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o costumeiro de pombeiro - Repositório Aberto da Universidade do ...

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28<br />

30<br />

o convento <strong>de</strong> Vimieiro, que D. Teresa torna directamente tributário <strong>de</strong> Cluny<br />

Criou-se então uma variante <strong>da</strong> corrente cluniacense que permitiu um<br />

compromisso com a Igreja diocesana. Por um la<strong>do</strong>, a maioria <strong>do</strong>s mosteiros<br />

beneditinos em Portugal, não se tornaram isentos <strong>da</strong> autori<strong>da</strong><strong>de</strong> episcopal, e<br />

portanto não se lhe opuseram, antes colaboraram com ela. Por outro, os<br />

bispos, alguns <strong>de</strong>les monges <strong>de</strong> origem ou formação francesa, mantiveram<br />

durante os primeiros anos <strong>do</strong> século XII uma enorme admiração pela vi<strong>da</strong><br />

monástica, a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong> por isso, e com poucas modificações, os costumes e a<br />

liturgia cluniacenses. Deste mo<strong>do</strong>, os con<strong>de</strong>s portucalenses, a nobreza e os<br />

próprios bispos quiseram garantir o dinamismo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> monástica como um<br />

contacto privilegia<strong>do</strong> entre a vi<strong>da</strong> terrena e a vi<strong>da</strong> celestial, e como um mo<strong>de</strong>lo<br />

para a vi<strong>da</strong> eclesial .<br />

As primeiras referências à Regra <strong>de</strong> S. Bento e a Cluny no território<br />

actualmente português <strong>da</strong>tam <strong>de</strong> finais <strong>do</strong> século XI. Em 1086, encontra-se,<br />

pela primeira vez, uma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> submeti<strong>da</strong> a esta Regra, fazen<strong>do</strong> menção<br />

expressa disso mesmo, na diocese <strong>do</strong> Porto 32 . Na diocese <strong>de</strong> Braga, há várias<br />

menções explícitas à observância <strong>da</strong> regra beneditina, sen<strong>do</strong> a primeira <strong>de</strong><br />

1087, relativa ao Mosteiro <strong>de</strong> S. Romão <strong>do</strong> Neiva 33 . Ao a<strong>do</strong>ptarem a Regra <strong>de</strong><br />

S. Bento, estas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s estavam a a<strong>do</strong>ptar os costumes cluniacenses, já<br />

que a Regra entrou na Península veicula<strong>da</strong> por monges e prela<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

formação cluniacense. S. Geral<strong>do</strong> veio para o bispa<strong>do</strong> <strong>de</strong> Braga em 1099 e a<br />

<strong>do</strong>ação <strong>de</strong> Rates a La-Charité-sur-Loire <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> 1100 34 .<br />

Indícios indirectos <strong>da</strong> a<strong>do</strong>pção <strong>de</strong>stes novos costumes monásticos<br />

po<strong>de</strong>m-se encontrar na alteração <strong>do</strong> título <strong>da</strong><strong>do</strong> aos superiores <strong>da</strong>s<br />

30<br />

COSTA, Pe Avelino <strong>de</strong> Jesus <strong>da</strong> - A or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Cluny em Portugal, sep. «Mensageiro <strong>de</strong> S. Bento»,<br />

Singeverga, Negrelos, s.d, p.2. Em Espanha, sob a jurisdição directa <strong>de</strong> Cluny estavam os seguintes<br />

mosteiros: San Salva<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Budino (prov. <strong>de</strong> Lugo), San Martin <strong>de</strong> Jubia (prov. <strong>da</strong> Corunha), San<br />

Vicente <strong>de</strong> Pombeiro (prov. <strong>de</strong> Lugo), Valver<strong>de</strong> (prov. <strong>de</strong> Lugo). COCHERJL, M. - Etu<strong>de</strong>s sur le<br />

monachisme, p.90.<br />

31<br />

MATTOSO, José - Monges e clérigos porta<strong>do</strong>res <strong>da</strong> cultura francesa em Portugal (secs. Al e Ml),<br />

separata <strong>de</strong> Les rapports culturels et littéraires entre le Portugal et la France, (Paris, 11-16 <strong>de</strong> Outubro<br />

<strong>de</strong> 1982), Paris, 1983, p.51 (<strong>de</strong> futuro, citaremos esta obra <strong>de</strong> forma abrevia<strong>da</strong>: MATTOSO, José -<br />

Monges e clérigos, segui<strong>do</strong> <strong>da</strong> página).<br />

32<br />

É uma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> feminina <strong>da</strong> diocese <strong>do</strong> Porto que, seguin<strong>do</strong> a Regra <strong>de</strong> S. Bento («secundum<br />

ordinem beati Benedicti»), mantém ain<strong>da</strong> traços <strong>de</strong> influência <strong>do</strong>s costumes visigóticos. (MATTOSO,<br />

José - Le monachisme, pp. 121-122).<br />

33<br />

MARQUES, José -A arquidiocese <strong>de</strong> Braga, p.628; MATTOSO, José - Le monachisme, p.123, nota<br />

38: «<strong>de</strong>puis 1087 à Braga (DC 680) et <strong>de</strong>puis 1100 à Coïmbre (DC 956)».<br />

34<br />

MATTOSO, José - O monaquismo ibérico e Cluny in Religião e Cultura, pp.66-67.

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