Download this publication as PDF - CEAD - Unimontes
Download this publication as PDF - CEAD - Unimontes
Download this publication as PDF - CEAD - Unimontes
- No tags were found...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
UAB/<strong>Unimontes</strong> - 1º Período<br />
consiste em: a) o estudo do homem inteiro; b) o estudo do homem em tod<strong>as</strong><br />
<strong>as</strong> sociedades, sob tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> latitudes em todos os seus estados e em tod<strong>as</strong> <strong>as</strong><br />
époc<strong>as</strong>” (LAPLANTINE , 2000, p. 16).<br />
BOX 1<br />
ATIVIDADE<br />
Na reportagem inserida<br />
no Box 1, o jornalista<br />
enfoca a influência da<br />
cultura até mesmo sobre<br />
os <strong>as</strong>pectos físicos<br />
do ser humano. Analise<br />
a notícia e procure<br />
explicar a relação entre<br />
natureza e cultura.<br />
Postar no fórum de<br />
discussão.<br />
“A admiração chinesa por pés pequenos, ou atrofiados, n<strong>as</strong>ceu em 920, segundo pesquis<strong>as</strong><br />
históric<strong>as</strong>. O imperador Li Yu se deixou seduzir por uma concubina que dançava com os<br />
pés enfaixados para que se parecessem com uma lua crescente.<br />
O Costume atravessou din<strong>as</strong>ti<strong>as</strong> chines<strong>as</strong> e se sofisticou em 76 form<strong>as</strong> diferentes de se<br />
enfaixar os pés.<br />
Depois da queda da din<strong>as</strong>tia Qing, em 1911, criou-se a figura do “inspetor de pés”. Cabia a<br />
ele verificar se estava sendo respeitada a proibição dessa prática.<br />
O poder republicano, no entanto, não conseguia impor sua vontade n<strong>as</strong> regiões mais remot<strong>as</strong><br />
da China.<br />
Enfaixar os pés sobreviveu alguns anos, até diminuir no início dos anos 30.<br />
Em 1931, a inv<strong>as</strong>ão japonesa desferiu um forte golpe contra o costume imperial. As mulheres<br />
com os pés atrofiados não conseguiam se movimentar com velocidade necessária para<br />
fugir do inv<strong>as</strong>or e muit<strong>as</strong> acabavam sendo violentad<strong>as</strong>.<br />
Os camponeses então começaram a abrir mão do costume. Foi apen<strong>as</strong> o regime comunista<br />
que conseguiu livrar definitivamente a China da prática de enfaixar o pé.<br />
Algum<strong>as</strong> mulheres na c<strong>as</strong>a dos 80 anos ainda mantém faix<strong>as</strong>, porque com el<strong>as</strong> sentem<br />
menos dores. Os panos protegem os pés.”<br />
Fonte: Folha de São Paulo<br />
14<br />
Pois bem, penso ser oportuno refletir<br />
nesse momento sobre os campos e divisões<br />
da Antropologia. A ideia é ampliar a discussão<br />
sobre o campo de estudo da Antropologia Social,<br />
tentando perceber como ela se distingue<br />
enquanto uma especialização da Antropologia<br />
Geral.<br />
Se for razoável afirmar que a abordagem<br />
antropológica tenciona compreender <strong>as</strong> múltipl<strong>as</strong><br />
dimensões do homem em sociedade<br />
(LAPLANTIINE, 2000, P. 16), é aceitável dizer<br />
que isso não pode ser alcançável por um único<br />
cientista. Portanto, durante seu desenvolvimento,<br />
a Antropologia se consolidou a partir<br />
de múltiplos enfoques, criando campos especializados<br />
do saber antropológico. Especialidades<br />
est<strong>as</strong> com um corpo teórico e técnic<strong>as</strong><br />
própri<strong>as</strong>.<br />
Nesses termos, podemos situar algum<strong>as</strong><br />
esfer<strong>as</strong> principais do conhecimento Antropológico:<br />
a. A antropologia biológica: campo de estudo<br />
outrora chamado de antropologia<br />
física, atualmente dedica-se ao estudo<br />
d<strong>as</strong> relações entre o patrimônio genético<br />
e o meio (geográfico, ecológico, social).<br />
Tomando técnic<strong>as</strong> e métodos comuns ao<br />
ramo da Biologia, os especialist<strong>as</strong> desse<br />
campo de estudo buscam analisar <strong>as</strong> particularidades<br />
morfológic<strong>as</strong> e fisiológic<strong>as</strong><br />
ligad<strong>as</strong> a um meio ambiente, bem como a<br />
evolução dess<strong>as</strong> particularidades. Interessando-se<br />
pela genética d<strong>as</strong> populações,<br />
procura-se discernir o que diz respeito ao<br />
inato e ao adquirido para compreender <strong>as</strong><br />
diferenciações de populações e não mais<br />
de raç<strong>as</strong> (LAPLANTINE, 2000, p. 17).<br />
b. A arqueologia: estudo d<strong>as</strong> sociedades<br />
desaparecid<strong>as</strong>, através dos vestígios que<br />
deixavam. Com métodos e técnic<strong>as</strong> especific<strong>as</strong><br />
os arqueólogos analisam restos ou<br />
vestígios deixados por grupos ou sociedades<br />
já desaparecid<strong>as</strong> com a intenção<br />
de reconstruir su<strong>as</strong> técnic<strong>as</strong> e produções<br />
materiais, a su<strong>as</strong> organizações sociais e<br />
su<strong>as</strong> produções culturais.<br />
c. A antropologia Linguística: estudo d<strong>as</strong><br />
língu<strong>as</strong> (a linguagem) como expressão de<br />
valores, preocupações, idei<strong>as</strong>, pensamentos,<br />
enfim como produção cultural e ao<br />
mesmo tempo como produto da cultura.<br />
d. A antropologia Social, Cultural ou Etnologia:<br />
essa é a esfera do conhecimento<br />
antropológico que nos interessa mais de<br />
perto, pois é dela que estávamos nos referindo<br />
ao tempo todo quando falávamos,<br />
nesse texto, em Antropologia. E é dela que<br />
continuaremos falando. Essa esfera da Antropologia<br />
tenciona tomar como foco de<br />
estudo o Homem como membro de uma<br />
sociedade e de um sistema de valores. Portanto,<br />
o antropólogo focaliza a perspectiva<br />
da sociedade humana “enquanto um conjunto<br />
de ações ordenad<strong>as</strong> de acordo com<br />
um plano e regr<strong>as</strong> que ela própria inventou<br />
e que é capaz de reproduzir e projetar<br />
em tudo aquilo que fabrica” (DA MATTA,<br />
1987, p, 32).