensa que a cena é nova: a própria origem

do nome Drag Queen remonta a um período muito anterior

ao século XX. A palavra drag era utilizada no linguajar

teatral para se referir aos homens que se vestiam com roupas

femininas para atuar – nos tempos de William Shakespeare,

os papéis femininos eram interpretados por homens. Outras

teorias relacionam drag com seu significado “arrastar”, lembrando

dos opulentos vestidos do século XIX, cujas barras

arrastavam pelo chão. Já a palavra queen pode vir de quean,

ou cuene, termo utilizado no século XVIII para se referir de

forma pejorativa às mulheres “promíscuas” ou homens homossexuais.

O cenário Drag Queen foi ganhar visibilidade no ocidente

a partir dos anos 1960. Nos cinemas, John Waters e Andy

Warhol lançaram as pioneiras Divine e Candy Darling, que estrelaram

respectivamente os filmes “Pink Flamingos” (1972)

e “Flesh” (1968). No Brasil, alguns nomes despontam na virada

da década, como a Drag Queen carioca Laura de Vison,

que desfilava de biquíni e casaco de peles no carnaval do Rio

de Janeiro.

Nos anos 1990, um grande impulsor do movimento

foi a estreia e o sucesso mundial do filme australiano “Priscilla,

a Rainha do Deserto” (1993), de Stephan Elliott, que

conta a história de três Drags em uma viagem pelo interior

da Austrália, a bordo do ônibus Priscilla. No ano seguinte,

Hollywood lançou o “Para Wong Foo, Obrigado por Tudo,

Julie Newmar”, com um enredo bem semelhante. Foi nesse

contexto que apareceram as Drag Queens brasileiras Cindy

Babado, Kaká diPolly, Paulette Pink, Natasha Rasha, Dimmy

Kier, só para citar alguns nomes.

Desde 2005, o foco da atenção tem sido o reality show

televisivo dos Estados Unidos, “RuPaul’s Drag Race” (A corrida

de Drags da RuPaul, em tradução literal), em que aspirantes

a Drag Queens competem entre si sob orientação de

RuPaul. Embora não seja transmitida no Brasil, a série vem

42

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!