INFORME DE MERCADO Estratégias para o Diagnóstico Laboratorial da COVID-19: RT-PCR e ELISA - IgA, IgM e IgG. A pandemia causada pelo SARS-CoV-2 (doença COVID-19) é desafiadora aos laboratórios clínicos para um diagnóstico assertivo. O vírus após contágio possui um longo período de incubação assintomático de 1 a 14 dias (média 5 dias). Nesta fase, indivíduos podem transmitir o vírus, dificultando o manejo do paciente e ações epidemiológicas para redução de casos e óbitos. Para a detecção direta do SARS-CoV-2 nas fases iniciais de infecção, centros disponibilizaram reações in house (técnica RT-PCR real time) - realizadas pelo próprio laboratório - a partir do cDNA de amostras do trato respiratório e soro. Os protocolos foram fornecidos pelo Charité, CDC China e CDC USA sendo os alvos gênicos RdRP, E e N; ORF1ab e N e RdRNP e N (três regiões), respectivamente. Porém são de difícil validação pois há poucos laboratórios especializados nessa implementação com controle de qualidade assertivo. Para melhor padronização, kits comerciais foram desenvolvidos utilizando por exemplo, reagentes pronto para uso e controles validados reduzindo a chance de resultados falso-positivos – p.ex. contaminação dos reagentes por amplicons - ou falso-negativos – p.ex. reduzida sensibilidade por inacurácia na preparação do master mix - em comparação às reações in house. A sorologia reúne informações da soroconversão do paciente, determinação da soroprevalência na população além de solucionar casos assintomáticos ou negativos na RT-PCR. Após a fase inicial, cerca de 5 dias do aparecimento dos sintomas, há a detecção de anticorpos IgA e IgM. O Ministério da Saúde indica a detecção de anticorpos IgM e IgG a partir do 7º dia do aparecimento dos sintomas, em caso de suspeita de síndrome gripal ou SARS. O antígeno SARS-CoV-2 apresenta duas proteínas imunogênicas, N (nucleocapsídeo) e S (spike), a N possui alta homologia – cerca de 90% - entre os coronavirus, tornando testes baseados na proteína N com grande chance de reatividade cruzada. Enquanto a detecção da classe IgA pode ser realizada pela proteína S1, que apresenta a menor conservação entre os Coronavírus, ou seja, mais específico. Ademais, a classe IgA é carreador da resposta imune humoral em áreas de mucosa e fluídos corporais, portanto, relevante importância ao diagnóstico de infecção respiratória, teoricamente com títulos mais altos que IgM após o aparecimento dos sintomas. O IgA apresenta ainda, uma detecção possivelmente precoce em relação ao IgG em estudos preliminares com o SARS-CoV-2. Estudos com SARS-CoV(-1) indicam a soroconversão do IgG a partir da 1ª semana após sintomas. No SARS-CoV-2 a detecção do IgG mostra sensibilidade adequada em torno do dia 14 e sua permanência não está bem esclarecida na literatura. Por fim, uma boa estratégia diagnóstica indica a RT-PCR seguida do acompanhamento da soroconversão utilizando a detecção complementar de anticorpos IgA ou IgM e, seguido por IgG, para o um diagnóstico laboratorial mais assertivo de pacientes suspeitos ou que tiveram contato com o vírus. Referências Bibliográficas Wu F, Zhao S, Yu B, et al. A new coronavirus associated with human respiratory disease in China. 287 Nature 2020. Zhou P, Yang XL, Wang XG, et al. A pneumonia outbreak associated with a new coronavirus of probable bat origin. Nature 2020. Gorbalenya AE, Baker SC, Baric RS, et al. The species Severe acute respiratory syndrome-related coronavirus: classifying 2019-nCoV and naming it SARS-CoV-2. Nature Microbiology 2020. Amanat, F., Nguyen T.H.O, Chromikova, V. et al. A serologic assay to detect SARS-CoV-2 seroconversion in humans Leung et al., Antibody Response of Patients with Severe Acute Respiratory Syndrome (SARS) Targets the Viral Nucleocapsid, JID 190:379–86 2004 Okba et al., SARS-CoV-2 specific antibody responses in COVID-19 patients, medRxiv (Preprint). 2020. doi: 10.1101/2020.03.18.20038059 Brasil. Ministério da Sáude. Sobre a doença. Disponível em: https://coronavirus.saude.gov. br/sobre-a-doenca#definicaodecaso, acesso em 07/04/2020. Brasil. Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico nº7. Semana Epidemiológica 15, Abril, 2020. Gorbalenya, A.E. et al. Coronaviridae Study Group of the International Committee on Taxonomy of Viruses. Nature Microbiology,2020. Meyer B, Drosten C, Müller MA. Serological assays for emerging coronaviruses: challenges and pitfalls.Virus Res. 2014 Dec 19;194:175-83. Shu-Yuan Xiao, Yingjie Wu, Juan Li, Evolving status of the 2019 novel coronavirus infections: proposal of conventional serologic assays for disease diagnostics and infection monitoring. 2020, J Med Virol. 2020;1-4. Conflito de Interesse SOANE, M.M. e SARAIVA, N.B pertencem à EUROIMMUN, empresa fabricante de kits diagnósticos. SOANE, M.M.¹; SARAIVA, N.B¹. ¹Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, EUROIMMUN Brasil, São Paulo. michel.soane@euroimmun.com.br 0 110 <strong>Revista</strong> NewsLab | Abr/Mai 2020
Diagnóssco confiável para CORONA COVID-19 Detecção rápida através da transcriptase reversa e PCR em tempo real em uma única reação, e detecção simultânea de 2 sequências alvo diferentes do patógeno, garannndo alta sensibilidade ao teste. Detecção sensível e específica de anncorpos contra SARS-CoV-2 em amostras de soro e plasma, complementando o diagnóssco de detecção direta do patógeno.