15.04.2013 Views

o costumeiro de pombeiro - Repositório Aberto da Universidade do ...

o costumeiro de pombeiro - Repositório Aberto da Universidade do ...

o costumeiro de pombeiro - Repositório Aberto da Universidade do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

sua diocese. Com a usurpação <strong>da</strong> diocese <strong>de</strong> Braga, os bispos <strong>de</strong> Lugo<br />

usurparam também o direito <strong>de</strong> metropolita, que estava vincula<strong>do</strong> ao bispo <strong>de</strong><br />

Braga. Por isso mesmo, Lugo não promoveu a restauração <strong>da</strong> diocese <strong>de</strong><br />

Braga, nem se conformou com ela quan<strong>do</strong> aconteceu 9 . A outra razão liga-se ao<br />

facto <strong>de</strong> Compostela gozar dum extraordinário prestígio em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> sua<br />

«apostolici<strong>da</strong><strong>de</strong>», o que contribuiu, indirectamente, para que a diocese <strong>de</strong><br />

Braga não fosse restaura<strong>da</strong> na segun<strong>da</strong> meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século IX, como aconteceu<br />

com outras dioceses portuguesas, como o Porto. Daí que também Compostela<br />

se opusesse à restauração <strong>da</strong> diocese <strong>de</strong> Braga. Esta restauração <strong>da</strong> diocese<br />

<strong>de</strong> Braga efectivou-se sob a pressão <strong>do</strong> clero e <strong>da</strong> nobreza «portugeses» que<br />

levaram os prela<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Lugo e Compostela a pedir ao rei <strong>da</strong> Galiza, D. Garcia,<br />

a restauração <strong>de</strong>ssa mesma diocese. Assim, a partir <strong>de</strong> 1071, e com a<br />

nomeação <strong>do</strong> bispo Pedro, os quadros eclesiásticos começaram a ser<br />

restabeleci<strong>do</strong>s 10 . Pouco tempo <strong>de</strong>pois, em 1080, Coimbra tem também o seu<br />

bispo, <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> conquista <strong>de</strong>finitiva <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. A diocese <strong>do</strong> Porto só foi<br />

restaura<strong>da</strong> <strong>de</strong>finitivamente em 1112 .<br />

De igual mo<strong>do</strong>, os incipientes quadros administrativos e militares<br />

reconstituem-se pelas mãos <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r real: criam-se novos centros <strong>de</strong> governo<br />

(sen<strong>do</strong> o Porto um <strong>do</strong>s mais importantes, se não o mais importante), fortificam-<br />

se pontos <strong>de</strong> apoio, <strong>de</strong>limitam-se os territórios <strong>do</strong>s antigos bispa<strong>do</strong>s, à medi<strong>da</strong><br />

que vão sen<strong>do</strong> restaura<strong>do</strong>s, basea<strong>do</strong>s em testemunhos <strong>do</strong>s seus antigos<br />

limites 12 . A activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s bispos contribuiu muito, para a reorganização <strong>da</strong>s<br />

9 Esta afirmação parece, à primeira vista, ser contraditória, pois o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> restauração <strong>da</strong> diocese <strong>de</strong><br />

Braga partiu precisamente <strong>do</strong> bispo Vestrário <strong>de</strong> Lugo e <strong>do</strong> bispo Crescónio <strong>de</strong> Ina-Compostela. Na<br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong> o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> restauração <strong>da</strong> diocese bracarense foi feito por estes <strong>do</strong>is prela<strong>do</strong>s, os mucos que<br />

tinham autori<strong>da</strong><strong>de</strong> para o fazer, contu<strong>do</strong>, o seu pedi<strong>do</strong> não foi espontâneo, foi antes feito <strong>de</strong>baixo <strong>da</strong><br />

pressão <strong>do</strong> clero e <strong>da</strong> nobreza, que acompanharam os prela<strong>do</strong>s no pedi<strong>do</strong> ao rei D. Garcia. LLfc 1 A, Y*.<br />

Avelino <strong>de</strong> Jesus <strong>da</strong> - O bispo D. Pedro e a restauração <strong>da</strong> diocese <strong>de</strong> Braga in IX Centenário <strong>da</strong><br />

Dedicação <strong>da</strong> Sé <strong>de</strong> Braga, vol. 1, Braga, p.402.<br />

10 COSTA, Pe Avelino <strong>de</strong> Jesus <strong>da</strong> - O bispo D. Pedro e a restauração <strong>da</strong> diocese <strong>de</strong> Braga m IX<br />

Centenário <strong>da</strong> Dedicação <strong>da</strong> Sé <strong>de</strong> Braga, vol. 1, Braga, pp.390-394. E importante observar que «<strong>da</strong>s<br />

cinco ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s metropolitanas <strong>da</strong> igreja peninsular que existiam antes <strong>da</strong> invasão arabe Jarragona,<br />

Tole<strong>do</strong> Braga Méri<strong>da</strong> e Sevilha, foi Braga a primeira que recebeu <strong>de</strong> novo um bispo», ERDMANN,<br />

Cari - O papa<strong>do</strong> e Portugal no primeiro século <strong>da</strong> história portugesa, separata <strong>do</strong> «Boletim <strong>do</strong> Instituto<br />

Alemão» vol V Coimbra, 1935. p.7 (<strong>de</strong> futuro, citaremos esta obra <strong>de</strong> forma abrevia<strong>da</strong>: ERDMANN,<br />

Cari - O 'papa<strong>do</strong> e Portugal, segui<strong>do</strong> <strong>da</strong> página). Na época em que foi restaura<strong>da</strong> a diocese <strong>de</strong> Braga os<br />

seus limites territoriais iam <strong>da</strong> zona <strong>de</strong> Verin ao rio Douro, <strong>de</strong> entre Lima e Ave ao no Esla, MARTINS,<br />

Rui Cunha - O espaço paroquial <strong>da</strong> diocese <strong>de</strong> Braga na alta i<strong>da</strong><strong>de</strong> média (sécs. 17 - XI). Um esta<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

questão, in DC Centenário <strong>da</strong> Dedicação <strong>da</strong> Sé <strong>de</strong> Braga, vol. 1, Braga, p.283.<br />

11 MATTOSO, José - Le monachisme, p.59.<br />

i: DAVTD, Pierre - Etu<strong>de</strong>s historiques, p. 177.<br />

21

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!