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NOREVISTA MARÇO 2021

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OPINIÃO<br />

no | www.norevista.pt<br />

Modelação dos<br />

www.iroa.pt<br />

facebook.com/iroaazores<br />

Paulo Filipe Silva Borges<br />

Licenciado em Geologia<br />

Mestre em Geociências,<br />

ramo do Ambiente e<br />

Ordenamento<br />

recursos hídricos<br />

Água. Ribeiras, lagoas e aquíferos. Nascentes, poços<br />

e furos. Hipóteses, teorias, modelos conceptuais<br />

e modelos numéricos. Para que servem? São<br />

necessários? Como a comunidade em geral<br />

beneficia com tais projeções?<br />

A razão para estes trabalhos, estudos e projeções<br />

tem a ver com a importância da água. Um bem<br />

essencial para a comunidade e para a vida, para<br />

o desenvolvimento da economia. Assegurar a<br />

quantidade, qualidade deste recurso, mantendo<br />

baixo custo e em conformidade com o ambiente é o<br />

objetivo de qualquer sociedade prosperante, embora<br />

nada fácil.<br />

Para conseguir atingir estes objetivos é<br />

necessário conhecer como funcionam os<br />

recursos hídricos na natureza, formando<br />

hipóteses segundo a ocorrência de água<br />

nos seus cursos, lagoas e nascentes. Com o<br />

tempo formou-se teorias que possibilitaram<br />

a abertura de poços e furos seguindo a<br />

possível ocorrência de água, uns com<br />

sucesso, outros nem tanto. Com mais<br />

conhecimentos do ambiente e da geologia,<br />

com o avanço das tecnologias e análises<br />

à água extraída nos vários pontos já foi<br />

possível formar os modelos conceptuais,<br />

ou seja, uma conceituação e generalização<br />

do comportamento da água. E é neste<br />

ponto onde nos encontramos em termos de<br />

conhecimento dos recursos hídricos e águas<br />

subterrâneas, nos Açores.<br />

Temos o conhecimento<br />

de onde e como ocorre<br />

a água, sabemos<br />

genericamente os<br />

compartimentos<br />

hidrogeológicos<br />

subterrâneos - massas<br />

de água (onde se<br />

armazenam) e<br />

conceituamos como<br />

circula no meio rochoso.<br />

O próximo passo do<br />

desenvolvimento, tendo por<br />

base os modelos conceptuais,<br />

é a formulação de modelos<br />

numéricos, isto é, uma<br />

representação matemática<br />

do fluxo hídrico subterrâneo,<br />

assumindo os processos<br />

físicos que governam a<br />

hidrogeologia local. Embora<br />

estes modelos não possam<br />

representar com total detalhe<br />

a complexidade do sistema<br />

real no ambiente, pelo menos<br />

é útil de quatro formas:<br />

- O modelo apresenta<br />

consistência nas propriedades<br />

aquíferas, recarga, descarga e<br />

variação dos níveis de água;<br />

- Podem ser utilizados para<br />

estimar o fluxo de água e<br />

características aquíferos onde<br />

não temos contacto direto<br />

com estes reservatórios (locais<br />

com ausência de nascentes,<br />

poços e furos);<br />

- Modelos podem ser<br />

utilizados para simular a<br />

resposta dos reservatórios<br />

hídricos a hipotéticas<br />

condições;<br />

- É possível ainda<br />

identificar áreas sensíveis a<br />

contaminações ou à alteração/<br />

sazonalidade climática.<br />

Apenas pela listagem da<br />

utilidade destes modelos<br />

é possível imaginar como<br />

0140 NOMAR21 0141<br />

NOMAR21

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