Espaços e Paisagens. Vol. 1 - Universidade de Coimbra

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M. C. Fialho (1996), “Afrodite e Ártemis no Hipólito de Eurípides”, Máthesis 5 33-51. F. Lourenço ( 2 1996), Eurípides. Hipólito, trad. introd. notas. Lisboa. P. Nilsson (1967), Geschichte der griechischen Religion, Bd. I München. C. Segal (1965), “The Tragedy of Hyppolytos: the Waters of the Ocean and the Untouched Meadow”, HSCPh 70 117-169. F. Zeitlin (1985), “The Power of Aphrodite: Eros and the Boundaries of the Self in the Hippolytus” in P. Burian (ed.), Directions in Euripidean Criticism. A Collection of Essays. Durham 52-111. 28 Maria do Céu Fialho
TEBAS: A CIDADE DE DIONISO O CASO DE HÉRACLES DE EURÍPIDES Sofia Frade universidade de Lisboa sifrade@fl.ul.pt Abstract The most recent studies about ancient Greek tragedy link the dionisiac to the patterns of tragic action and to its political references. In the extant Attic tragedy, Thebes is the most important city in the repetition of these patterns. Starting fom a reading of Euripides’ Heracles, this article analyses the repetition of these patterns and their resolution. Keywords: Dionysus, Heracles, Thebes, tragedy. Palavras-chave: Dioniso, Héracles, Tebas, tragédia. A relação entre a figura de Héracles e a cidade de Tebas enunciada no título desta comunicação pode não parecer óbvia à partida. A ligação entre o maior herói do mundo grego e a cidade de Édipo não é, em termos míticos, necessária. No entanto, ao criar o seu Héracles, Eurípides opta por colocar a acção em Tebas. Para compreender esta opção é, parece-me, fundamental compreender o papel de Tebas na tragédia do século V a.C.. Em primeiro lugar é fundamental clarificar que, quando nos referimos a Tebas na tragédia ática, não estamos a falar da cidade com uma realidade histórica que se encontra a pouco mais de 80 km de Atenas. Toda a nossa reflexão tem por base não a realidade física da cidade, mas a sua construção literária no palco do teatro de Dioníso em Atenas no séc V. a.C. Em artigo relativamente recente, Froma Zeitlin defende que a imagem que Atenas constrói de Tebas no palco trágico corresponde a uma inversão da imagem que tem de si mesma, uma espécie de negativo daquilo que idealiza de si 1 . Defende Zeitlin que, dos espaços míticos, Tebas é o espaço trágico de eleição. Por um lado é a cidade de Édipo, figura em torno da qual gira o ciclo mítico mais aproveitado na tragédia ática, por outro, toda a história mítica da cidade é profícua em material trágico: desde a fundação da cidade por Cadmo por meio da morte do dragão de Ares 2 . A figura desta divindade, que representa o que de mais violento e menos racional tem a guerra, surge como um espectro sobre a cidade, por vezes ténue, por vezes palpável: encontramo-la nos primeiros autóctones da cidade, os Spartoi, que imediatamente se dilaceram, 1 Zeitlin 1986: 116 ss. 2 Zeitlin 1986: 101ss. 29
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