Jornal das Oficinas 190

RICARDO RIBEIRO
UMA DAS vantaGENS DO GRUPO trustauto PARA OS PARCEIROS É
O Facto DE LHES OFERECER UMA PLATAFORMA DE GESTÃO OFICINAL
CHAMADA ITRUST VISION, Baseada EM INTELIGÊNCIA artIFICIAL
COGNITIVA, QUE VEM REVOLUCIONAR O MODO DE TRABALHO DO SETOR
ferências de lubrificantes TRUSTAU-
TO e hoje temos praticamente todas
as linhas. Temos um gabinete dedicado
só para essa área e inclusivamente
iniciámos este ano a produção – com
dois pipelines – já não trabalhamos só
com um único fabricante. Não deixa
de ser uma marca premium com alguma
exclusividade e acho que tem
sido trabalhada com muito sentido
de responsabilidade e com bons profissionais”.
Todo o trabalho do grupo assenta
numa lógica de diferenciação e, para
o responsável, esta “passa precisamente
por conseguirmos criar uma
marca forte e também por criar uma
imagem mais profissional, assegurando
a qualidade daquilo que servimos
aos nossos clientes oficinais. Tem que
se ultrapassar este paradigma de que
neste setor tudo se faz em cima do
joelho, de forma um pouco amadora”,
defende.
Para lá do autocolante
O tema da marca própria é muito
caro a Ricardo Ribeiro, que sustenta
firmemente que não basta criar um
autocolante e colá-lo na embalagem
do fabricante, pois “a gama TRUST
é um catálogo com a sua própria filosofia.
Quando iniciamos um novo
processo, ele é estudado ao ínfimo
pormenor, até encontrarmos aquele
«tuning» em termos de qualidade,
preço e logística. Às vezes somos
aliciados por quem já presta o mesmo
serviço em Portugal com não sei
quantos clientes e acabamos por estar
a pôr uma marca num produto que
não é minimamente diferenciado. É
muito difícil colocar uma marca privada
no mercado quando o produto
que está dentro dessa embalagem está
a ser distribuído por muita gente no
mesmo sítio. No final não ganhamos
nada com isso, é só uma questão de
alter ego”, afirma.
Além das linhas de lubrificantes, a
TRUSTAUTO comercializa com a
marca própria TRUST, entre outros
produtos, duas linhas de baterias
(TRUST BLUE e TRUST SILVER),
uma linha de embraiagens, produtos
de Car Care e em breve disponibilizará
uma gama completa de filtros.
Com muito trabalho de casa na bagagem,
Ricardo Ribeiro conta duas situações
em que recorreu diretamente
aos fabricantes para colocar produtos
no mercado: “No caso das escovas,
decidimos fazer o percurso do ciclo
de produção e fomos falar com os fabricantes
que produzem a uma escala
global, para apresentar o nosso projeto.
Foi muito interessante e juntamos
um binómio extraordinário, que é o
preço e a qualidade, maximizando os
índices de rentabilidade da nossa cadeia
de valor”, revela, acrescentando
que é esta margem que abre portas
para se “trabalhar bem o marketing,
desenvolver um catálogo, ter vídeos
formativos com um design nosso diferenciado,
ter um posicionamento de
«pricing» mais agradável e fazer boas
ofertas”.
Situação semelhante é a da Exide,
“que tinha um pack estabelecido e
preparado, mas nós percebemos que
havia referências para uma mesma
aplicação, com performances diferentes,
e fomos estudando. Definimos um
case study e quisemos espelhar isso
numa oferta de diferenciação e outra
de margem. Acabamos por ser elogiados
por eles por ser a primeira vez que
a Exide pôs o logotipo numa imagem
privada. Quer dizer que quando se
está a vender a bateria TRUSTAUTO
o consumidor tem a garantia da qualidade
Exide” assegura.
Evolução constante
As portas do grupo estão abertas a
novos membros, mas tudo é sempre
planeado com detalhe. “A primeira
coisa que fazemos é oferecer um estudo
de mercado e uma análise económica
à empresa. Rastreamos todas as
oportunidades, estudamos o peso da
taxa de penetração do futuro membro
e apresentamos-lhe um caderno de
prospeção, ou seja, a oportunidade
dele se desenvolver na sua área geográfica.
Fazemos um briefing em conjunto,
analisamos a geografia e onde
há oportunidades de logística ou operacionais,
que permitam ir a círculos
de intervenção de maior amplitude.
Analisamos a eficiência da condição
que a empresa tem das marcas mais
populares que todo o mercado lhe
oferece, mas alertamos que os seus
concorrentes têm exatamente a mesma
oferta”, explica. E aí, é preciso
olhar para os motivos que levam as
oficinas a escolher um ou outro retalhista:
“É por causa do desconto? Do
26 Outubro I 2021 www.jornaldasoficinas.com