Download this publication as PDF - CEAD - Unimontes
Download this publication as PDF - CEAD - Unimontes
Download this publication as PDF - CEAD - Unimontes
- No tags were found...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Pedagogia - Antropologia e Educação<br />
Além da v<strong>as</strong>ta literatura, os contos e <strong>as</strong><br />
históri<strong>as</strong> povoam o universo de nossos alunos,<br />
por que não trazemos para a sua cultura<br />
os contos africanos e indígen<strong>as</strong>? Para a educação<br />
que respeita a diversidade, é fundamental<br />
contemplar a riqueza cultural de outros povos.<br />
Históri<strong>as</strong> da nossa literatura, como: Históri<strong>as</strong><br />
da Preta, o Menino Nito, Ana e Ana, Tranç<strong>as</strong> de<br />
Bintou, Bruna e a Galinha de Angola permitem<br />
o contato com <strong>as</strong> cultur<strong>as</strong> afro-br<strong>as</strong>ileir<strong>as</strong> e<br />
african<strong>as</strong>, com personagens negr<strong>as</strong> representad<strong>as</strong><br />
com qualidade e beleza.<br />
As sugestões apresentad<strong>as</strong> não devem<br />
ser tomad<strong>as</strong> como receita, m<strong>as</strong> como possibilidades<br />
a serem construíd<strong>as</strong>, reconstruíd<strong>as</strong>, ampliad<strong>as</strong>,<br />
enriquecid<strong>as</strong> com a costumeira criatividade<br />
dos educadores.<br />
É importante que a temática d<strong>as</strong> relações<br />
étnico-raciais esteja contida nos projetos pedagógicos<br />
d<strong>as</strong> instituições, evitando-se prátic<strong>as</strong><br />
localizad<strong>as</strong> em determinad<strong>as</strong> f<strong>as</strong>es do ano<br />
como maio, agosto ou novembro.<br />
Em pleno Apartheid, numa escola de Soweto,<br />
em que o exército patrulha de arm<strong>as</strong> e<br />
<strong>as</strong> crianç<strong>as</strong> gritam “Libertem Mandela”, uma<br />
professora ensina história de uma forma censurável<br />
fugindo ao currículo aprovado pelo<br />
regime. Sarafina é uma aluna negra, que relata<br />
a história sobre a forma de uma carta dirigida<br />
a Nelson Mandela e que, como tantos outros<br />
adolescentes, se sente revoltada face às injustiç<strong>as</strong><br />
do sistema. Um sistema que <strong>as</strong> incentiva<br />
a estudar para terem uma hipótese de vida,<br />
m<strong>as</strong> que nunca lhes explica declaradamente<br />
que nunca terão uma hipótese de igualdade<br />
social. (D’ANGELIS, 1999)<br />
Sugestão de Músic<strong>as</strong>: Canto d<strong>as</strong> três raç<strong>as</strong><br />
(Clara Nunes), Dia de graça (Candeia), Mão<br />
de Limpeza (Gilberto Gil), Retrato em Claro e<br />
Escuro (Racionais), Sorriso Negro (Dona Ivone<br />
Lara), entre outros.<br />
Sugestão de Sítios na Internet: Racismo<br />
e Negritude<br />
C<strong>as</strong>a d<strong>as</strong> Áfric<strong>as</strong> www.c<strong>as</strong>ad<strong>as</strong>afric<strong>as</strong>.<br />
org.br Espaço cultural e de estudos sobre sociedades<br />
african<strong>as</strong>, exposições virtuais, consulta<br />
a biblioteca especializada.<br />
C<strong>as</strong>a de Cultura da Mulher Negra www.<br />
c<strong>as</strong>adeculturadamulhernegra.org.br Artigos<br />
e notíci<strong>as</strong> do movimento da mulher negra.<br />
Fundação Cultural Palmares www.palmares.gov.br<br />
Página oficial da fundação ligada<br />
ao Governo Federal. Polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> e dados<br />
sobre a população afro-descendente, comunidades<br />
quilombol<strong>as</strong>, artigos e notíci<strong>as</strong>.<br />
Geledés www.geledes.org.br Artigos,<br />
indicação de leitur<strong>as</strong> e notíci<strong>as</strong> do movimento<br />
negro<br />
Mestre Didi www.mestredidi.org Informações<br />
sobre ancestralidade africana no Br<strong>as</strong>il.<br />
Mulheres Negr<strong>as</strong> www.mulheresnegr<strong>as</strong>.<br />
org Artigos sobre diversidade cultural e educação,<br />
lista de pesquisadores sobre a história africana<br />
e de afro-descendentes.<br />
Mundo Negro www.mundonegro.com.<br />
br Portal da comunidade afro-descendente,<br />
traz notíci<strong>as</strong>, agenda cultural e educativa, artigos<br />
e debates.<br />
Núcleo de Estudos Negros www.nen.org.<br />
br/index.htm Legislação, artigos e pesquis<strong>as</strong>.<br />
Portal Afro www.portalafro.com.br Informações<br />
sobre comunidades quilombol<strong>as</strong>,<br />
religiões african<strong>as</strong>, arte e culinária.<br />
Jornal Irohín www.irohin.com.br artigos<br />
BOX 3<br />
A escolaridade br<strong>as</strong>ileira aumentou ao longo do século XX e hoje a população tem em<br />
média 6,3 anos de estudo. Os jovens brancos têm 2,3 anos a mais de escolaridade do que os<br />
jovens negros. O que é surpreendente de um lado, m<strong>as</strong> aterrador de outro, é que os pais desses<br />
jovens brancos já tinham 2,3 anos de estudo a mais do que os pais negros. E que os avós<br />
brancos, em 1927, também já tinham esses mesmos 2,3 anos de estudo a mais do que os avós<br />
negros. Todos melhoraram, m<strong>as</strong> a distância se manteve. Esse resultado é o que torna mais<br />
cínica a noção de democracia racial. Porque melhora tudo, m<strong>as</strong> a diferença de escolaridade<br />
entre brancos e negros que n<strong>as</strong>ceram em 1929 é idêntica aos que n<strong>as</strong>ceram em 1974. Essa<br />
diferença é a manifestação mais nítida da naturalização da desigualdade. A sociedade branca<br />
e a sociedade negra se olham e se vêem exatamente na mesma posição. Ou a sociedade<br />
br<strong>as</strong>ileira admite que a democracia racial não existe ou é impossível modificar essa situação.<br />
É um problema de governo e é um problema de sociedade. É preciso ter vontade política e<br />
uma repactuação social enorme. Se não se fizer nada, vai levar mais um século para igualar os<br />
anos de estudo de brancos e negros. Os principais indicadores da década de 90 mostram que<br />
o Br<strong>as</strong>il melhorou ao longo da década, isso é inquestionável. M<strong>as</strong> em qu<strong>as</strong>e todos os indicadores<br />
a melhora não provocou nenhum diferencial racial e a distância entre brancos e negros se<br />
manteve exatamente igual. Na década, melhora-se tudo, m<strong>as</strong> <strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> não se reduzem,<br />
não há nenhuma convergência.<br />
Fonte: CANDAU, 1996, p. 15.<br />
Para Saber mais<br />
B<strong>as</strong>eado no texto do<br />
Box 3 responda: Qual é<br />
a importância da educação<br />
para combater a<br />
desigualdade racial?<br />
31