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Autoras: Núbia Cristina Gonçalves Sacramento*, Tinara Leila De Souza Aarão**<br />
ARTIGO 01<br />
De acordo com o observado na figura 1,<br />
seis (06) autores citaram (não detalhadamente)<br />
outras proteínas relacionadas<br />
ao T. vaginalis, participando em múltiplos<br />
processos quanto à função, são algumas<br />
como: P270 e P230 (ambas imunogênicas),<br />
HSP70 (protege T. vaginalis<br />
de efeitos tóxicos) Proteína G (carreatora<br />
dos purinoreceptores), TvCP30 (formam<br />
poros nos eritrócitos para romper sua<br />
membrana), TvCP62, TvCP65 (degradam<br />
proteínas do meio cervicovaginal),<br />
TvCp39 (bloqueiam a ação de fagocitose<br />
de neutrófilos e macrófagos), Src - SH2<br />
(dimerização de Gal 1), GRB2 (proteína<br />
ligante do receptor do fator de crescimento),<br />
proteína Faz (proteínas transmembranas<br />
capazes de mediar a apoptose<br />
por meio da interligação de Fas em<br />
células-alvo sensitivas).<br />
Discussão<br />
T. vaginalis possui uma membrana considerada<br />
como um verdadeiro mosaico<br />
repleto de proteínas, adesinas, receptores<br />
de proteínas e carboidratos que interagem<br />
com as fontes de nutrientes presentes na<br />
matriz extracelular do hospedeiro, para então<br />
lhe conferir a capacidade funcional de<br />
ligante/receptor (NODARSE, 2012).<br />
De acordo com a análise da sequência genômica<br />
de T. vaginalis já descrita literatura<br />
existem três famílias de proteínas até então<br />
conhecidas: BspA, GP63 e as adesinas e ou-<br />
tras proteínas, sendo a TvBspA (Proteína de<br />
superfície de bacteroides A) pertencentes à<br />
maior família, pois codificam as proteínas<br />
de superfície potencialmente específicas,<br />
compatíveis com receptores ricos em leucina;<br />
a GP63, que pertencem a segunda<br />
maior família, possuem os domínios transmembranas;<br />
sendo as serino peptidases<br />
e a cisteínas proteases de superfície que<br />
transportam fragmentos de proteínas e<br />
pequenos peptídeos para conferir energia<br />
ao parasito, e a terceira família que são as<br />
adesinas que compartilham os domínios<br />
de membrana com outras proteínas (ex.<br />
P270) no processo de colonização e patogenia<br />
(NODARSE, 2012).<br />
Porém, não há como discutir sobre a patogenia<br />
exercida por T. vaginalis, sem destacar<br />
a importância do ferro, um mineral essencial<br />
à vida, que exerce um papel decisivo<br />
na patogênese da tricomoníase, pois para<br />
adquirir o mineral, desenvolve um sistema<br />
múltiplo de absorção, expressando diversos<br />
receptores em sua membrana para fisgar o<br />
ferro da hololactoferrina, hemoglobina, hemina,<br />
e ainda se liga e lisa eritrócitos e células<br />
epiteliais com o mesmo intuito, o que<br />
explica o agravo das manifestações clínicas<br />
da infecção por T. vaginalis no período do<br />
ciclo após a menstruação (LEMOS, 2014).<br />
Por isso, é importante frisar que o processo<br />
de citoaderência é notadamente fortalecido<br />
com a presença do ferro; por meio<br />
dele há o aumento na síntese das proteínas<br />
adesinas AP23, AP33, AP51, AP65 e AP120,<br />
ambas envolvidas na adesão, o ferro ainda<br />
modula a compartimentalização destas<br />
proteínas, bem como contribui para a falha<br />
do sistema imunológico na resposta contra<br />
o parasito aumentando a resistência ao<br />
complemento, além de regular as funções<br />
de proteínas do tipo fibronectina e outras<br />
atuantes na superfície do parasito (VIEIRA,<br />
2012).<br />
Portanto, devido essa necessidade de<br />
manter sua atividade metabólica, o parasito<br />
precisa arquitetar estratégias inteligentes de<br />
captura do mineral, considerando os vários<br />
obstáculos imunológicos e as condições<br />
ambientais encontradas, a exemplo na variabilidade<br />
de adaptação, observa-se que as<br />
proteínas promiscuas (NORDASE, 2012) e/<br />
ou multifuncionais AP51 e AP65, até então<br />
relacionadas a adesão (BARROS 2013), podem<br />
ser expressas com outra finalidade, à<br />
de contribuir na captura de ferro do heme<br />
presentes no meio extracelular, pois o heme<br />
quando está livre na matriz extracelular pode<br />
produzir um efeito oxidativo e inflamatório,<br />
causando dano aos tecidos, todavia, o T. vaginalis<br />
através de suas proteínas multifuncionais<br />
e de natureza inespecíficas ainda, a<br />
AP51 e AP65, tiram proveito para capturar o<br />
ferro contido neste e converter o efeito tóxico<br />
para seu benefício (VIEIRA, 2012).<br />
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0 <strong>Revista</strong> NewsLab | Abr/Mai 2020