SCMedia News | Revista | Janeiro 2023
A revista dos profissionais de logística e supply chain.
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34 JANEIRO <strong>2023</strong><br />
para outros países e regiões ajudarem a<br />
diversificar a produção e torná-la mais<br />
resiliente.”, refere o responsável.<br />
METAS INTERNACIONAIS<br />
DE ENERGIA E CLIMA<br />
No ano passado, os governos e outras<br />
partes interessadas começaram a prestar<br />
uma crescente atenção às cadeias de<br />
abastecimento de fabricação de energia solar<br />
fotovoltaica, uma vez que os altos preços<br />
das commodities e os estrangulamentos<br />
da cadeia de abastecimento levaram a<br />
um aumento de cerca de 20% nos preços<br />
dos painéis solares. Estes desafios,<br />
especialmente no mercado de polissilício,<br />
um material essencial para a fabricação de<br />
painéis solares, resultaram em atrasos nas<br />
entregas de energia solar fotovoltaica em<br />
todo o mundo, levando também a que fossem<br />
praticados preços mais altos.<br />
O relatório da IEA refere que esses desafios<br />
exigem ainda mais atenção e esforços por<br />
parte dos formuladores de políticas no futuro.<br />
De forma a cumprir as metas internacionais<br />
de energia e clima, a implantação global da<br />
energia solar terá de crescer a uma escala sem<br />
precedentes, o que levará, igualmente, a uma<br />
grande expansão adicional na capacidade de<br />
fabricação e a uma consequente preocupação<br />
sobre a capacidade mundial em desenvolver<br />
rapidamente cadeias de abastecimento<br />
resilientes.<br />
Exemplificando, as adições anuais de<br />
capacidade solar fotovoltaica aos sistemas<br />
de eletricidade precisarão mais do que<br />
quadruplicar até 2030 para que sejam<br />
alcançadas emissões líquidas zero até 2050.<br />
Além disso, a capacidade de produção global<br />
dos principais blocos de construção de painéis<br />
solares – polissilício, lingotes, pastilhas,<br />
células e módulos – teriam, comparativamente<br />
aos níveis atuais, mais do que duplicar até<br />
2030. Seria ainda necessário que as instalações<br />
de produção fossem modernizadas. Segundo<br />
o diretor executivo da IEA “à medida que<br />
os países aceleram os seus esforços para<br />
reduzir as emissões, precisam de garantir que<br />
a sua transição para um sistema de energia<br />
sustentável seja construída sobre bases<br />
seguras”, acrescentando que “as cadeias<br />
de abastecimento globais de energia solar<br />
fotovoltaica precisarão de ser ampliadas<br />
de forma a garantir que sejam resilientes,<br />
acessíveis e sustentáveis”.<br />
OPORTUNIDADES E DESAFIOS<br />
O relatório da IEA tem como objetivo<br />
examinar as cadeias de abastecimento de<br />
energia solar fotovoltaica desde as matérias-<br />
-primas até ao produto acabado, abrangendo<br />
áreas como consumo de energia, emissões,<br />
emprego, custos de produção, investimento,<br />
comércio e desempenho financeiro. Através<br />
do mesmo, é possível compreender, por<br />
exemplo, que a produção intensiva de<br />
energia solar fotovoltaica é principalmente<br />
alimentada por combustíveis fósseis devido<br />
ao papel proeminente do carvão em certas<br />
localizações da China onde a produção está<br />
concentrada. Contudo, os painéis solares<br />
ainda precisam de operar entre quatro a oito<br />
meses para compensar as suas emissões de<br />
fabricação, sendo que a sua vida útil média<br />
vai de 25 a 30 anos.<br />
O aumento da descarbonização no<br />
abastecimento de eletricidade e uma maior<br />
diversificação das cadeias de fornecimento<br />
de energia solar fotovoltaica devem ajudar<br />
a reduzir essa pegada no futuro, informa o<br />
relatório. Este avalia ainda as oportunidades e<br />
os desafios do desenvolvimento de cadeias