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UAB/<strong>Unimontes</strong> - 1º Período<br />
Além d<strong>as</strong> taref<strong>as</strong> doméstic<strong>as</strong> cotidian<strong>as</strong> e<br />
da participação n<strong>as</strong> atividades econômic<strong>as</strong>, <strong>as</strong><br />
mulheres desempenham papel importante na<br />
vida política do grupo e forte influência sobre<br />
seus filhos e maridos.<br />
Xacriabá<br />
População: 6000 habitantes (FUNAI, 2000)<br />
Localização: município de São João d<strong>as</strong><br />
Missões e Itacarambi.<br />
Os Xacriabás pertencem à família linguística<br />
Ge, subfamília Akwen.<br />
Atualmente, esse grupo fala somente<br />
o Português (estão a aproximadamente 300<br />
anos em contato com os brancos). Ocupam<br />
uma área de aproximadamente 47000 hectares,<br />
divididos em 23 aldei<strong>as</strong>. Possui um forte<br />
sistema de liderança centralizado, que funciona<br />
através de um conselho de “caciques”.<br />
N<strong>as</strong> escol<strong>as</strong> Xacriabás, há um número de<br />
aproximadamente 45 professores Xacriabás,<br />
escolhidos pela própria comunidade, que ensinam<br />
su<strong>as</strong> crianç<strong>as</strong>. Gerenciam, também, <strong>as</strong><br />
escol<strong>as</strong> e definem seu próprio processo educacional.<br />
Esses povos possuem uma longa história<br />
de luta e resistência, enfrentando sérios problem<strong>as</strong><br />
com a sociedade, principalmente em<br />
relação à luta pel<strong>as</strong> terr<strong>as</strong> e pela identidade.<br />
Pataxó<br />
População: 250 habitantes (FUNAI, 2000)<br />
Localização: Terra Indígena Fazenda Guarani,<br />
município de Carmésia.<br />
A comunidade Pataxó é originária de<br />
Barra Velha, próximo a Porto Seguro (Bahia).<br />
Como os Maxacali e Krenak, pertencem ao<br />
tronco lingüístico Macro-Gê, m<strong>as</strong> se expressam<br />
hoje, corretamente, apen<strong>as</strong> em português.<br />
Há um universo de palavr<strong>as</strong> Pataxós<br />
que estão sendo pesquisad<strong>as</strong> a fim de serem<br />
recuperad<strong>as</strong>, registrad<strong>as</strong> em fontes divers<strong>as</strong>,<br />
como parte da reconstrução de sua identidade<br />
étnica.<br />
Com um longo período de contato, possuem<br />
grande participação na vida da cidade. A<br />
principal atividade desse grupo é o artesanato,<br />
atendendo a demanda de uma produção colocada<br />
pelo mercado. Como parte do processo<br />
de venda, fazem apresentações sobre sua vida<br />
n<strong>as</strong> aldei<strong>as</strong>, su<strong>as</strong> fest<strong>as</strong> e seus costumes.<br />
Quanto à educação, algum<strong>as</strong> crianç<strong>as</strong><br />
permanecem na Escola Municipal de Carmésia,<br />
m<strong>as</strong> os Pataxós já se mobilizaram e estão<br />
trabalhando em su<strong>as</strong> própri<strong>as</strong> escol<strong>as</strong>, voltad<strong>as</strong><br />
para a sua cultura.<br />
4.3.2 Implantação d<strong>as</strong> escol<strong>as</strong> indígen<strong>as</strong> em Min<strong>as</strong> Gerais<br />
34<br />
O Programa de Implantação d<strong>as</strong> Escol<strong>as</strong><br />
Indígen<strong>as</strong> em Min<strong>as</strong> Gerais foi o primeiro trabalho<br />
efetivamente articulado do Estado em<br />
relação a esses povos, buscando responder <strong>as</strong><br />
su<strong>as</strong> reivindicações históric<strong>as</strong>. Isso aconteceu<br />
num contexto em que, em diferentes pontos<br />
do país, surgiam propost<strong>as</strong> de educação escolar<br />
indígena. (ROSENDO, 1998, p.13)<br />
A Secretaria Estadual de Educação, orientada<br />
pela Constituição de 1988 e pelo Plano<br />
Nacional de Educação para Todos, começou<br />
a formular, em 1993, uma primeira proposta<br />
para Implantação de Escol<strong>as</strong> Indígen<strong>as</strong> no Estado.<br />
Ess<strong>as</strong> propost<strong>as</strong> foram consolidad<strong>as</strong> em<br />
1995. (CANDAU, 1996, p.16)<br />
O curso de Formação de Professores Indígen<strong>as</strong><br />
faz parte do Programa de Implantação<br />
d<strong>as</strong> Escol<strong>as</strong> Indígen<strong>as</strong> de Min<strong>as</strong> Gerais, contando<br />
com participantes originários de su<strong>as</strong><br />
comunidades. Entre <strong>as</strong> propost<strong>as</strong> da comunidade,<br />
quando foram indicados os professores<br />
para participarem do Curso de Formação de<br />
Professores , citamos:<br />
• Tudo o que se refere ao funcionamento<br />
da escola (incluindo conteúdos, carga<br />
horária, calendário, avaliação, escolha de<br />
professores e outros funcionários) seja de<br />
acordo com a decisão da comunidade;<br />
• A escola deve atuar junto à comunidade<br />
na defesa, conservação e proteção do seu<br />
território e costumes;<br />
• A escola deve produzir e ter meios de imprimir<br />
os materiais didáticos, <strong>as</strong>sim como<br />
deve contar com um laboratório equipado,<br />
antena parabólica, videoc<strong>as</strong>sete;<br />
• A nossa escola deve ensinar o nosso jeito<br />
de viver, costumes, crenç<strong>as</strong>, tradições, o<br />
jeito de educar os nossos filhos, o nosso<br />
jeito de trabalhar.<br />
As “marc<strong>as</strong>” da pedagogia indígena na<br />
educação escolar diferenciada:<br />
1. Linguagem - A veiculação da língua, que<br />
antes da implantação da escola só era<br />
usada em contextos religiosos ou familiares,<br />
já possibilita a comunicação entre<br />
os mais jovens e seu uso parcial em atividades<br />
do dia a dia. A construção de sua<br />
fronteira étnica faz da língua uma “ferramenta”<br />
e a escola é o espaço onde <strong>as</strong><br />
crianç<strong>as</strong> aprendem a manipular esse instrumento.<br />
2. Tempo - Quanto tempo duraria uma atividade<br />
escolar? Essa questão não faz sentido<br />
para os professores indígen<strong>as</strong>. Dura o