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o impacto das cotas nas

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O impactO <strong>das</strong> cOtas <strong>nas</strong> universidades brasileiras (2004-2012) • 57<br />

Essa constatação não surpreende. Em trabalho anterior,<br />

buscou-se analisar a hipótese do insuficiente desempenho de<br />

estudantes negros, oriundos de escolas públicas, no vestibular<br />

para cursos de alto prestígio social. Para isso, em 2001,<br />

procurou-se verificar a presença de estudantes negros, oriundos<br />

de escolas púbicas entre os aprovados no vestibular para tais<br />

cursos e não classificados por “falta de vagas”.<br />

O resultado mostrava um contingente de 576 estudantes<br />

com essas características, e isso era atribuído a uma demanda<br />

reprimida de estudantes que tiveram um desempenho satisfatório<br />

no vestibular, mas que não ingressavam na universidade devido<br />

ao sistema até então vigente. 17<br />

As informações sobre o desempenho de estudantes cotistas<br />

e não cotistas, nos dois primeiros vestibulares com o sistema de<br />

<strong>cotas</strong>, mostravam que a distância entre as médias de desempenho<br />

dos dois grupos era pouco significativa, na maioria dos cursos<br />

considerados de elevado prestígio social e alta concorrência,<br />

como evidencia a Tabela 12. No curso de Medicina, por exemplo,<br />

considerado o de maior concorrência e mais alto prestígio, na<br />

UFBA, a diferença entre as médias dos dois grupos não chegava<br />

a um ponto percentual. O mesmo ocorria com o curso de<br />

Direito, também um dos mais almejados. As maiores distâncias<br />

observa<strong>das</strong> estavam no curso de Engenharia Elétrica (1,7 pontos),<br />

e no de Engenharia Mecânica (1,4), ambos em 2006.<br />

17 Delcele M. Queiroz. “Ensino superior no Brasil e ações afirmativas para negros”,<br />

Universidade e Diversidade, ano XII, n.29 (2003), pp. 57-60.

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