Jornal das Oficinas 190

temperatura confortável, desligue-o e experimente os
bancos aquecidos. Conseguirá manter-se confortável
nos dias mais frios, com a vantagem de que o sistema
de aquecimento dos bancos utiliza menos a bateria
do que ao ar condicionado.
O cruise control
Nos carros elétricos, mas também nos veículos a gasolina
ou diesel, a utilização do cruise control é uma
excelente forma de poupar energia porque mantém
o carro em velocidade constante. Mas isto só se aplica
em piso plano. Se estiver a conduzir em montes e
vales, a utilização do cruise control terá exatamente
o efeito contrário.
O estilo de condução
O estilo de condução afeta a autonomia no sentido
em que velocidades elevadas, por exemplo, vão requerer
que o veículo utilize uma maior quantidade
de energia, acabando por a extinguir mais rapidamente.
As acelerações repentinas também irão contribuir
para um gasto energético bastante superior.
Neste aspeto, os veículos elétricos podem ser equiparados
aos carros a combustão.
Os trajeto a percorrer
Outro fator que funciona da mesma forma que nos
automóveis a combustão. A autonomia vai variar de
acordo com a exigência que o próprio trajeto impõe
ao motor. Como tal, é natural e expectável que a
quantidade de energia necessária para o fazer mover
numa descida seja inferior à quantidade de energia
necessária para o fazer subir. l
OS autOMÓVEIS ELÉTRICOS DEIXAM DE SER SILENCIOSOS
Uma das vantagens dos veículos
elétricos, sobretudo em zonas
urbanas, é que são silenciosos. Mas
esta vantagem pode tornar-se num
aspeto negativo se os peões não
se aperceberem da presença do
automóvel, simplesmente porque
não o ouvem. Esta situação agrava-se
quando se trata de pessoas invisuais.
Os veículos silenciosos também criam
situações de risco nos locais onde
veículos e peões partilham o espaço
(parques de estacionamento públicos
e privados).
A partir deste ano 2021 todos os
veículos elétricos, híbridos e híbridos
de ligação à rede elétrica, na Europa,
deverão dispor de um avisador
sonoro. O objetivo é reduzir o risco de
atropelamento de peões, emitindo
um som semelhante ao emitido pelos
motores de combustão. Se o veículo
estiver equipado com um motor de
combustão interna (veículos híbridos)
que esteja a funcionar no intervalo de
velocidades definido anteriormente, o
sistema não produzirá som.
O objetivo da norma europeia que
veio regular o som emitido pelos VE
é eliminar estas situações de risco,
emitindo um aviso sonoro que avise
o peão sobre a presença de um
veículo elétrico ou híbrido. A norma
estabelece como deve ser este som:
deverá ser semelhante ao de um
motor convencional e com uma
frequência intermédia entre 56 e 75
dB. O som apenas irá manter-se ativo
a velocidades inferiores a 20 km/h, já
que se considera que a velocidades
superiores o som da rodagem dos
pneus é suficiente. Por outro lado, o
avisador mudará de frequência até aos
1600 Hz para que os idosos também
consigam ouvi-lo.
O som gerado pelo sistema será um
som contínuo para informar os peões
e outros utilizadores da via pública
sobre a presença de um veículo
em funcionamento. O som deverá
indicar facilmente o comportamento
do veículo, por exemplo, através da
variação automática do nível sonoro
ou das caraterísticas em sintonia com
a velocidade do veículo. Além do mais,
o referido som deverá ser semelhante,
sem superar o respetivo nível sonoro,
ao som de um veículo da mesma
categoria equipado com um motor de
combustão interna que funcione nas
mesmas condições. Por outro lado, o
veículo poderá emitir um som quando
estiver parado. O fabricante do veículo
terá a opção de oferecer ao utilizador
a possibilidade de escolher entre
diferentes sons estabelecidos.
O sistema poderá incluir um
mecanismo que permita ao condutor
suspender o funcionamento
(“função de pausa”) e que possa ser
acedido facilmente para ativação
e desativação. Nos casos em que
exista a função de pausa, o sistema
assumirá automaticamente a posição
de “ativado” quando o veículo arrancar
novamente. A função de pausa do
sistema de aviso sonoro do veículo
não deverá ser utilizada, exceto em
situações em que seja claramente
desnecessário emitir sons de alerta
na zona circundante e tendo a
certeza de que não existem peões nas
proximidades.
DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA
DE AVISO SONORO
Os sistemas de aviso sonoro instalados
nos VE ainda se encontram nas suas
primeiras etapas de desenvolvimento.
Os fornecedores do setor automóvel
já desenvolveram produtos, enquanto
os construtores de automóveis estão a
utilizar sons que os diferenciem e que
integrem a área criativa da marca. No
futuro, os sons emitidos pelos veículos
elétricos e híbridos poderão tornar-se
mais inteligentes e personalizados.
Construtores de automóveis como a
BMW ou a Nissan estão a inovar com
os sons emitidos pelos veículos. Sendo
a Nissan ou a Jaguar pioneiras neste
âmbito, tendo criado sons de motor
para os seus veículos elétricos Nissan
Leaf e Jaguar i-Pace. A Nissan começou
a incluir avisos sonoros para peões no
Nissan Leaf em 2011, concebidos por
vários compositores de música. Para
a futura frota de veículos elétricos da
Nissan foi estabelecido que os sons
deveriam alertar as pessoas sem as
assustar e não deveriam adicionar
ruído desnecessário ao nosso espaço
envolvente. O som utilizado pela
Nissan vai mudando de tom conforme
o veículo acelera, trava ou circula em
marcha-atrás. Os modelos BMW com
motor elétrico são envolvidos por
um som inconfundível, desenvolvido
especialmente para a marca BMW.
Cada modelo tem o seu próprio som,
uma impressão digital sonora, devido
à sua construção e aos materiais
utilizados. O objetivo é encontrar um
equilíbrio, procurando menos ruído
exterior e maior conforto sonoro no
interior do veículo, sem minimizar a
importante função de aviso. A BMW
Iconic Sounds Electric é a marca dos
futuros sons dos veículos elétricos da
BMW, um produto para os condutores
da BMW que pretendam aumentar o
prazer da condução elétrica com os
sons selecionados. Outro exemplo
é o Honda CR-C Hybrid, que emite
uma melodia algo peculiar, percetível
tanto no exterior do veículo como
no interior do mesmo, ao circular
em modo totalmente elétrico. No
mercado existem diferentes empresas
que podem fornecer os sistemas
eletrónicos que emitem o som em
função da velocidade e da aceleração.
Os futuros sons dos veículos elétricos
serão mais inteligentes que os dos
motores de combustão interna, para
assim aumentar a segurança dos
peões. São sugeridos diferentes sons
de aviso, dependendo da gravidade
da situação, diferentes altifalantes
transmitem sons com base na
localização dos peões e sons com base
no ambiente circundante. l
20 Outubro I 2021 www.jornaldasoficinas.com