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UAB/<strong>Unimontes</strong> - 1º Período<br />

patrimônio de conhecimentos e competênci<strong>as</strong>,<br />

de instituições, de valores e de símbolos,<br />

constituído ao longo de gerações e característico<br />

de uma comunidade humana particular”<br />

(FORQUIN, 1993, p. 12). Qual é o “patrimônio<br />

de conhecimentos e competênci<strong>as</strong>” da sua comunidade<br />

e como esse patrimônio é p<strong>as</strong>sado<br />

de geração a geração? Quem são os responsáveis<br />

pela reprodução desse patrimônio, isto<br />

é, quem são os mediadores que permitem às<br />

nov<strong>as</strong> gerações o conhecimento desse patrimônio?<br />

Por isso é que se fala em identidade cultural.<br />

Há um “patrimônio de conhecimentos<br />

e competênci<strong>as</strong>” que distinguem <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong><br />

do campo daquel<strong>as</strong> que vivem n<strong>as</strong> cidades,<br />

os br<strong>as</strong>ileiros dos norte-americanos, os ocidentais<br />

dos orientais etc. Porém, não se iluda<br />

com a ideia, muito difundida entre nós, de que<br />

há um traço distintivo no povo br<strong>as</strong>ileiro, que<br />

é a cordialidade, a generosidade etc. Não há<br />

nada que <strong>as</strong>segure a um povo um estado de<br />

natureza que se incline para a bondade e o<br />

espírito conciliador ou para a maldade e a violência<br />

bruta. A identidade cultural de um povo<br />

depende da sua própria história. Existe uma<br />

identidade cultural do povo br<strong>as</strong>ileiro? E dos<br />

mineiros?<br />

4. Universalista-unitária<br />

Para Forquin, a acepção universalista-unitária<br />

se refere<br />

[...] à ideia de que o essencial daquilo que a educação transmite (ou do que<br />

deveria transmitir) sempre, e por toda a parte, transcende necessariamente <strong>as</strong><br />

fronteir<strong>as</strong> entre os grupos humanos e os particularismos mentais e advém de<br />

uma memória comum e de um destino comum a toda a humanidade. (FOR-<br />

QUIN, 1993, p. 12).<br />

Pense bem. Nós vivemos no Br<strong>as</strong>il, em<br />

Min<strong>as</strong> Gerais. Temos aquilo que nos distingue,<br />

como br<strong>as</strong>ileiros e mineiros, é claro. M<strong>as</strong><br />

a nossa “memória comum”, que transcende<br />

<strong>as</strong> fronteir<strong>as</strong> do estado e do país, nos remete<br />

à Civilização Judaico-Cristã e não ao Budismo<br />

ou ao Hinduísmo, por exemplo. Do Cristianismo<br />

emergiu o Islamismo, o Catolicismo Ortodoxo<br />

e o Protestantismo. E destes emergiram<br />

<strong>as</strong> centen<strong>as</strong> de igrej<strong>as</strong> e seit<strong>as</strong> protestantes<br />

dos nossos di<strong>as</strong>. O que há de universal na cultura<br />

do seu meio? E o que há de particular,<br />

unitário, que talvez só seja encontrado aí?<br />

O trabalho educativo, em qualquer lugar<br />

onde ele se realiza e sob quaisquer condições,<br />

diz respeito a uma seleção feita pelos<br />

educadores (pais, pregadores, professores)<br />

daqueles bens culturais que eles julgam necessário<br />

e/ou interessante rep<strong>as</strong>sar às nov<strong>as</strong><br />

gerações. Claro que isso não se dá de forma<br />

espontânea. Há todo um sistema político e<br />

ideológico que cria regulamentações e estabelece<br />

critérios que restringem a liberdade<br />

desses educadores. De qualquer forma, eles<br />

são mediadores. Na escola, aquilo que é selecionado<br />

como relevante e necessário aos<br />

estudantes deriva de recortes de conteúdos<br />

diversos feitos por profissionais do ensino e<br />

distribuídos n<strong>as</strong> disciplin<strong>as</strong> que compõem o<br />

currículo. Em algum momento do curso, você<br />

terá a oportunidade de verificar essa questão<br />

em maiores detalhes, quando for tratar da<br />

Gestão da Escola e d<strong>as</strong> Diretrizes Curriculares.<br />

5. Filosófica<br />

Há, ainda, a acepção filosófica, que afirma<br />

ser a cultura, “antes de tudo, um estado<br />

especificamente humano”, ou seja, “aquilo<br />

pelo qual o homem distancia-se da natureza<br />

e distingue-se especificamente da animalidade”.<br />

(FORQUIN, 1993, p. 12). Lembre-se. Os<br />

animais vivem em sociedade, m<strong>as</strong> somente<br />

os seres humanos recriam intencionalmente<br />

seu ambiente. Do ponto de vista puramente<br />

biológico, você sabe qual é a distância entre<br />

o homem e o chimpanzé?<br />

Os animais reagem a estímulos externos,<br />

são domesticados e realizam trabalho, inclusive<br />

de acordo com exigênci<strong>as</strong> human<strong>as</strong>. Porém,<br />

somente ao homem é permitido criar,<br />

isto é, ir além daquilo que é dado pela natureza<br />

e desenvolvido pelo adestramento. Isso<br />

constitui um campo complexo há muito discutido<br />

pela Antropologia e que genericamente<br />

pode ser identificado no tema “natureza e<br />

cultura”. Em um de seus livros mais famosos,<br />

Marx afirma que “uma aranha executa operações<br />

semelhantes às do tecelão, e a abelha<br />

supera mais de um arquiteto ao construir sua<br />

colmeia. M<strong>as</strong> o que distingue o pior arquiteto<br />

da melhor abelha é que ele figura na mente<br />

sua construção antes de transformá-la em<br />

realidade. (MARX, 1985, p. 202).<br />

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