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supercenas Paulo Macedo paulo@propmark.com.br Fotos: Divulgação Douglas Salvador, CEO e fundador do Clube do Malte, ao lado do filho Bernardo, autor do desenho que inspirou o processo de reposicionamento da marca de cervejas artesanais REBRANDING Após 12 anos de atividades, o Clube do Malte, especializado na comercialização de cervejas artesanais, nicho de mercado que cresce verticalmente com seus blends exclusivos, está consolidando reposicionamento. O fundador e CEO Douglas Salvador tomou a decisão após seu filho Bernardo fazer releitura despretensiosa da identidade da marca durante exercício nas aulas de arte. O que Salvador fez? Contratou os trabalhos da Legs Consultoria, que, ainda no processo de perguntas e pesquisa sobre as mensagens da marca, como esclarece comunicado, desenvolveu o rebranding. “Somos uma empresa tecnológica, mas que defende veementemente tudo aquilo que é artesanal. O desenho do meu filho pode parecer desajeitado para alguns e até não-simétrico para outros, mas ele significa tudo o que somos: uma empresa que valoriza o artesanal e que transborda paixão naquilo que oferta”, destaca o executivo. “Durante as entrevistas com consumidores, descobri que o apreciador de cerveja artesanal é alguém que detesta o óbvio e o comum. É alguém apaixonado pelo diferente, pelo novo, pelo surpreendente. Além de apreciar aquilo que é feito por amor e não por lucro”, ressalta Rafael Mattioli, fundador da Legs Consultoria. Com sede em Curitiba, primeiro com uma loja física, o Clube do Malte tem atualmente 12 mil assinantes espalhados pelo país, que fizeram mais de 150 mil compras. “Resgatamos a nossa essência: uma empresa de tecnologia que permanece artesanal. A paixão, o artesanal e o surpreendente representam a alma do negócio”, finaliza. O Instituto Neooh, comandado por Betania Chebly, destina 1% do faturamento da Neooh para suporte à educação EDUCAÇÃO Por meio do Instituto Neooh, empresa de midia out-of-home firma parceria com a Unicef para dar suporte à iniciativa Busca Ativa Escolar, projeto que envolve a entidade das Nações Unidas e a Undime. A Neooh destina 1% de todo o faturamento para projetos sociais pré-selecionados. “Acreditamos que a educação é um dos pilares fundamentais para uma sociedade mais igualitária e inclusiva, e que a iniciativa privada tem o compromisso de ajudar a garantir seu acesso e qualidade”, esclarece a executiva Betania Chebly, presidente do Instituto Neooh. Erh Ray conversa com Valeria Baracatt no “Eles por Ela” PODCAST O publicitário Erh Ray, fundador, CEO e CCO da BETC Havas, é o primeiro entrevistado do podcast “Eles por Ela”, da multifacetada Valeria Baracatt. Na sequência, entrarão outros grandes nomes da comunicação, tais como José Victor Oliva, Marcello Serpa e Amaury Jr., mentor de Valeria no jornalismo. 40 4 de setembro de 2023 - jornal propmark
última página Alê Oliveira Stalimir Vieira é diretor da Base de Marketing stalimircom@gmail.com A criação e a lógica Stalimir Vieira Um criativo genuíno treina a mente por anos infindos a driblar o óbvio. Tanto faz, tanto insiste, tanto pratica, que um dia isso se torna automático. Já não sabe mais pensar de modo cartesiano. Torna-se um chato, diante de solicitações que não exijam mais do que uma resposta lógica e objetiva. Não sabe lidar com a simploriedade demandada pela média das situações corriqueiras. Não consegue furtar-se de enxergar, em cada circunstância cotidiana, inspiração para um raciocínio mais complexo e rico de fantasia. Daí, a tendência dele ou dela de estar entre os seus ou só. Entre os seus, porque os códigos são semelhantes e as expectativas também, não há estranhamento com a estranheza das propostas. Só porque um criativo nunca está só, está sempre na companhia de seus eus inventados. Enquanto ao criativo cabia apenas o papel do devaneio, ele era capaz de compreender sua missão e buscava cumpri-la de maneira relativamente confortável, se considerarmos que trabalhava com o que lhe era familiar – a busca criativa, pura e simples. Tudo isso ocorria na era da originalidade como propósito, a era da construção das marcas, através da busca por uma personalidade conceitual, diferenciais de linguagem que as destacassem em cada ação, pertinentes com o já realizado, mas inovadores na forma de dizer a mesma coisa. Tratava-se de uma habilidade exclusiva, um talento particular, que caracterizavam esses profissionais e seus papéis numa agência. O criativo fazia o que os outros não sabiam fazer, ou não se empenhavam em fazer, ou acreditavam não saber fazer, ou se julgavam incapazes de fazer porque mitificavam a capacidade de fazer. O mito que cobria a figura do criativo potencializava a impressão de que o que ele fazia só ele poderia fazer, por ser uma condição inata, tanto que não havia uma formação para ser criativo. Ou seja, chegava um momento em que bastava que ele tivesse alguma ideia para que a percepção de si, mais do que da ideia, definia a ideia como criativa, fosse ela criativa ou não. Pode parecer desonesto, mas não é, já que o próprio criativo se tornou refém dessa confusão. Aparte, jogos políticos, praticados para o impulso de carreiras, ou para a conquista de premiações, foram arrefecendo o olhar crítico, historicamente rigoroso, sobre o que era, de fato, criativo. E, assim, acabou se estabelecendo a simples autoria como atestado de originalidade, o primeiro passo para a deformação do conceito de criatividade, uma vez que fazer como o Fulano ou como o Beltrano passou a significar ser ou não ser criativo. Pronto, era a sinalização que faltava para que o processo fosse desmistificado, na medida em que se tornava recorrente. Maneira com que passou a fornecer, na repetição, os elementos de que a lógica precisava para compreendê-lo e replicá-lo. A boa notícia é que, como tudo que é previsto pela lógica, a criatividade artificial não é criativa. A má notícia é que tá bom assim. “O mito que cobria a figura do criativo potencializava a impressão de que o que ele fazia só ele poderia fazer” jornal propmark - 4 de setembro de 2023 41
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