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Recauchutagem Ramôa<br />
“Cumpri a minha missão!”<br />
Manuel Ramôa, fundador da Recauchutagem Ramôa,<br />
os últimos 55 anos a Recauchutagem<br />
Ramôa transformou-se num nome de<br />
Nreferência no mundo <strong>dos</strong> pneus a nível<br />
nacional, fruto de um crescimento progressivo e<br />
sustentável assente na visão empresarial do seu<br />
fundador Manuel Ramôa, principal responsável<br />
pelo império criado em torno do nome Ramôa<br />
É uma pessoa que ultrapassou os limites da<br />
cidade, da região e do país. É uma marca. Onde<br />
aparece o nome Ramôa toda a gente sabe que<br />
por trás há um homem de grande estatura, com<br />
quem se pode contar e negociar com<br />
honestidade. Além de uma visão estratégica<br />
excecional, tem também uma atitude perante a<br />
vida e os negócios de coerência e firmeza,<br />
lealdade e seriedade. Hoje, aos 94 anos, Manuel<br />
Ramôa continua a visitar regularmente os oito<br />
postos de assistência espalha<strong>dos</strong> pela região do<br />
Minho e Trás os Montes, e espera poder celebrar<br />
com saúde, alegria e boa disposição, os sessenta<br />
anos da empresa.<br />
Quando começou a trabalhar nos pneus e qual<br />
foi o seu primeiro emprego neste setor?<br />
Primeiro comecei a trabalhar num posto de<br />
combustível, mas passa<strong>dos</strong> uns três anos um<br />
familiar que também era do ramo contratou-me<br />
mas em pouco tempo já estava nos pneus, foi<br />
assim que começou a minha aventura no ramo.<br />
Que memórias tem do início da sua carreira?<br />
Houve alguém que o tenha inspirado e<br />
encaminhado em direção ao<br />
empreendedorismo e inovação?<br />
Eu entrei neste ramo por necessidade, fui<br />
ganhando experiência, as pessoas gostaram do<br />
meu trabalho e continuei. O apoio da minha<br />
família foi a maior força nesta caminhada.<br />
Sempre teve a intenção de seguir uma carreira<br />
neste setor de atividade? O que mais o atraiu<br />
e o que o mantém aqui?<br />
Depois de começar no ramo, ganhei gosto pelo<br />
que fazia, de lidar com os clientes e senti que<br />
eles também gostavam.<br />
Em poucas linhas resuma o seu percurso<br />
profissional?<br />
Uns anos depois de já trabalhar nos pneus como<br />
empregado, estabeleci-me com a criação de uma<br />
sociedade com um colega. Infelizmente não nos<br />
entendemos e não durou muito pelo que passa<strong>dos</strong><br />
uns tempos desfizemos a sociedade e comecei<br />
novamente, com a ajuda do meu filho mais velho.<br />
Comprei uma carrinha e fiz-me ao caminho. A<br />
partir daí foi sempre a crescer.<br />
O que significam os pneus automóvel para si?<br />
Os pneus são a minha vida, ou pelo menos parte<br />
dela. Também sempre gostei da lavoura mas não<br />
era rentável, por isso acabei por me dedicar aos<br />
pneus e aos automóveis.<br />
As suas funções na empresa obrigaram-no a<br />
fazer muitas viagens e deslocações. Como<br />
conseguiu equilibrar a vida pessoal com a<br />
profissional?<br />
Sempre que ia para fora tinha cá a minha esposa<br />
e os meus filhos que assumiam as rédeas. O<br />
apoio da família foi sempre a base do nosso<br />
sucesso. Foram tempos difíceis mas com esse<br />
apoio superamos todas as dificuldades.<br />
Qual o momento em que se sentiu mais<br />
satisfeito na sua carreira?<br />
Houve muitos, mas talvez quando comprei um<br />
terreno em Palmeira, onde consegui instalar o<br />
principal posto da empresa até hoje. Foi um<br />
grande investimento nessa altura mas permitiu<br />
dar um grande salto na empresa.<br />
E qual o momento mais difícil que viveu na<br />
sua carreira?<br />
Vou enumerar dois: no início, quando estive para<br />
emigrar para França, já tinha as malas feitas, mas<br />
ao olhar para os meus filhos não consegui. Outro<br />
momento foi o incêndio que destruiu a nossa<br />
fábrica em 1999.<br />
O que aprendeu nos maus momentos?<br />
A seguir em frente. Custou mas encarei como<br />
uma guerra, destrói mas depois tudo se<br />
reconstrói.<br />
Do que é que mais se orgulha?<br />
Dos meus filhos, da minha família e da obra que<br />
construi. Da imagem que tenho na sociedade e<br />
conseguir ter à minha volta muitos colaboradores<br />
durante décadas, que são quase família.<br />
Que palavra melhor resume a sua<br />
personalidade?<br />
Paixão pela vida, honestidade e humildade<br />
Qual é o melhor conselho que pode dar aos<br />
outros?<br />
O mesmo que aconteceu comigo, olhar sempre<br />
em frente com seriedade, humildade e ser<br />
solidário. Nas empresas não podemos só olhar<br />
para o dinheiro mas também temos de olhar à<br />
nossa volta e ajudar os outros quando<br />
necessitam.<br />
O que mais gosta na atividade que<br />
desempenha?<br />
Gosto de tudo, gosto de todo o trabalho e ver a<br />
obra a crescer. Sempre fui um fazedor, que mete<br />
as mãos na massa.<br />
E o que menos gosta?<br />
A mentira e falta de seriedade<br />
É otimista ou pessimista na sua atividade?<br />
Sou otimista, tenho sempre fé, até na idade,<br />
tenho 94 anos mas peço sempre mais.<br />
No contacto com os seus parceiros / clientes o<br />
que mais aprendeu?<br />
A criar amizades com to<strong>dos</strong>, tenho amigos em<br />
todas as áreas.<br />
O que mudaria no seu setor de atividade?<br />
As pessoas que estragam o mercado. Mais<br />
importante do que ter o preço mais baixo é ter a<br />
melhor qualidade de serviço. É preciso haver<br />
controlo pois alguns operadores andam no<br />
mercado sem cumprirem as suas obrigações.<br />
O que podemos esperar de uma próxima<br />
geração de profissionais <strong>dos</strong> pneus?<br />
No meu caso, acredito que os meus seguidores já<br />
seguem as minhas pisadas, mas os próximos vão<br />
certamente ser melhores que nós. Eles têm mais<br />
formação e o mercado também evoluiu muito.<br />
Em relação aos jovens, o facto de ter de<br />
começar a trabalhar tão novo pode ser uma<br />
fonte de inspiração para muitos. Tem<br />
conselhos para as mulheres e homens em<br />
início de carreira de gestão ou administração?<br />
O meu conselho é que sejam sérios, ambiciosos,<br />
trabalhadores e solidários.<br />
Para terminar. Considera-se realizado?<br />
Porquê?<br />
Considero. Tenho obra feita e uma família que está<br />
a dar continuidade aos valores que lhes ensinei.<br />
São trabalhadores e confio neles, têm tudo para<br />
seguir em frente. Cumpri a minha missão.<br />
“o segredo foi o trabalho e o querer. E o ir para a frente.<br />
nunca parei, nem de noite nem de dia, nem aos sába<strong>dos</strong> e<br />
domingos. era sempre a trabalhar. e consegui”<br />
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