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o costumeiro de pombeiro - Repositório Aberto da Universidade do ...

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jantem à hora <strong>de</strong> Sexta». Os cria<strong>do</strong>s e os cozinheiros recebiam uma porção<br />

adicional <strong>de</strong> pão e vinho uma hora antes <strong>da</strong> refeição, assim como o leitor que<br />

comia imediatamente antes <strong>de</strong> começar a 1er - era o chama<strong>do</strong> mixtum.<br />

Duas modificações foram sen<strong>do</strong> introduzi<strong>da</strong>s com o evoluir <strong>do</strong>s<br />

tempos. A primeira foi uma bebi<strong>da</strong> no Inverno à noite, e no Verão a meio <strong>da</strong><br />

tar<strong>de</strong>. A segun<strong>da</strong> foi a introdução <strong>de</strong> uma segun<strong>da</strong> refeição no Inverno em<br />

certos dias, que incluíam to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>mingos, festas <strong>de</strong> <strong>do</strong>ze lições e<br />

443<br />

oitavas .<br />

Também a Regra <strong>de</strong> S. Bento se manifesta acerca <strong>da</strong> alimentação<br />

propriamente dita <strong>do</strong>s monges. Assim, em ca<strong>da</strong> refeição eram servi<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />

pratos cozi<strong>do</strong>s {co<strong>da</strong> pulmenta 444 ) aos irmãos, acrescenta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um terceiro<br />

<strong>de</strong> frutos e legumes frescos, quan<strong>do</strong> os havia. Por dia era ain<strong>da</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong> a ca<strong>da</strong><br />

um <strong>do</strong>s monges uma libra <strong>de</strong> pão 445 e uma hemina <strong>de</strong> vinho 446 . As crianças<br />

tinham uma ração mais pequena que a <strong>do</strong>s adultos. O consumo <strong>de</strong> carne <strong>de</strong><br />

quadrúpe<strong>de</strong>s era rigorosamente proibi<strong>da</strong> aos monges <strong>de</strong> S. Bento, excepto<br />

aos <strong>do</strong>entes a quem era permiti<strong>do</strong><br />

Conforme prescreve o Costumeiro <strong>de</strong> Pombeiro os monges tinham<br />

uma alimentação que se po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar bem completa, em que na<strong>da</strong><br />

faltava. À mesa <strong>do</strong>s monges não faltava nunca pão 448 e vinho 449 , e nos dias<br />

<strong>de</strong> duas refeições a mesma medi<strong>da</strong> tinha que <strong>da</strong>r para as duas vezes. Os<br />

legumes 450 eram a base <strong>da</strong> alimentação, e geralmente são referi<strong>do</strong>s como<br />

443<br />

RB, XLI, XXXV, XXXVIII; KNOWLES, David - The monastic or<strong>de</strong>r in England, pp.456-457.<br />

444<br />

Costumeiro, f.97v.<br />

445<br />

Costumeiro, f.55v. É praticamente impossível saber qual o peso <strong>de</strong>sta libra. Sabe-se que há poucos<br />

anos se conservava no Monte Cassino um pondus librae panis Sancti Benedict!, com o peso <strong>de</strong><br />

1052gr., o que à primeira vista, po<strong>de</strong> parecer exagera<strong>do</strong>. To<strong>da</strong>via, é conveniente não esquecer que o<br />

pão era o alimento principal <strong>do</strong>s monges (A Regra <strong>de</strong> S. Bento. 2 a ed. Singeverga, 1992. p. 152).<br />

446<br />

Emina ou hemina - «Na religião <strong>de</strong> S. Bento pelo antiquíssimo nome <strong>de</strong> emina ou ema, se enten<strong>de</strong><br />

a medi<strong>da</strong> <strong>de</strong> vinho, que se <strong>da</strong>va a ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s monges, assim ao jantar como à ceia, e ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>stas<br />

eminas, dizem, consta <strong>de</strong> 38 onças <strong>de</strong> vinho [...]. Depois <strong>de</strong> muitas, largas e eruditas dissertações <strong>da</strong><br />

hemina <strong>do</strong> vinho e <strong>da</strong> libra <strong>de</strong> pão, que S. Bento prescreve na Santa Regra, cap. XL, para sustento<br />

diurno <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> monge, ain<strong>da</strong> ficamos na dúvi<strong>da</strong> sobre a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta mádi<strong>da</strong>. O dizer que a emina<br />

variava segun<strong>do</strong> os países em que os mosteiros se achavam, é o meio <strong>de</strong> conciliar as opiniões to<strong>da</strong>s a<br />

este respeito» in VITERBO, Joaquim <strong>de</strong> Santa Rosa <strong>de</strong>, Fr. - Elucidário <strong>da</strong>s palavras, termos e frases,<br />

T vol., ed. crítica <strong>de</strong> Mário Fiúza, Livraria Civilização, 1966. pp.211-212. «A hemina romana<br />

equivalia a pouco mais <strong>de</strong> um quarto <strong>de</strong> litro (0,2736), mas a hemina comercial tinha quase 0,5 litro»,<br />

A Regra <strong>de</strong> S. Bento, 2* ed., Singeverga, 1992, p.152.<br />

447<br />

RB, XXXIX, XL.<br />

448<br />

Costumeiro, ff.35r, 44v, 55v, etc.<br />

449<br />

Costumeiro, ff.8v, 35r, 46r, etc. Ou mistura <strong>de</strong> vinho, como era a collatio (ff.6v, 38v, 42v, etc.)<br />

450 Costumeiro, f.35v.<br />

115

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