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Revista Newslab Edição 159

Revista Newslab Edição 159 - Abril / Maio 2020

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Autoras: Núbia Cristina Gonçalves Sacramento*, Tinara Leila De Souza Aarão**<br />

ARTIGO 01<br />

De acordo com o observado na figura 1,<br />

seis (06) autores citaram (não detalhadamente)<br />

outras proteínas relacionadas<br />

ao T. vaginalis, participando em múltiplos<br />

processos quanto à função, são algumas<br />

como: P270 e P230 (ambas imunogênicas),<br />

HSP70 (protege T. vaginalis<br />

de efeitos tóxicos) Proteína G (carreatora<br />

dos purinoreceptores), TvCP30 (formam<br />

poros nos eritrócitos para romper sua<br />

membrana), TvCP62, TvCP65 (degradam<br />

proteínas do meio cervicovaginal),<br />

TvCp39 (bloqueiam a ação de fagocitose<br />

de neutrófilos e macrófagos), Src - SH2<br />

(dimerização de Gal 1), GRB2 (proteína<br />

ligante do receptor do fator de crescimento),<br />

proteína Faz (proteínas transmembranas<br />

capazes de mediar a apoptose<br />

por meio da interligação de Fas em<br />

células-alvo sensitivas).<br />

Discussão<br />

T. vaginalis possui uma membrana considerada<br />

como um verdadeiro mosaico<br />

repleto de proteínas, adesinas, receptores<br />

de proteínas e carboidratos que interagem<br />

com as fontes de nutrientes presentes na<br />

matriz extracelular do hospedeiro, para então<br />

lhe conferir a capacidade funcional de<br />

ligante/receptor (NODARSE, 2012).<br />

De acordo com a análise da sequência genômica<br />

de T. vaginalis já descrita literatura<br />

existem três famílias de proteínas até então<br />

conhecidas: BspA, GP63 e as adesinas e ou-<br />

tras proteínas, sendo a TvBspA (Proteína de<br />

superfície de bacteroides A) pertencentes à<br />

maior família, pois codificam as proteínas<br />

de superfície potencialmente específicas,<br />

compatíveis com receptores ricos em leucina;<br />

a GP63, que pertencem a segunda<br />

maior família, possuem os domínios transmembranas;<br />

sendo as serino peptidases<br />

e a cisteínas proteases de superfície que<br />

transportam fragmentos de proteínas e<br />

pequenos peptídeos para conferir energia<br />

ao parasito, e a terceira família que são as<br />

adesinas que compartilham os domínios<br />

de membrana com outras proteínas (ex.<br />

P270) no processo de colonização e patogenia<br />

(NODARSE, 2012).<br />

Porém, não há como discutir sobre a patogenia<br />

exercida por T. vaginalis, sem destacar<br />

a importância do ferro, um mineral essencial<br />

à vida, que exerce um papel decisivo<br />

na patogênese da tricomoníase, pois para<br />

adquirir o mineral, desenvolve um sistema<br />

múltiplo de absorção, expressando diversos<br />

receptores em sua membrana para fisgar o<br />

ferro da hololactoferrina, hemoglobina, hemina,<br />

e ainda se liga e lisa eritrócitos e células<br />

epiteliais com o mesmo intuito, o que<br />

explica o agravo das manifestações clínicas<br />

da infecção por T. vaginalis no período do<br />

ciclo após a menstruação (LEMOS, 2014).<br />

Por isso, é importante frisar que o processo<br />

de citoaderência é notadamente fortalecido<br />

com a presença do ferro; por meio<br />

dele há o aumento na síntese das proteínas<br />

adesinas AP23, AP33, AP51, AP65 e AP120,<br />

ambas envolvidas na adesão, o ferro ainda<br />

modula a compartimentalização destas<br />

proteínas, bem como contribui para a falha<br />

do sistema imunológico na resposta contra<br />

o parasito aumentando a resistência ao<br />

complemento, além de regular as funções<br />

de proteínas do tipo fibronectina e outras<br />

atuantes na superfície do parasito (VIEIRA,<br />

2012).<br />

Portanto, devido essa necessidade de<br />

manter sua atividade metabólica, o parasito<br />

precisa arquitetar estratégias inteligentes de<br />

captura do mineral, considerando os vários<br />

obstáculos imunológicos e as condições<br />

ambientais encontradas, a exemplo na variabilidade<br />

de adaptação, observa-se que as<br />

proteínas promiscuas (NORDASE, 2012) e/<br />

ou multifuncionais AP51 e AP65, até então<br />

relacionadas a adesão (BARROS 2013), podem<br />

ser expressas com outra finalidade, à<br />

de contribuir na captura de ferro do heme<br />

presentes no meio extracelular, pois o heme<br />

quando está livre na matriz extracelular pode<br />

produzir um efeito oxidativo e inflamatório,<br />

causando dano aos tecidos, todavia, o T. vaginalis<br />

através de suas proteínas multifuncionais<br />

e de natureza inespecíficas ainda, a<br />

AP51 e AP65, tiram proveito para capturar o<br />

ferro contido neste e converter o efeito tóxico<br />

para seu benefício (VIEIRA, 2012).<br />

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0 <strong>Revista</strong> NewsLab | Abr/Mai 2020

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