CAMPANHA 2021 ECONOMIA CIRCULAR (II PARTE) AFTERMARKET MAIS SUSTENTÁVEL “PARA SE ATINGIR O OBJETIVO DA NEUTRALIDADE CLIMÁTICA ATÉ 2050, O SETOR DOS TRANSPORTES TERÁ DE FAZER A SUA PARTE. TAL IMPLICARÁ UMA TRANSFORMAÇÃO QUE EXIGE A REDUÇÃO DRÁSTICA DAS EMISSÕES DE GASES COM EFEITO DE ESTUFA – 90% ATÉ 2050.” Fonte: Conselho da União Europeia (redução relativa a GEE de 2005) SIGA ONLINE A CAMPANHA VISU AFTERMARKET EM WWW.VISUAFTERMARKET.COM 14 PARTICIPE | COMENTE | INTERAJA Outubro I 2021 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
PATROCINADORES > Segundo a União Europeia, o transporte rodoviário é a maior fonte de emissão de gases de efeito de estufa (GEE) na Europa, produzindo à volta de 15% <strong>das</strong> emissões de CO2. A Comissão Europeia centrou a redução de emissões nas seguintes categorias: Viaturas ligeiras e comerciais ligeiras; Viaturas pesa<strong>das</strong> (camiões e autocarros); e Viaturas “fora de estrada” (escavadoras, bulldozers,etc…) A União Europeia tem definido limites de emissões em viaturas ligeiras e pesa<strong>das</strong> ao longo <strong>das</strong> últimas déca<strong>das</strong>, com os bem conhecidos EURO, que se iniciaram em 1988 com o EURO 0. As viaturas fora de estrada, como os tratores agrícolas ou florestais e as viaturas de duas ou três ro<strong>das</strong>, serão também incluí<strong>das</strong> nos futuros regulamentos com limites de emissões. Norma de Emissões - EURO 7 Quando foram conhecidos em finais de 2020, os contornos da próxima norma de emissões EURO 7, a indústria automóvel praticamente em uníssono afirmou, que seria o fim dos motores de combustão interna, tendo em consideração o que era exigido. Muitos afirmaram que era tecnicamente impossível ir ao encontro do novo regulamento e que seria uma forma indireta de promover o abate definitivo dos motores de CI. A VDA, Associação Alemã para a Indústria Automóvel, foi <strong>das</strong> vozes mais veementes contra este EURO 7. O presidente da VDA, Hildegard Mueller, afirmou: “Não é o motor que é o problema para o clima, mas sim os combustíveis fósseis.” Dito de outra forma, é dizer que se estes motores utilizarem combustíveis sintéticos, serão eles também emissores de poluentes tendencialmente zero. Empresas como a Audi, Bosch e Porsche, já mostraram grande afinidade com esta solução. Porém, na mais recente recomendação da AG- VES (Advisory Group on Vehicle Emission Standards) à Comissão Europeia foi dado um passo atrás, com um conjunto de recomendações mais suaves em que a Comissão Europeia reconhece e aceita os limites do que é tecnicamente viável. A Indústria acolheu a notícia com agrado, mas a verdade é que uma indústria como a automóvel, que necessita de planeamento a anos de distância, está a investir forte na tecnologia em que a maioria não acredita (mobilidade elétrica a baterias de iões de lítio), em virtude da perspetiva legislativa, fiscal e regulatória. Para termos uma ideia da dimensão da redução prevista inicialmente pela Norma EURO 7, a intenção da União Europeia é reduzir as emissões de poluentes entre 5 a 10 vezes relativamente à atual norma EURO 6 que mostramos no Quadro I. A Economia Circular nas Empresas Conforme referimos na edição anterior do VISU Aftermarket, muitos dos nossos hábitos de vida quotidiana terão de ser alterados. Se não for através da alteração de mentalidades, teremos seguramente muitas motivações legais, fiscais e outras, que nos obrigarão a mudar comportamentos, processos, procedimentos, tecnologias, entre outros. Em baixo, damos conta de alguns exemplos do que nos irá interessar no futuro muito próximo: Instalações: Necessário repensar layout <strong>das</strong> instalações (nomeadamente armazéns e espaços oficinais). Dar importância ao conforto térmico <strong>das</strong> pessoas e tudo aquilo que impacte na produtividade <strong>das</strong> equipas. Numa perspetiva de melhorar a eficiência energética, devemos melhorar o isolamento térmico, os consumos de água e de energia, entre outros recursos. Água: Para além da redução do consumo, a reutilização da água para outros fins possíveis dentro da sua aplicação, é uma outra importante diretriz da sustentabilidade ambiental. Energia: A utilização de sistemas de iluminação com tecnologia LED, utilização sempre que possível de fontes de energia renovável e a instalação de sistemas de mecanismos de poupança, são formas de reduzir a pegada ambiental e tornar as empresas mais sustentáveis do ponto de vista económico. Eco Pontos Internos: As empresas devem criar os seus circuitos internos de reciclagem para materiais como o plástico, vidro e papel. Produtos como toners <strong>das</strong> impressoras ou outros mais agressivos para o ambiente, devem ter um circuito próprio para reciclagem. Plásticos: Definir metas de redução de plásticos de utilização singular. Definir circuitos de reutilização e de reciclagem. Papel e Cartão: Definir metas de redução de utilização de papel e cartão. Definir circuitos de reutilização e de reciclagem. Equipamentos eletrónicos: Sempre que possível repare equipamentos avariados em substituição da compra de novo. Se tiver essa opção, compre equipamentos reciclados. Este tipo de equipamentos quando não têm reparação, devem ser encaminhados para os centros que fazem gestão deste resíduo, que, em alguns casos os aproveitam para reutilização de algumas peças. Compre e Venda Localmente: O Aftermarket, com uma logística tão exigente, é um forte contribuinte pelas emissões de gases provenientes de viaturas ligeiras e pesa<strong>das</strong>. Se adicionarmos à logística de entrega a inversa (Quadro II), em virtude da necessidade de recolha dos cascos dos reconstruídos, então temos mesmo de repensar este modelo de negócio. Doar: Numa sociedade de consumo, doar algo que ainda funciona, mas que está desfasado <strong>das</strong> necessidades atuais da empresa, deixou de ser uma opção. A opção é o lixo. Este produto que já não serve numa empresa, pode muito bem ser uma solução para outra empresa mais pequena, ou uma entidade social ou outra. Dar uma segunda vida a um produto, é prolongar a vida do mesmo e, retirar a necessidade de compra a quem o necessita. Princípios de Sustentabilidade A Comissão Europeia através do seu documento “Um novo Plano de Ação para a Economia Circular” datado de março de 2020, definiu alguns princípios de sustentabilidade que aqui apresentamos e que terão forte impacto no aftermarket dos próximos anos: Alteração do Modelo de Negócio: - Estimular a remanufatura e a reciclagem de alta qualidade; - Incentivar o modelo de negócio “produto como um serviço” ou outros modelos em que fabricantes mantêm a propriedade dos produtos ou www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Outubro 2021 15