Espaços e Paisagens. Vol. 1 - Universidade de Coimbra

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afirmar que “o Fedro é um mundo à parte” 16 ). Talvez Sócrates se deixasse, por fim, persuadir de que, com o auxílio deste deus campestre, rude e brutal, mas sensível à música, ao amor e ao logos, seria possível criar uma simbiose entre a sua veia citadina e o deleite campestre que sentia, e assim atingir a moderação e o equilíbrio. Este espaço bucólico, que incita às possessões divinas, tanto pode deleitar e suscitar a inspiração, como levar ao adormecimento da alma. As próprias cigarras, profetas das Musas (Fedro 262d), possuem um canto que pode ao mesmo tempo ser um estimulante mas também um veneno mágico que conduz ao otium 17 . Cabe-nos a nós não adormecer e estar atentos, aproveitando o auxílio da divindade sempre que ela estiver “à espreita”. Bibliografia Edições, Traduções, Comentários e Dicionários F. Càssola (1975), inni Omerici. Roma. P. Chantraine (1968), Dictionnaire étimologique de la langue grecque. Paris. P. Grimal ( 3 1999), Dicionário de Mitologia Grega e Romana. Lisboa. Heródote (1948) Histoires. Paris. Platão, Íon. (1999), Introdução, tradução e notas de V. Jabouille. Lisboa. Théocrite, Bucoliques Grecs 1. (1967), ed. e trad. de E. Legrand, Paris. Homero, Odisseia. (2003), Homero, Odisseia. Tradução de F. Lourenço, Lisboa. Lucian 7 (1969), with an english translation by M. D. Macleod. London. Pindarus Pars ii Fragmenta, indices (1989), H. Maehler ed. Leipzig. Pausanias (1998), Description de la Grèce, Livre 8, L’Arcadien. Paris. Platon (1989), Cratyle, oeuvres complètes, tome 5, Paris. Platão, Fedro (1997), Platão, Fedro. Introdução, tradução do grego e notas de J. Ribeiro Ferreira. Lisboa. Plato’s Phaedrus (2003), Plato’s Phaedrus, A translation with notes, glossary, appendices, interpretive essay and introduction by S. Scully. Newburyport. Estudos W. R. Connor (1988), “Seized by the Nymphs, Nympholepsy and Symbolic Expression in Classical Greece”, in W.R. Connor, Classical Antiquity, vol.7, Nº2. University of California 155-189. P. Friedlander (1969), Plato iii: The Dialogues. Second and Third Period (trad. inglesa de H. Meyerhoff ). Princeton University Press. 70 Ana Seiça Carvalho 16 Cf. S. Scully 2003, Introduction p.7. 17 Cf. C. L. Griswold 2 1996 e C. Pereira 2007.
Quando Pã e as Ninfas Convertiam os Simples Mortais C. L. Griswold ( 2 1996), Self knowledge in Plato’s Phaedrus. Philadelphia. N. Jones (2004), “Religion: Myth, Cult and the Town”, in N. Jones, Rural Athens under Democracy. Philadelphia, 181-186. J. Larson (2001), Greek Nymphs: Myth, Cult, Lore. Oxford University Press. R. Parker (1996), “New Gods”, in Athenian Religion: a history. Oxford, 152- 198. C. Pereira (2007), As Cigarras: recriação de Platão enquanto mito. Coimbra (no prelo). A. Purvis (2003), Singular Dedications, founders and innovators of Private Cults in Classical Greece. New York. T. G. Rosenmeyer (1962), “Plato’s Prayer to Pan (Phaedrus 279B8 – C3)”, Hermes 90.1 34-44. 71
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