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INTRODUÇÂO A ENGENHARIA

Engenharia civil estacio

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48 INTRODUÇÃO À EMPENHARIA - CONCEITOS, FERRAMENTAS E COMPORTAMENTOS

Capitulo 2 - Comunicação

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processos, instrumentos, produtos, enfim, aos seus conhecimentos. Captar,

compreender e saber utilizar a terminologia usual na área é também uma

receita de sucesso na hora de redigir trabalhos técnicos. Mas tudo depende do

público-alvo. Por exemplo, se estivermos escrevendo um manual de uso de

um equipamento que será usado pela comunidade em geral, termos técnicos

específicos devem ser evitados.

Em todo caso, não podemos esquecer que esclarecimentos colaterais

em excesso acabam mais confundindo do que ajudando a esclarecer.

Na linguagem técnica é bom evitar o emprego de prosopopéia, ou seja,

emprestar atributos que dão vida, ação, movimento e voz a coisas inanimadas.

Expressões como: "a equação A diz que" — pois as equações não falam —, "os

dados apontam para" - pois os dados não apontam -, devem ser evitadas. Por

outro lado, já é de uso comum, na linguagem do dia-a-dia das pessoas, o

emprego deste tipo de figura, o que torna em muitos casos quase inevitável o

seu emprego.

Recomendamos que uma redação técnica também deva ser preparada

num estilo que seja:

Um texto técnico deve ser

Impessoal Objetivo Modesto Cortês Claro

IMPESSOAL. O formato técnico atualmente mais aceito é prepararmos

textos em linguagem impessoal. Dessa forma, os textos devem ser redigidos na

terceira pessoa, evitando expressões como: "meu trabalho", "minhas

conclusões". Ao invés destas expressões, devemos usar, por exemplo: "o

presente trabalho", "conclui-se que". Esta orientação é contestada por alguns

autores, sob a alegação de que, em assim escrevendo, parece que estamos

tentando nos isentar da responsabilidade do que afirmamos. No entanto - em

se tratando de textos técnicos - julgamos ser esta uma boa forma de

comunicação, tornando-os inclusive mais precisos. E corno esta característica é

altamente desejável em uma redação técnica, justifica-se o seu emprego. Mas

isso não é regra absoluta, e desde que saibamos usar outras orientações com

coerência e qualidade, podemos fazê-lo sem nenhum constrangimento.

OBJETIVO. A linguagem técnica deve ser objetiva e precisa, evitando o uso

exagerado de expressões de reserva ou ressalva. Expressões do tipo "é

provável que" ou "possivelmente" devem ser usadas comedidamente, e apenas

onde for extremamente necessário, pois elas podem ser traduzidas, por quem as

lê, como pontos de dúvida do escritor. Neste caso, é melhor apontar para

a necessidade de trabalhos complementares. Na verdade, a própria linguagem

impessoal tende a afastar expressões subjetivas tais como "eu penso",

“parece-me", induzindo o emprego de afirmações mais objetivas. O seguinte

exemplo comparativo reforça a importância desta característica:

Objetiva

A sala mede 6 metros de

largura por 15 metros

de comprimento.

Subjetiva

O local é grande e espaçoso.

Comparação entre dois tipos de linguagem

MODESTO e CORTÊS, Apontar erros e incoerências em trabalhos de outros

não é uma atitude condenável. Mas não devemos usar esse recurso para

engrandecer o nosso próprio trabalho. Se o que fazemos é bom, tem qualidade,

ele se impõe por si mesmo, sem a necessidade de menosprezar outro para

fortalecê-lo. Um pouco de modéstia, inclusive, nos ajuda a ocupar espaços com

mais solidez, e evita contra-ataques daqueles que se sentirem prejudicados com

as críticas. Mas além de modesto, devemos ser corteses. O texto deve ser escrito

para registrar resultados e análises dentro do contexto em que foi realizado o

trabalho, e não para impressionar o leitor com colocações prepotentes que

alimentem o ego do autor.

CLARO. A clareza também é uma característica importante na linguagem

técnica, bem como a precisão. A clareza de idéias é um grande facilitador da

comunicação. Se o objetivo do registro é comunicar, o preparo de um relatório

deve ser feito tendo isso em mente. Portanto, antes de escrever o texto final, é

imprescindível que tenhamos clareza em relação às idéias que vamos registrar. Se

um assunto está bem claro na nossa mente, já temos um excelente ponto de

partida para o seu registro. Se não conhecemos o assunto que vamos relatar,

escrever vai ser um tormento, e o resultado final talvez não seja nem ;

proveitoso nem prazeroso.

Para aperfeiçoar o vocabulário técnico, devemos desenvolver o habito

de ler com freqüência e consultar dicionários e informações especializadas.

Tanto para captar quanto para registrar idéias numa área de conhecimento,

urna boa compreensão dos termos técnicos é imprescindível.

Em suma, a linguagem técnica deve ser clara, objetiva, precisa e simples, no

que diz respeito ao vocabulário e à construção das frases. Deve também estar

baseada cm dados objetivos e verificados, a partir dos quais analisa, sintetiza,

argumenta c conclui.

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