INTRODUÇÂO A ENGENHARIA
Engenharia civil estacio
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INTRODUÇÃO À ENGENHARIA - CONCEITOS, FERRAMENTA E COMPORTAMENTOS
CAPÍTULO 9 - PROJETO
edifícios, o problema poderá ser a construção de escadas de segurança; se a
necessidade for armazenar um produto químico inflamável, o problema poderá
ser a construção de tanques esféricos.
Um dos passos mais críticos do processo solucionador é a definição do
problema. Não que identificar uma necessidade seja tarefa fácil ou de menor
importância. Mas definir de forma clara e objetiva o problema a resolver tem
um peso fundamental em todo o processo solucionador, pois é esta definição
que vai orientar a resposta, que vai facilitar ou complicar a busca de soluções,
que vai ampliar ou reduzir o universo de possíveis soluções. Além do mais, SP o
problema for inicialmente mal formulado, todo o trabalho seguinte poderá ser
inútil, por se ter resolvido algo sem utilidade.
Uma análise criteriosa das condicionantes do problema também deve
ser feita, para evitar limitações desnecessárias, sem fundamentos lógicos. Este
passo, portanto, requer uma profunda análise, justificando, ainda, o processo de
retroalimentação, que consiste em voltas sucessivas de uma determinada fase
à sua precedente para reavaliação e tomada de decisão.
Não se deve cometer o erro de confundir a solução com o próprio
problema. Este alerta é necessário porque é comum, ao se tentar resolver algo,
ficarmos às voltas com tentativas de aperfeiçoar a situação atual. Para que isso
não ocorra, sugerimos que o projeto seja iniciado pela formulação mais clara
possível do problema. Dessa forma evitamos também a tendência de nos
emaranharmos, de início, com tentativas de apresentar soluções que só
deverão ser tratadas mais adiante.
Essa tendência de ficarmos presos pela solução atual pode ser mais bem
visualizada através de uma interpretação do esquema abaixo apresentado. É
comum que se cometa o equívoco de dar voltas ao redor da solução atual, sem
perceber que inúmeras outras soluções poderiam, perfeitamente, cumprir os
objetivos pretendidos.
E sempre vantajoso definir o problema da maneira mais ampla
possível. Se a definição for ampla, temos mais chance de encontrar soluções
não convencionais ou não-usuais. Um tratamento abrangente do problema
pode ter
conseqüências altamente gratificantes. Entretanto, o grau com que se vai alargar a
formulação de um problema depende de fatores que muitas vezes estão fora do
controle do projetista. A busca da formulação genérica pode conduzi-lo a um
conflito direto com decisões do empregador ou cliente, ou pode, ainda, remetêlo
para áreas de responsabilidade de outras pessoas numa organização.
É muito útil nesta fase o uso do conceito da caixa-preta. Durante a
formulação do problema, através deste conceito, apenas os estados inicial e
final são importantes e, portanto, identificados. O que vai acontecer entre um
estado e outro - ou seja, como vai ocorrer a transformação das variáveis de
entrada na resposta da saída - é algo que se vai definir posteriormente.
A técnica da caixa-preta consiste em desconsiderar, preliminarmente, o
processo necessário para transformar o estado inicial no estado final. Esta
transformação é substituída por uma caixa preta que, mais tarde, quando o
problema já estiver suficientemente definido, será estudada e definida.
Em muitos casos, o grau de generalização na formulação do problema
dependerá da sua importância, dos limites de tempo e recursos disponíveis e da
posição do projetista na hierarquia da empresa. Entretanto, o engenheiro não
pode furtar-se da responsabilidade da formulação mais ampla possível. Isto só
virá em seu benefício e da própria sociedade.
A definição do problema envolve descrevê-lo pormenorizadamente,
especificando os seus estados formais - dados iniciais e características finais do
sistema - e os objetivos a serem alcançados. A definição também deve identificar os
principais termos técnicos e, em especial, as restrições impostas - condicionantes
- além dos critérios que serão utilizados para avaliar o resultado final. Estes
critérios, obviamente, deverão estar definidos antes que se tenha um conjunto de
soluções provisórias, dentre as quais vai ser escolhida a mais apropriada.
Talvez o melhor procedimento nesta fase seja estabelecer uma definição
prévia do problema e, numa segunda iteração, depois de reunir várias
informações, defini-lo mais precisamente. Com isto estaremos verificando,
inclusive, se o problema é merecedor de atenção e, principalmente, evitando o
tão prejudicial emaranhamento prematuro com minúcias.