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INTRODUÇÂO A ENGENHARIA

Engenharia civil estacio

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168 INTRODUÇÃO À ENGENHARIA - CONCEITOS, FERRAMENTA E COMPORTAMENTOS CAPÍTULO 7 - MODELOS E SIMULAÇÃO

Algumas hipóteses simplificativas admitidas em tal caso são:

• A CARGA F É PONTUAL. É uma idealização, pois não existem cargas

pontuais na natureza. Qualquer força mecânica real está aplicada

numa área, embora, às vezes, bastante pequena se comparada com as

demais dimensões do sistema. Esta simplificação, que não trata a

carga como distribuída, facilita a formulação do problema.

• O MATERIAL DA VIGA é HOMOGÉNEO. Considerando o material como

homogêneo e isento de falhas e impurezas, podemos tratá-lo como

um meio contínuo. Assim, as variáveis que representarão o sistema

também serão contínuas em certos domínios.

• A CARGA F É ESTÁTICA. Se a carga é aplicada lentamente desde zero até o

seu valor total, podemos considerá-la estática, pois ou não varia ou

varia pouco a sua intensidade com o tempo.

• ENGASTE PERFEITO. Podemos considerar, para efeito de cálculo, que o apoio

da viga seja um engaste perfeito, ou seja, que a viga esteja

rigidamente fixada numa parede, por exemplo. Embora não existam

corpos rígidos na natureza - todos têm algum grau de flexibilidade

-podemos considerar a flexibilidade da viga substancialmente maior

do que a do engaste. Simulamos assim o engaste como um apoio

rígido.

• O PESO PRÓPRIO DA VIGA É DESPREZADO. Considerando que a carga atuante

seja bem maior do que o peso da viga, podemos desprezar esta

última parcela. Uma análise da equação acima revela que a única

carga ali considerada é a força F. Se o peso p da viga fosse

considerado, teríamos uma expressão final com mais uma parcela,

talvez um pouco mais precisa, porém de emprego mais difícil.

VALIDADE DAS HIPÓTESES SIMPLIFICATIVAS

Sempre que forem estabelecidas hipóteses simplificativas para a solução de

um problema, surge a necessidade da sua verificação, especialmente através da

experimentação. A verificação é mesmo imprescindível, pois não podemos

utilizar um modelo sem conhecer o seu grau de representatividade.

Todavia, devemos nos lembrar que com a vivência vem uma maior

habilidade na definição das hipóteses simplificativas. Com a experiência

profissional conseguimos com mais propriedade desenvolver, ou escolher,

modelos que representem cada vez mais adequadamente os sistemas físicos a

serem analisados. Mas um bom preparo acadêmico pode abreviar

sensivelmente este tempo de maturação profissional.

Embora uma divergência entre os resultados previstos e a realidade das

medições seja inevitável, a utilidade de um modelo não está em representar

fielmente, ou não, o SFR. Segundo este critério, todos os modelos teriam de

ser rejeitados. Em função das hipóteses simplificativas, deles devemos esperai

um certo grau de discrepância com a realidade. O modelo é importante pela

sua praticidade e pela previsão que proporciona, e não necessariamente pela

sua precisão.

Retomando o problema apresentado no item anterior, as explicações

que seguem resgatam uma questão importante.

Após terem sido preparados os modelos, passamos a comparar as

previsões fornecidas pelo modelo matemático com o que realmente ocorre no

SFR em operação. Para isso, realizamos uma série de ensaios com diferentes

valores d e L , F , E , b e h e medimos as deflexões. Com os mesmos valores,

calculamos as deflexões usando o modelo matemático. Para um conjunto de

dados, obtemos um valor para a deflexão medida e outro para a calculada

Estes valores podem ser representados graficamente para a verificação do

validade do modelo matemático com as hipóteses simplificativas adotadas

Com os valores calculados através do modelo matemático, podemos traçar

um gráfico como o da figura abaixo, onde, no eixo das abscissas, estão

representados os deslocamentos y da extremidade livre da viga e, no eixo das

ordenadas, os valores das forças aplicadas F. Para traçar este gráfico foram

considerados constantes E, b, h e L, ou seja, para uma viga específica foram

determinados os deslocamentos correspondentes a vários níveis de carregamento.

Para cada par (F; y) temos um ponto no gráfico. Unindo os pontos,

encontramos a curva F-y da viga. O resultado gráfico obtido tem uma

característica interessante na engenharia: para pequenos níveis de aplicarão

de carregamento - níveis comuns de cargas atuantes na prática - a relação

entre F e y é uma reta. Aliás, é exatamente isto que a expressão apresentada

acima representa: uma reta. A chamada Lei de Hooke - que define uma

proporcionalidade direta entre cargas aplicadas F e deslocamentos y - é

fundamentada nesta característica.

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