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ENTREVISTA<br />
Edepois<br />
sai o segundo e sai o terceiro.<br />
Novamente, o aspeto da curiosidade, o querer saber sempre<br />
mais, ir mais além. O meu primeiro livro era sobre redes,<br />
mas o primeiro capítulo desse livro chamava-se The Tree<br />
of Life, porquê? Porque as árvores, vim eu a descobrir,<br />
as árvores são no fundo o arquétipo visual mais antigo<br />
das redes, ou seja, antes de o ser humano fazer redes,<br />
visualizar ou desenhar mapas em<br />
rede, as primeiras tentativas nesse<br />
sentido são os diagramas de árvore.<br />
De formas hierárquicas, de estruturas<br />
hierárquicas, sejam de árvores da vida,<br />
de árvores genealógicas, etc. Então,<br />
o primeiro capítulo deste livro, da<br />
Visual Complexity, tenta um pouco ir<br />
atrás e dar a conhecer essas primeiras<br />
tentativas de diagramatizar<br />
as estruturas hierárquicas.<br />
Só que eu apaixonei-me de<br />
tal maneira pelas árvores, eu<br />
disse “bem eu tenho de fazer<br />
um livro só sobre árvores”,<br />
então o meu segundo livro<br />
foi só sobre árvores e já<br />
o terceiro livro foi uma<br />
tentativa de ir ainda mais<br />
atrás, ou seja, quais foram os<br />
primeiros diagramas criados<br />
pelo ser humano e levoume<br />
a quarentena mil anos<br />
atrás, a vários hieróglifos,<br />
marcações em pedra à volta<br />
do monte sobre formas<br />
circulares, desde o diagrama<br />
de anéis concêntricos à<br />
forma da roda concêntrica,<br />
círculos concêntricos e<br />
círculos seccionados, levoume<br />
a alguma dessas formas<br />
ancestrais criadas pelo ser<br />
humano à volta do mundo e<br />
foi no fundo a génese do meu<br />
terceiro e último livro que é<br />
o livro dos círculos, The Book<br />
of Circles, que explora cerca<br />
de mil anos da forma circular<br />
como uma ferramenta para<br />
fazer sentido da informação.<br />
Para além disso, Manuel, é<br />
muitas outras coisas, daí que<br />
não goste de meter rótulos.<br />
Eu sei que não gosta, mas<br />
não posso deixar de dizer<br />
que foi considerado uma<br />
das cinquenta mentes mais<br />
brilhantes do mundo, quer<br />
dizer, eu não consigo ignorar<br />
isso, peço imensa desculpa.<br />
O Manuel já aprendeu a lidar<br />
bem com esses elogios ou é<br />
uma coisa que lhe passa um<br />
bocado ao lado?<br />
Eu acho que é impossível<br />
passar ao lado, eu sintome<br />
sempre extremamente<br />
lisonjeado, não é? Por esses<br />
elogios, pelas pessoas,<br />
acima de tudo, gostarem do<br />
meu trabalho, mas acima<br />
de tudo, mais do que esses<br />
elogios, mais do que essas<br />
classificações, para mim o<br />
que me enche realmente<br />
de orgulho e de prazer é<br />
saber que posso tocar a<br />
vida de alguém de uma<br />
maneira substancial, ou<br />
seja, quando alguém me<br />
encontra numa conferência<br />
e diz “olha, eu mudei de<br />
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