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o costumeiro de pombeiro - Repositório Aberto da Universidade do ...

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primeiros. O mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> governação e a hierarquia a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>s por Cluny faziam<br />

entrar os mosteiros na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tipo feu<strong>da</strong>l. Para assegurar a sua<br />

propagação, esta or<strong>de</strong>m dirigia-se aos soberanos, mas já com o prévio apoio<br />

<strong>da</strong> Santa Sé que concedia a sua autori<strong>da</strong><strong>de</strong> 27 . Estavam assim certos <strong>da</strong> sua<br />

aceitação. Figuram ain<strong>da</strong> como características essenciais <strong>da</strong> reforma <strong>de</strong> Cluny<br />

a tendência para a sumptuosi<strong>da</strong><strong>de</strong> nos edifícios, na vastidão <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio, no<br />

número <strong>de</strong> monges e <strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes; a tendência para explorar o ritualismo<br />

no culto divino, que inva<strong>de</strong> quase to<strong>do</strong> o tempo livre <strong>do</strong> monge, e para uma<br />

vi<strong>da</strong> monástica contemplativa; tu<strong>do</strong> é previsto na vi<strong>da</strong> quotidiana <strong>do</strong> monge; a<br />

liturgia assume um carácter globalizante, o monge tem <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar as suas<br />

tarefas manuais para se <strong>de</strong>dicar ao culto; recheam-se as bibliotecas e dá-se<br />

maior activi<strong>da</strong><strong>de</strong> aos scriptoria .<br />

Os principais factos que pontuam a introdução <strong>da</strong> reforma cluniacense<br />

no reino <strong>de</strong> Leão consistem na <strong>do</strong>ação por Afonso VI a Cluny <strong>do</strong>s mosteiros <strong>de</strong><br />

Santo Isi<strong>do</strong>ro <strong>de</strong> las Duenas (1073) e <strong>de</strong> São Zoilo <strong>de</strong> Carrión (1076), e na<br />

a<strong>do</strong>pção <strong>do</strong>s seus costumes em Sahagún, a partir <strong>de</strong> 1079 29 . A partir <strong>de</strong>ste<br />

momento, a influência cluniacense espalha-se rapi<strong>da</strong>mente graças aos monges<br />

que saem <strong>de</strong>sses mosteiros e <strong>da</strong>s outras abadias ofereci<strong>da</strong>s mais tar<strong>de</strong> a<br />

Cluny, e graças também às preocupações reforma<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> bispos <strong>da</strong> mesma<br />

congregação que ocuparam várias dioceses em to<strong>da</strong> a Península (em Braga,<br />

S. Geral<strong>do</strong> e D. Maurício Burdino). Mosteiros como Pen<strong>do</strong>ra<strong>da</strong>, Paço <strong>de</strong><br />

Sousa, Pombeiro, Santo Tirso, Tibães, etc, a<strong>do</strong>ptaram os costumes<br />

cluniacenses. Sob a jurisdição directa <strong>de</strong> Cluny, e em território português,<br />

estavam o mosteiro <strong>de</strong> S. Pedro <strong>de</strong> Rates e a igreja <strong>de</strong> Santa Justa <strong>de</strong> Coimbra<br />

<strong>do</strong>a<strong>do</strong>s ao mosteiro <strong>de</strong> Charité-sur-Loire, um <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s priora<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Cluny e<br />

21 COCHERIL M - Etu<strong>de</strong>s sur le monachisme, p.86. Não nos po<strong>de</strong>mos esquecer que foi a tolerância<br />

própria ao sistema <strong>da</strong> regula mixta que facilitou a abertura aos novos costumes, foram, porem, os<br />

cluniacenses que acabaram com a plurali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> observâncias.<br />

28 MATTOSO José - O monaquismo ibérico e Cluny in Religião e Cultura, pp.65-66; i<strong>de</strong>m, Cluny,<br />

crúzios e cistercienses na formação <strong>de</strong> Portugal, sep. <strong>do</strong> vol. V <strong>da</strong>s Actas <strong>do</strong> Congresso Histórico <strong>de</strong><br />

Guimarães e sua Colegia<strong>da</strong>, Guimarães, 1982, pp.283-284 (<strong>de</strong> futuro, citaremos esta obra <strong>de</strong> forma<br />

abrevia<strong>da</strong>: MATTOSO, José - Cluny, crúzio e cistercienses, segui<strong>do</strong> <strong>da</strong> página). As disposições <strong>do</strong><br />

Costumeiro <strong>de</strong> Pombeiro são exemplificativas disto mesmo, como adiante se po<strong>de</strong>rá verificar.<br />

29 História <strong>de</strong> Portugal, dirigi<strong>da</strong> por José Mattoso, vol. I. p.551; COCHERIL, M. - Etu<strong>de</strong>s sur le<br />

monachisme p 98 O Costumeiro <strong>de</strong> Pombeiro. que constitui estu<strong>do</strong> fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong>ste trabalho, tena<br />

si<strong>do</strong> copia<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> o professor José Mattoso, <strong>de</strong> um outro existente em Sahagún, portanto, <strong>de</strong><br />

influência cluniacense.<br />

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