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NOREVISTA MARÇO 2021

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REPORTAGEM<br />

REPORTAGEM<br />

ÁREA TEMÁTICA REPORTAGEM<br />

|SAÚDE<br />

da mesma mecânica de jogo: o jogador<br />

é convidado a personificar um agente<br />

de desinformação com o objectivo de<br />

semear discórdia, confusão e cisões na<br />

“população”, implementando estratégias<br />

similares àquelas usadas para a<br />

propagação de notícias e informação<br />

falsa nas redes sociais. O desempenho<br />

do jogador é traduzido em likes virtuais<br />

(similares a uma pontuação) e na<br />

conquista de insígnias (badges) quando<br />

domina uma de várias estratégias<br />

comuns.<br />

O primeiro destes, Bad News,<br />

desenvolvido em colaboração<br />

com Sander van der Linden e Jon<br />

Roozenbeek, investigadores na<br />

Universidade de Cambridge do<br />

Reino Unido e líderes na pesquisa<br />

contemporânea sobre a Teoria da<br />

Inoculação, mostrou-se eficaz na<br />

melhoria da capacidade de discernir e<br />

resistir a desinformação, num estudo de<br />

larga escala com 15000 participantes.<br />

Ainda que o componente activo, tal<br />

como implementado no jogo, seja<br />

um aspecto relevante na “inoculação<br />

psicológica”, é o seu aspecto informativo,<br />

instanciado no jogo sob a forma de<br />

insígnias, que fornece imunidade a<br />

notícias falsas e conteúdo enviesado.<br />

O leitor poderá, pois, e ainda que sem<br />

o aspecto lúdico, beneficiar de imediato<br />

da sua “vacina para a desinformação”<br />

ao apreender as seguintes estratégias<br />

comummente usadas em notícias falsas.<br />

Note que, ainda que cada uma possa<br />

parecer inócua em isolamento, uma<br />

campanha de desinformação bemsucedida<br />

tende a usá-las em conjunto.<br />

Consegue identificar uma ou mais<br />

destas estratégias de desinformação no<br />

feed de notícias das suas redes sociais?<br />

Falsificação da fonte: Actualmente,<br />

na internet e redes sociais, é<br />

particularmente fácil e barato adoptar<br />

um perfil ou criar uma página “de<br />

notícias” que simule superficialmente<br />

um perito ou uma instituição<br />

profissional e legítima, ao mimetizar a<br />

sua aparência, pela adopção de logótipos<br />

e/ou nomes aparentados. As pessoas,<br />

ao partilharem informação online,<br />

raramente prestam a devida atenção à<br />

fonte, bastando a alguém que apenas<br />

mimetize superficialmente alguém<br />

legítimo ou de confiança para que possa<br />

disseminar e propagar desinformação.<br />

Emoção: Emoções como o medo,<br />

raiva e empatia são intrinsecamente<br />

motivantes e compelam as pessoas a<br />

agir – seja partilhando material que<br />

activou esses estados emocionais, seja<br />

a reagir (sob a forma de comentários)<br />

a esse material. Obviamente, nem todo<br />

o conteúdo emocional das redes sociais<br />

é necessariamente falso. Contudo,<br />

e sabendo que as pessoas tendem<br />

a suprimir uma reflexão analítica<br />

quando emocionalmente activadas,<br />

é relativamente fácil incutir medo,<br />

raiva ou empatia na desinformação<br />

– consequentemente, as pessoas irão<br />

reflectir menos sob a veracidade da<br />

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